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    Johnny Depp x Amber Heard: justiça considera ambos responsáveis por difamação

    Veredito foi lido na tarde desta quarta-feira (1) em tribunal da Virgínia, nos Estados Unidos

    Thayana Nunesda CNN , São Paulo

    Após mais de seis semanas, chegou ao fim na tarde desta quarta-feira (1), o julgamento que envolveu duas estrelas de Hollywood, o ex-casal Johnny Depp e Amber Heard.

    O júri considerou ambos responsáveis por difamação em seus processos um contra o outro.

    Depp processou Heard, sua ex-mulher, por difamação por causa de um editorial de 2018 que ela escreveu para o “The Washington Post”, no qual se descrevia como uma “figura pública que representa o abuso doméstico”. Embora Depp não tenha sido citado no artigo, ele afirma que isso lhe custou papéis lucrativos de atuação.

    Heard contra-processou seu ex-marido por difamação sobre as declarações que o advogado de Depp fez sobre suas alegações de abuso.

    Pesando as alegações, os jurados alegaram que os dois difamaram um ao outro.

    O júri concedeu a Depp US$ 10 milhões em danos compensatórios e US$ 5 milhões em danos punitivos. O júri concedeu a Heard US$ 2 milhões em danos compensatórios e nenhum dinheiro para danos punitivos.

    Depp pediu US$ 50 milhões em danos e Heard pediu US$ 100 milhões. Os danos punitivos no estado da Virgínia são limitados a US$ 350.000. Depp portanto receberá US$ 10 milhões em danos compensatórios e US$ 350 mil em danos punitivos.

    Durante a leitura do veredicto, Amber manteve os olhos baixos todo o tempo.

    Depp, que não estava presente no tribunal – no domingo (30), o ator participou de um show na Inglaterra ao lado do guitarrista inglês Jeff Beck.

    Do lado de fora do tribunal, os advogados do ator agradeceram aos jurados, ao juiz e aos funcionários  após o veredicto, acrescentando que “é hora de virar a página e olhar para o futuro”.

    “Somos gratos, muito gratos, ao júri por sua cuidadosa deliberação, ao juiz e à equipe do tribunal que dedicaram uma enorme quantidade de tempo e recursos a este caso”, disse a advogada Camille Vasquez a repórteres.

    História

    Johnny Depp e Amber Heard começaram a namorar em 2012, depois de se conhecerem durante as filmagens de “Diário de Um Jornalista Bêbado” alguns anos antes. Eles se casaram em 2015, e permaneceram juntos por pouco mais de dois anos.

    Após a separação, a atriz protocolou um pedido de divórcio e um pedido de medida protetiva contra Depp, aparecendo com machucados na bochecha – imagens que rapidamente levantaram discussões sobre violência doméstica. Ela acusou Depp de a atacar “violentamente” e jogar um celular com “força extrema” em seu rosto.

    Em 2018, Amber escreveu para o jornal “The Washington Post” um editorial no qual se descrevia como uma “figura pública que representa o abuso doméstico”. Depp não foi citado no artigo, mas ele entrou com um processo afirmando que isso lhe custou papéis lucrativos de atuação.

    O julgamento ocorreu no Tribunal Fairfax County, no estado da Virgínia, ao invés da Califórnia, local onde o casal viveu durante o matrimônio. O processo pôde ser protocolado na região pois o  “Washington Post” é publicado digitalmente por servidores no estado, além de ser impresso no local.

    Desde o início, o julgamento foi transmitido ao vivo pela internet e milhares de pessoas ao redor do mundo assistiram atentamente a Amber descrever que o astro de “Piratas do Caribe” a agredia fisicamente. “Nada que eu fiz o fez parar de me bater”, testemunhou.

    Já Depp negou veementemente as agressões e disse que nunca bateu em uma mulher, e que era Amber que era violenta com ele. “Ela precisa de conflito. Ela precisa de violência”, relatou ele.

    Gravações divulgadas no tribunal mostravam que os dois viviam um relacionamento com brigas e discussões. “Eu o chamei de coisas horríveis e feias, como você pode ouvir. Nós falamos um com o outro de uma maneira horrível”, admitiu a atriz, em uma de suas falas.

    Uma especialista, Laurel Anderson, psicóloga clínica que trabalhou com Depp e Heard em 2015 como conselheira matrimonial, disse em depoimento reproduzido em 14 de abril que o relacionamento do casal tinha o que ela caracterizou como “abuso mútuo”.

    Entre as pessoas levadas pelos advogados para testemunhar estão a irmã de Amber que viu Depp agredir Amber, a modelo e ex-namorada do ator Kate Moss, que afirmou nunca ter sofrido agressões de Depp, e o presidente da DC Films, Walter Hamada, que afirmou que Amber não teve seu papel prejudicado no filme “Aquaman” pelo processo, mas sim por falta de química com o protagonista, o ator Jadon Momoa.

    Este não é a primeira briga judicial que envolve o casal desde o divórcio, encerrado em 2017. Em 2018, Depp processou a companhia que publica o jornal britânico “The Sun” por difamação, devido a um artigo publicado em abril no qual o tabloide apelidou o ator de “agressor de esposas”. O caso foi julgado em 2020 e Amber Heard depôs a favor do jornal.

    Depp perdeu a batalha, pois o juiz Andrew Nicol considerou que as alegações de agressão por parte do ator contra a ex-esposa eram “substancialmente verdadeiras”.

    *Com reportagem de Sonia Moghe, Luana Franzão e Reuters.

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