Marília Mendonça: filha do piloto é hostilizada nas redes após polícia responsabilizar tripulação por acidente
Polícia Civil mineira apontou o piloto e o copiloto como responsáveis pelo acidente aéreo que matou a cantora sertaneja e outras quatro pessoas
No mesmo dia em que a Polícia Civil de Minas Gerais responsabilizou os pilotos pela queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, a filha do piloto foi hostilizada nas redes sociais.
Vitória Medeiros, filha de Geraldo Martins de Medeiros Júnior, publicou nos stories do Instagram, na quarta-feira (4), que recebeu comentários ofensivos após a conclusão do inquérito da polícia mineira que responsabilizou a tripulação da aeronave pela queda.
“Postando só pra mostrar pra vocês como tem gente doente nesse mundo”, escreveu Vitória.
O autor dos comentários ofensivos, que teve o perfil encoberto na publicação, escreveu, por exemplo: “Ele vai queimar no inferno”.
Em seguida, ela compartilhou prints de mensagens de apoio que recebeu e acrescentou: “Quanto aos comentários ruins não me importam nem me afetam. Como sempre comento, sei bem que o problema não está em mim e no meu pai e sim em quem destila ódio.
Polícia de MG responsabilizou pilotos pela queda
Com a conclusão do inquérito policial sobre o acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de 2021, em Caratinga, no interior de Minas Gerais, a Polícia Civil mineira apontou o piloto e o copiloto como responsáveis pela queda.
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O avião em que estava Marília Mendonça caiu em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, no oeste de Minas Gerais • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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No avião estavam Marília Mendonça e mais quatro pessoas: o piloto, o copiloto, um produtor e um assessor • Divulgação/Polícia Militar de Minas Gerais
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu o chamado por volta de 15h30, para a aeronave, que caiu em um curso d’água, próximo de um acesso da BR-474 • Reprodução/Facebook
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Polícia Civil de Minas Gerais trabalha no local do acidente • Reprodução/Polícia Civil de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros trabalha no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Corpo de Bombeiros permanece trabalhando durante a noite no local do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Avião depois do acidente • Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
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Segundo a Polícia Civil, as torres de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), concessionária de energia elétrica do estado, com as quais a aeronave colidiu e caiu, estavam fora da área de segurança do aeroporto e, portanto, não havia a obrigatoriedade de estarem sinalizadas.
No entanto, a existência delas foi apontada em dois documentos: a Carta Aeronáutica Mundial e a Carta Aeronáutica de Pilotagem, as quais, piloto e copiloto tiveram acesso e deveriam ter analisado os obstáculos nas proximidades do aeroporto.
Entenda como o acidente aéreo aconteceu, segundo a investigação da polícia.
Para a investigação era possível que a tripulação tivesse conhecimento das torres de transmissão por meio das cartas aeronáuticas, por isso, foi concluído que ambos, piloto e copiloto, foram negligentes e imprudentes, resultando em três homicídios culposos.
Como os agentes da ação (piloto e copiloto) também morreram na queda, há a chamada “extinção de punibilidade”. Neste caso, a polícia sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do caso.
Em nota enviada à CNN, o advogado Sergio Roberto Alonso, que representa a família do piloto Geraldo Martins de Medeiros, alegou que “as conclusões da polícia de Caratinga não têm fundamento nas provas do inquérito e é até injuriosa com a imagem do piloto e copiloto”.
“Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou a rede de alta tensão na reta final do aeródromo de Caratinga, na altitude do tráfego padrão, que é de 1.000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação”, acrescentou.
“Tanto isso é verdade que: a Cemig, seguindo recomendação do Cenipa, sinalizou a linha em 1º de setembro de 2023; o Decea [Departamento de Controle do Espaço Aéreo] fez a Carta Aproximação Visual; o Decea elevou a altitude do tráfego padrão de 1.000 pés para 1.350 pés, uma vez que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão”, continuou o advogado.
“Se tudo isto tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente”, concluiu.
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O avião em que estava a cantora Marília Mendonça caiu em Caratinga, no interior de Minas Gerais • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Ela e mais cinco pessoas que estavam a bordo morreram no acidente • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais recebeu a informação por volta das 15h30 • VAN CAMPOS/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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As equipes dos Bombeiros junto do Samu foram ao local • ANDRÉ CARDOSO/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
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A queda ocorreu em curdo d'água próximo a BR-474 • WILL DIAS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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Cantora Marília Mendonça durante um show realizado na Praça da Estação, em Belo Horizonte, em 2019 • FLÁVIO TAVARES/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Marília era conhecida como a "rainha da sofrência" • Prefeitura de Caruaru