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    Em Cannes, diretor de ‘Instinto Selvagem’ critica puritanismo em relação ao sexo

    Paul Verhoeven disse neste sábado (10) que está chocado pelo que chamou de atitudes cada vez mais puritanas em relação a sexo e nudez em filmes

    Sarah White, da Reuters, em Cannes

    O diretor de “Instinto Selvagem”, Paul Verhoeven, logo após apresentar sua sátira religiosa cheia de sexo Benedetta em Cannes, disse neste sábado (10) que está chocado pelo que chamou de atitudes cada vez mais puritanas em relação a sexo e nudez em filmes.

    Em Benedetta, que compete por prêmios no festival francês, Verhoeven mostra a relação lésbica entre duas freiras no Século 17, com base em uma história real que foi desenterrada por um historiador.

    “No geral, quando as pessoas fazem sexo, elas tiram a roupa”, disse Verhoeven em uma entrevista coletiva após a estreia do filme na Riviera Francesa, onde o elenco foi questionado se essa forma de nudez era mal vista no cinema hoje em dia.

    “Fico chocado que não queremos olhar para a realidade da vida.”

    O movimento #MeToo contra o assédio sexual em Hollywood e além também gerou mais escrutínio à maneira como mulheres são apresentadas nos filmes.

    Verhoeven, 82, é conhecido pela sua abordagem descaradamente erótica em alguns de seus filmes, incluindo “Instinto Selvagem”, de 1992, que contém a cena da atriz Sharon Stone cruzando as pernas em uma sala de interrogatório. Stone afirmou recentemente que não estava ciente de que seria vista tão explicitamente no filme, o que Verhoeven nega.

    Virginie Efira, que faz o papel de Benedetta, e a sua co-protagonista Daphne Patakia, a jovem freira que desperta o desejo de Benedetta, disseram no sábado que acham que as cenas de sexo e nudez no filme eram relevantes.

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