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    Fenômenos do sertanejo: como as redes sociais moldam sucesso dos artistas

    Marketing digital em torno de novos lançamentos tem sido cada vez mais uma ferramenta usada pelos artistas nos meios digitais

    Atualmente, Ana Castela e Luan Pereira são alguns dos artistas mais ouvidos do país
    Atualmente, Ana Castela e Luan Pereira são alguns dos artistas mais ouvidos do país Reprodução/Instagram

    Mariana Valbãocolaboração para a CNN

    Com a presença de diversos sertanejos no dia a dia dos internautas através das redes sociais, as novidades nas plataformas têm se tornado ainda mais virais, contribuindo com o impulso de suas carreiras.

    Na última semana, por exemplo, o cantor sertanejo Luan Pereira usou seu perfil no Instagram para divulgar o novo single “Falta de Que?”, com participação de Murilo Huff.

    Seguido por mais de 9 milhões de internautas, o artista publicou uma série de vídeos com partes da gravação da faixa, alertando os fãs sobre o lançamento nas plataformas digitais.

    No Spotify, principal plataforma de áudio, Luan Pereira acumula 12,9 milhões de ouvintes mensais, sendo que no último sábado (18), ele alcançou o Top 1 da plataforma com “Entra na Defender”, hit com MC Daniel.

    Com o marketing através das redes presente em cada um de seus novos lançamentos, outros hits também já se destacaram pelo suspense feito antes de chegar às plataformas.

    Em 2021, por exemplo, Luan Santana criou especulação nos fãs em torno da identidade de sua “Morena”. Após recusa de Juliette, a faixa foi estrelada pela modelo norte-americana, Natália Barulich.

    Uma sequência de brincadeiras com os seguidores fizeram parte da divulgação da canção e a publicação feita pelo artista revelando a protagonista de seu vídeo clipe chegou a mais de 700 mil curtidas.

    Como resultado do marketing em torno de “Morena”, a faixa de Luan Santana entrou no top 100 da Billboard Global Excl. US. A lista rankeia as canções que mais bombaram em vendas digitais e nos serviços de streaming ao redor do mundo, com exceção dos dados dos Estados Unidos.

    Nos últimos três anos, outra artista com uma agenda de shows agitada é a sertaneja Ana Castela. No Spotify, a voz de “Nosso Quadro” conta com 16,2 milhões de ouvintes mensais.

    Representando um novo estilo musical, conhecido como “agronejo”, a Boideira também dita tendência com seus looks escolhidos para os shows. Seguida por mais de 10 milhões de pessoas no Tik Tok, Ana Castela costuma publicar vídeos de suas produções com bota e chapéu ao mesmo tempo em que divulga suas faixas.

    Veja fotos de Ana Castela

    Marcelo de Assis, jornalista e pesquisador musical desde 1984, ressalta o impacto significativo das plataformas na carreira desses artistas. “Plataformas como YouTube, Instagram e TikTok são essenciais para promover novas músicas e shows, reforçando esse engajamento entre fãs e seus artistas preferidos, principalmente quando esses mesmos artistas lançam seus singles e álbuns”, disse.

    Segundo ele, algumas ferramentas dessas redes são usadas de forma assertiva para adequação de shows que agradem ao público. “Deve se considerar que as equipes dos artistas recebem dados preciosos dessas plataformas digitais sobre as preferências de público, apresentando métricas que serão importantes para a compreensão do trabalho do artista a abrindo horizontes para as próximas estratégias a serem definidas”, explica Marcelo.

    “Com o acesso a esses dados, que incluem informações demográficas e de comportamento dos ouvintes, os artistas podem direcionar sua publicidade para públicos específicos, aumentando a eficácia das campanhas de shows”.

    A fusão do gênero sertanejo com outros estilos musicais também aumenta a visibilidade dos hits. As chamadas collabs [colaborações] entre os artistas ampliam sua rede de ouvintes nas redes, instigando o público a assistir de perto as apresentações em conjunto.

    De acordo com Marcelo, “isso é potencializado nas plataformas digitais, com lançamentos de singles com esse propósito e acaba sendo levado para os palcos, onde os fãs podem curtir essas colaborações ao vivo”.

    Ele explica ainda a independência dos artistas, que podem promover suas próprias carreiras. “As plataformas digitais, graças ao seu modelo democrático de distribuição, promovem uma certa independência artística, pois o artista tem a capacidade de promover e distribuir música. Assim eles têm mais controle sobre suas carreiras e shows, podendo tomar decisões criativas sem a necessidade de aprovação de gravadoras.”, ressalta.

    Outro fator impulsionado pelas plataformas é a perpetuação da obra de artistas veteranos do gênero. Com seus hits lendários disponíveis nos meios digitais, esses nomes continuam em alta na atual indústria musical.

    “Os novos artistas sertanejos também passam a ter, como ouvintes, acesso à essas discografias e isso sempre gera novas versões de clássicos do gênero, que eles vão apresentar, em algum momento, nos palcos do Brasil”, complementa o pesquisador que também é e membro do Grammy Latino.