“Luto por uma fração do que diretores homens recebem”, diz Sofia Coppola
Filme "Priscilla" da diretora recebeu cerca de 1/4 do orçamento de "Elvis", de 2022, por exemplo
A diretora Sofia Coppola falou sobre as dificuldades de ser mulher na indústria do cinema. Em entrevista à BBC, Coppola falou sobre o baixo orçamento para “Priscilla” e sua luta para conseguir apenas uma parte do que diretores homens conseguem com facilidade.
O filme chegou aos cinemas brasileiros na última terça-feira (26). “Priscilla” é baseado no livro “Elvis e Eu“, de Priscilla Presley, lançado em 1985, e aborda a relação dela com o cantor Elvis. “Eu amei que [o livro] era tão focado nela e a relação deles, além do quão íntima a história era”, disse Coppola à BBC. “Eu fiquei surpresa com o quanto eu me relacionei [com a história] e quão vívida a história dela era.”
“É realmente importante para mim que eu possa mostrar uma perspectiva feminina”, disse na entrevista. “Estou feliz que existe mais e mais mulheres dirigindo, mas ainda é uma porcentagem pequena.”
Filmes de Hollywood sobre grandes ícones, como Elvis, costumam receber orçamento alto. “Elvis”, de 2022, recebeu US$ 85 milhões (cerca de R$ 410 milhões), por exemplo. Já “Priscilla” conseguiu apenas em torno de US$ 20 milhões (R$ 96 milhões). O valor é mais do que 1/4 do outro filme sobre a história do Rei do Rock.
“Eu vejo todos esses homens recebendo milhões de dólares e então cá estou eu lutando por uma pequena fração disso”, disse Sofia Coppola. “Acho que é apenas um resquício da cultura desse meio. É frustrante, mas estou sempre lutando para conseguir isso e estou muito feliz por poder fazer meus filmes de forma independente e encontrar pessoas que acreditam neles.”
A diretora também disse que ter um orçamento menor dá liberdade criativa. “Existe um desafio e uma liberdade em fazer as coisas pequenas”, disse. “E você tem que ser muito criativo e foi muito difícil, mas eu tive uma equipe incrível [para ‘Priscilla’]”.