Flip começa nesta quarta (23) com presença do público em Paraty após 2 anos
20ª edição do festival vai até domingo (27) com participação de estrelas da literatura, como a escritora francesa Annie Ernaux, vencedora de prêmio Nobel de Literatura de 2022
Depois de dois anos, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) volta a ser realizada com a presença do público, já que em 2020 e 2021 a realização do festival aconteceu de forma virtual por conta das restrições impostas pela pandemia da Covid-19. A 20ª edição do festival começa nesta quarta-feira (23) e vai até domingo (27) com participação de estrelas da literatura, como a escritora francesa Annie Ernaux, vencedora de prêmio Nobel de Literatura de 2022, e nacionais também, como o ator, diretor e escritor como Lázaro Ramos e Geovani Martins, finalista de um Jabuti, entre outros nomes de destaque.
O evento é repleto de atividades que incluem mesas-redondas, shows, oficinas, sessões de filmes e saraus que enchem as ruas da cidade histórica no litoral do estado do Rio de Janeiro. Há ainda programações paralelas, com estandes de editoras e autores, comercialização de livros e a Flipinha, que é a versão da feira literária para as crianças. A
Entre os autores brasileiros, participam da Flip Cida Pedrosa, Cidinha da Silva, Lenora de Barros, Cristhiano Aguiar, Ricardo Aleixo, Bernardo Carvalho e Luiz Maurício Azevedo.
Dos escritores internacionais, estarão na feira as argentinas Camila Sosa Villada e Cecilia Pavón; a cubana Teresa Cárdenas; a francesa Nastassja Martin; as norte-americanas Saidiya Hartman e Ladee Hubbard; a portuguesa Alice Neto e e o chileno Benjamin Labatut.
A festa começa às 20h de quarta-feira, com uma mesa chamada “Pátrios lares”, uma homenagem à escritora e educadora Maria Firmino dos Reis, autora cujos textos levam à reflexão sobre temas como a condição da mulher no século 19, os feminismos e o papel da mulher na sociedade brasileira.
A mesa de abertura contará com a participação da historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, da pesquisadora de autorias negras Fernanda Miranda, da cientista social Midria e do coletivo Slam das Minas.
Homenageada
Neste ano a autora homenageada na Flip será Maria Firmina dos Reis. Não há data exata de seu nascimento, mas há a possibilidade de ela tenha nascido em 1822. Escritora e educadora, em 1859 lançou “Úrsula”, romance que inaugura no Brasil a linhagem da literatura abolicionista e que, após anos de apagamento, vem ganhando mais atenção, dentro e fora do Brasil.
De acordo com o site oficial do evento, os textos de Maria Firmina dos Reis são significativos para entender como ela ao mesmo tempo leu o seu momento histórico e soube fabular a partir dele.
Professora de primeiras letras em Guimarães, no Maranhão, sua obra prolífica se construiu praticamente em paralelo à literatura majoritariamente masculina e branca dos círculos literários brasileiros.
Somente na década de 1970 Maria Firmina é redescoberta como resultado de leituras de pesquisadores. A autora morreu sem prestígio em 1917.
Neste ano, marcado pelo Bicentenário da Independência e pelo centenário da Semana de Arte Moderna, a homenagem a Maria Firmina valoriza quem trabalha pela palavra e por um ambiente cultural e educacional mais acolhedor.
Neste ano, a Flip também traz uma inovação: vai celebrar a trajetória artística de uma personalidade viva.
A artista em destaque da Flip 2022 é Claudia Andujar, escritora que traz em sua obra a importância no respeito às mulheres, às vidas indígenas, às populações negras, periféricas, e aos direitos humanos.
Para se programar e aproveitar a extensa lista de eventos da Flip, confira a programação aqui.
(Com informações da Agência Brasil)