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    Do hard rock às baladas românticas: Rita Lee ganhou o país com hits irresistíveis

    Desde o seu surgimento com os Mutantes, passando pelo fundamental Tutti-Frutti e pela sua incrível carreira solo, cantora acumulou dezenas de sucessos estrondosos do Rock e da MPB

    A cantora Rita Lee durante show no Hollywood Rock realizado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em 1995.
    A cantora Rita Lee durante show no Hollywood Rock realizado no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, em 1995. OTÁVIO MAGALHÃES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE

    Fábio Mendesda CNN

    São Paulo

    Maior cantora da história do rock brasileiro e um dos nomes fundamentais da música nacional em qualquer época, Rita Lee Jones de Carvalho se destacou como uma compositora de mão cheia, capaz de criar não apenas canções pungentes e cheia de atitude, mas também baladas românticas, daquelas de derreter corações. Morta aos 75, na noite de segunda-feira (9), ela deixa um legado inestimável não só para a música, mas para toda a cultura brasileira.

    Sua versatilidade resultou em dezenas de álbuns históricos e, principalmente, hits estrondosos, que tocavam incessantemente em emissoras de rádios e em novelas.

    A história musical de Rita começou ainda na adolescência, quando ela participou de grupos como “Six Sided Rockers” e “O Konjunto”. Este mudaria de nome para “Os Bruxos” já com seus primeiros grandes parceiros musicais: os irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista.

    Logo em seguida, aconselhados por Ronnie Von, mudaram de nome para Os Mutantes. Era o início da trajetória daquele que é tido por muitos como o maior grupo da história do Rock Brasileiro, notabilizando-se pelas canções psicodélicas e muita inventividade nos arranjos. Eles começaram a se apresentar nos programas de televisão da Record, como o “Jovem Guarda” e tiveram seu grande momento no Festival da Música Brasileira de 1966, interpretando “Domingo no Parque” ao lado de Gilberto Gil.

    Conhecido pela irreverência e criatividade, o conjunto emplacou sucessos como “Baby” e “Panis et Circensis”, compostas pelos colegas Caetano Veloso e Gilberto Gil. Mas não demorou muito para que ela se consagrasse com suas próprias composições, ao lado dos irmãos Baptista, como “Ando Meio Desligado” e “Balada do Louco”, este na voz de Arnaldo.

    Carreira solo e Tutti Frutti

    Rita permaneceu nos Mutantes até 1972, quando deixou a banda de maneira dramática. Antes disso, porém, ela lançou seu primeiro disco solo: “Build Up”, em 1970. Em seguida ela lançou outros dois álbuns: “Hoje é o Primeiro Dia do Resto de Sua Vida”, de 1972, e “Atrás do Porto tem uma Cidade”.

    É desse período pós-mutantes que surgem seus primeiros sucessos como artista solo: “Mamãe Natureza” e “Ando Jururu”.

    Mas foi quando formou o grupo Tutti Frutti, um dos mais importantes do chamado Hard Rock, que Rita Lee atingiu um novo patamar de sucesso e iniciou uma longa carreira de hitmaker. Em 1975 ela lançou o álbum “Fruto Proibido”, que vendeu mais de 700 mil exemplares – um número assombroso para a época – e é sempre lembrado como um dos maiores álbuns de rock brasileiro de todos os tempos. O disco reúne clássicos como “Ovelha Negra”, “Agora só falta você” e “Esse tal de Rock Enrou”, parceria com Paulo Coelho.

    Parceria com Roberto de Carvalho

    Após sair do Tutti Frutti, Rita Lee entrou em uma nova fase a partir de 1978, compondo e produzindo diversos discos com Roberto Carvalho, que seria o seu grande parceiro musical e também pessoal. Por décadas, eles compuseram alguns dos maiores sucessos do rock e do pop brasileiro.

    Logo no primeiro disco da dupla uma série de grandes sucessos ganharam as rádios do país, como “Jardins da Babilônia”. Em 1979, novo disco e mais sucessos: “Doce Vampiro”, “Papai, me Empresta o Carro” e “Mania de Você”, tão tocada até hoje que, segundo o Ecad, é a canção mais executada da cantora nos últimos 10 anos.

    Os anos 1980 foram o auge comercial de Rita Lee. Foi o período em que a cantora emplacou diversas canções em novelas da Globo – inclusive como temas de abertura, que à época era o principal sinal de prestígio e sucesso para qualquer artista brasileiro.

    A lista é extensa: “Caso Sério”, “Lança Perfume”, “Nem Luxo, Nem Lixo” e “Baila Comigo”, clássicos instantâneos, são do álbum de 1980. E nos anos seguintes vieram outros petardos: “Mutante”, “Flagra”, “Banho de Espuma”, “Desculpe o Auê”, “Dias Melhores Virão”, “Saúde”, “Cor de Rosa Choque”, “Bwana”.

    Depois dos anos 1990 ela continuou emplacando diversos sucessos como “Obrigado, não”, “Fruta Madura” e “Pagu”, com Zélia Duncan. Um de seus últimos grandes sucessos, já no século 21, foi “Amor e Sexo”, de 2003, em uma inusitada parceria com o cineasta Arnaldo Jabor.