Manny Jacinto, de “The Acolyte”, diz que faltava representatividade em Star Wars
Ator filipino-canadense comentou que participação na franquia possibilita que pessoas de cor se vejam no personagem Qimir
Manny Jacinto, o Qimir em “The Acolyte”, disse que na sua infância gostava de Star Wars “de longe” por não se sentir representado pelos personagens. O ator filipino-canadense comemora o fato de ter aberto possibilidades para pessoas de cor poderem se relacionar mais com a história da franquia.
Em entrevista à revista GQ, comemorou: “Esperei muito tempo para interpretar um vilão como esse, que é muito discreto, mas também muito poderoso.” Anteriormente, o Jacinto ficou conhecido por dar vida à personagens como Jason Mendoza na série “The Good Place” e Yao em “Nove Desconhecidos”.
A história em torno de seu personagem em “The Acolyte” foi motivo de revolta para alguns fãs de Star Wars, por quererem que a trama seguisse os fatos originais da franquia. Sobre isso, o ator comentou que “sempre há um grupo muito apaixonado que não gosta de mudanças, que quer o mesmo sentimento que experimentou quando era criança […] então eles são mais preciosos sobre as coisas que experimentaram quando eram mais jovens.”
A participação de Qimir na produção não era para ter tanto destaque, revelou a criadora da série Leslye Headland ao site Inverse. Segundo ela, “Manny foi impressionante em todos os aspectos”, o que a fez mudar de ideia sobre a importância do personagem interpretado por Jacinto na obra.
“Não foi chocante para mim”
Escalado para o filme “Top Gun: Maverick”, Manny Jacinto teve a maior parte de suas falas e cenas cortadas na produção, o que causou revolta nas redes sociais na época do lançamento. Para ele, a participação continuou sendo válida: “você consegue ver essa máquina enorme trabalhando, ver como Tom Cruise trabalha e você consegue ser uma pequena parte dessa enorme franquia”, disse à GQ.
Sobre o corte de suas falas Jacinto comentou na entrevista que: “É lisonjeiro que tenha havido um pouco de protesto, mas não foi chocante para mim”.
Na preparação para o papel o ator passou por meses de treinamento em jatos de combate reais e treinos físicos duas vezes ao dia para a ação nas cenas do filme. De acordo com ele o processo o auxiliou a enxergar mas um tipo de representatividade nos participantes da produção — já que encontrou pessoas da Marinha e da Força Aérea que também vieram das Filipinas.
Próximos combates
O ator está nas gravações de “Uma Sexta-Feira Muito Louca 2“, filme com Lindsay Lohan e Jamie Lee Curtis que tem previsão de chegar aos cinemas em 2025. Além disso, existe a possibilidade da produção de uma segunda temporada de “The Acolyte”, pois a história deixou perguntas não respondidas.
Manny Jacinto comentou na entrevista à GQ que não se vê ainda como um artista que está na posição de escolher quais papéis vai interpretar por ver outras pessoas de cor terem que lutar por seus trabalhos.
“As pessoas que eu admiro — se você olhar para Steven Yeun, ou Kumail Nanjiani, ou mesmo Donald Glover — todos eles tiveram que, de alguma forma, criar [projetos para si mesmos] para continuar a ter uma plataforma. Ou até mesmo olhar para Dev Patel! Ele é uma grande estrela, mas ele teve que fazer Monkey Man”, disse. E completou: “Se quisermos histórias maiores por aí, temos que fazê-las para nós mesmos.”
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