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    Do humor à fidelidade na adaptação: o que esperar de “Wicked”

    Filme adaptado de clássico musical da Broadway não tem medo de honrar suas raízes teatrais, ao passo que busca conquistar novos fãs para a história; produção estreia na quinta-feira (21)

    Nicoly Bastosda CNN

    A espera pela adaptação do clássico musical da Broadway “Wicked” está quase no fim. O filme homônimo à peça estreia na quinta-feira (21), trazendo foco às canções icônicas (como “Defying Gravity”), às atuações de Cynthia Erivo e Ariana Grande, e surpresas especiais para os fãs de carteirinha da história de Glinda e Elphaba. A CNN já pôde conferir o longa-metragem e traz detalhes do que esperar.

    A trama de “Wicked” funciona como um prelúdio do clássico “O Mágico de Oz” e acompanha a história de Elphaba (interpretada no filme por Cynthia Erivo), uma jovem que, por ter a pele verde, é mal interpretada e ainda não conhece seu verdadeiro poder, e de Glinda (Ariana Grande), uma mulher popular e ambiciosa que ainda não descobriu sua verdadeira identidade.

    As duas se conhecem na Universidade de Shiz, na Terra de Oz, e se tornam amigas.

    Em “O Mágico de Oz”, Elphaba e Glinda são Bruxa Má do Oeste e Bruxa Boa do Sul, nesta ordem.

    Na nova obra, Jon M. Chu (“Ela Dança, Eu Danço”), responsável pela direção, não tem medo de abraçar a origem teatral de “Wicked”, ao passo que se empenha em conquistar novos fãs.

    O que esperar sobre a adaptação do musical “Wicked”

    Está na hora de tentar desafiar a gravidade?

    Seguindo a letra da clássica “Defying Gravity”, ponto alto de “Wicked”, que exalta uma mudança ao conformismo e virada de chave para a atitude da personagem de Erivo, Jon M. Chu promove um filme grandioso em termos de filmes hollywoodianos, ao passo que busca honrar a grande essência do teatro se jogando nas performances clássicas como os grandes momentos da história.

    “Wicked” foi um livro lançado em 1995 e adaptado para o teatro em 2003. Suas estrelas originais incluíam Idina Menzel como Elphaba e Kristin Chenoweth como Glinda. A produção original da Broadway venceu três Tony Awards, enquanto o álbum com a trilha sonora recebeu um Grammy.

    Ao longo dos anos, o musical foi ganhando novos ares, com novo elenco, chegando a ganhar uma versão até mesmo no Brasil, em 2016, com as atrizes Fabi Bang, como Glinda, e Myra Ruiz, como Elphaba.

    Após 20 anos, o musical renova o brilho mais uma vez com a presença de Grande e Erivo em forma de produção cinematográfica. A adaptação, neste caso, pode ser levada ao pé da letra, ao passo que não tenta grandes mudanças a uma história que já é querida por um grande público e a crítica especializada.

    Dividida em dois atos (com o segundo filme com previsão de estreia para 2025), a obra das telonas segue à risca, os acontecimentos do primeiro ato da peça, desde o seu início, com o final de “O Mágico de Oz”, até o clímax em “Defying Gravity”. As canções e sequência de fatos são praticamente idênticas ao representado no teatro.

    Os personagens amados também seguem a essência do musical, assim como canções, falas e coreografias. Surpresas para fãs da peça original ainda estão garantidas ao longo do filme, com direito a easter egg na produção.

    Apesar disso, o filme não é feito apenas para quem é fã do icônico da Broadway. Novos amantes da história devem ser conquistados pela obra, que ainda precisa levar adeptos aos cinemas em 2025. A grandiosidade da atual produção não deve dificultar tal objetivo.

    Performances em “Wicked”

    Canções clássicas da história na Broadway, incluindo a própria “Defying Gravity” e “Popular”, são performadas com alta fidelidade durante o longa-metragem e dão o tom da trama e da personalidade das personagens.

    As vozes de Erivo e Grande são um espetáculo à parte. Ambas com carreiras musicais consolidadas em outros musicais e na própria indústria da música, conseguem imprimir o jeito único de Elphaba e Glinda se diferenciando de outros trabalhos ao apresentarem atuações teatrais em todos os sentidos, buscando não deixar dúvidas quanto a escalação. Fãs das personagens não devem se decepcionar.

    Outra grande performance pode ser vista com Jonathan Bailey (“Bridgerton”) dando vida ao Fiyero das telonas. Não tão recorrente na música, não é desculpa para o astro representar o também clássico personagem, dando a vida não só na voz, como nas coreografias elaboradas do longa-metragem.

    Personagens

    Regadas pelas vulnerabilidades e características mais marcantes de Glinda e Elphaba, Ariana Grande e Cynthia Erivo usam como base, claramente, suas antecessoras, e transmitem todos os pontos altos das clássicas personagens.

    Grande e Erivo vão do do humor ao drama na mesma medida e fornecem momentos cômicos e emocionantes. Como na história original Glinda é ainda o destaque no alívio cômico, enquanto Elphaba carrega uma maior carga dramática.

    Outros nomes do elenco certamente merecem destaque. Além de Bailey, Michelle Yeoh, como Madame Morrible e Jeff Goldblum, o grande mágico, também são proeminentes na história, seja para cativar, seja para dar o tom de revolta do desenrolar dos acontecimentos aos espectadores.

    Cenários grandiosos à la “O Mágico de Oz”

    A fotografia e o cenário da obra fazem jus ao “Mágico de Oz” de 1939. Assim como o clássico estrelado por Judy Garland, o filme de “Wicked” construiu tudo do zero, com o mínimo de CGI, para a ambientação da história.

    Elementos vistos durante a jornada de Dorothy ao reino não ficam de fora e ainda ganham elementos novos, com muita cor – e flores. Mais de 9 milhões de tulipas foram plantadas e cultivadas no norte da Inglaterra, onde a produção foi filmada, para criar o campo de tulipas gigantesco que aparece no filme.

    Além disso, a estrutura do trem que leva as personagens de Grande e Erivo ao Mágico de Oz pesa cerca de 16 toneladas, segundo contou o próprio diretor em um vídeo de bastidores.

    Até o momento, a mídia internacional especializada aclama o filme, destacando-o como uma “obra-prima”, “espetáculo cinematográfico” e “deslumbrante”.

    Há também críticos que exaltam a produção como a melhor adaptação de musical desde “Mamma Mia!”.

    Os elogios se estendem às atuações das protagonistas Ariana Grande e Cynthia Erivo.

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