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    Marília Mendonça: filha do piloto é hostilizada nas redes após polícia responsabilizar tripulação por acidente

    Polícia Civil mineira apontou o piloto e o copiloto como responsáveis pelo acidente aéreo que matou a cantora sertaneja e outras quatro pessoas

    Piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e sua filha Vitória Medeiros.
    Piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior e sua filha Vitória Medeiros. Reprodução

    Léo Lopesda CNN

    em São Paulo

    No mesmo dia em que a Polícia Civil de Minas Gerais responsabilizou os pilotos pela queda do avião que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, a filha do piloto foi hostilizada nas redes sociais.

    Vitória Medeiros, filha de Geraldo Martins de Medeiros Júnior, publicou nos stories do Instagram, na quarta-feira (4), que recebeu comentários ofensivos após a conclusão do inquérito da polícia mineira que responsabilizou a tripulação da aeronave pela queda.

    “Postando só pra mostrar pra vocês como tem gente doente nesse mundo”, escreveu Vitória.

    O autor dos comentários ofensivos, que teve o perfil encoberto na publicação, escreveu, por exemplo: “Ele vai queimar no inferno”.

    Marília Mendonça: filha do piloto é hostilizada após polícia responsabilizar queda
    Marília Mendonça: filha do piloto é hostilizada após polícia responsabilizar queda / Reprodução

    Em seguida, ela compartilhou prints de mensagens de apoio que recebeu e acrescentou: “Quanto aos comentários ruins não me importam nem me afetam. Como sempre comento, sei bem que o problema não está em mim e no meu pai e sim em quem destila ódio.

    Polícia de MG responsabilizou pilotos pela queda

    Com a conclusão do inquérito policial sobre o acidente que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas, em novembro de 2021, em Caratinga, no interior de Minas Gerais, a Polícia Civil mineira apontou o piloto e o copiloto como responsáveis pela queda.

    Segundo a Polícia Civil, as torres de transmissão da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), concessionária de energia elétrica do estado, com as quais a aeronave colidiu e caiu, estavam fora da área de segurança do aeroporto e, portanto, não havia a obrigatoriedade de estarem sinalizadas.

    No entanto, a existência delas foi apontada em dois documentos: a Carta Aeronáutica Mundial e a Carta Aeronáutica de Pilotagem, as quais, piloto e copiloto tiveram acesso e deveriam ter analisado os obstáculos nas proximidades do aeroporto.

    Entenda como o acidente aéreo aconteceu, segundo a investigação da polícia.

    Para a investigação era possível que a tripulação tivesse conhecimento das torres de transmissão por meio das cartas aeronáuticas, por isso, foi concluído que ambos, piloto e copiloto, foram negligentes e imprudentes, resultando em três homicídios culposos.

    Como os agentes da ação (piloto e copiloto) também morreram na queda, há a chamada “extinção de punibilidade”. Neste caso, a polícia sugeriu ao Poder Judiciário o arquivamento do caso.

    Em nota enviada à CNN, o advogado Sergio Roberto Alonso, que representa a família do piloto Geraldo Martins de Medeiros, alegou que “as conclusões da polícia de Caratinga não têm fundamento nas provas do inquérito e é até injuriosa com a imagem do piloto e copiloto”.

    “Este acidente ocorreu porque a Cemig instalou a rede de alta tensão na reta final do aeródromo de Caratinga, na altitude do tráfego padrão, que é de 1.000 pés, cujo aeródromo não tinha Carta Visual de Aproximação”, acrescentou.

    “Tanto isso é verdade que: a Cemig, seguindo recomendação do Cenipa, sinalizou a linha em 1º de setembro de 2023; o Decea [Departamento de Controle do Espaço Aéreo] fez a Carta Aproximação Visual; o Decea elevou a altitude do tráfego padrão de 1.000 pés para 1.350 pés, uma vez que a altitude do tráfego padrão era a mesma da linha de transmissão”, continuou o advogado.

    “Se tudo isto tivesse sido feito anteriormente, não teria ocorrido o acidente”, concluiu.