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    Disney não exibirá em Hong Kong episódio de Simpsons que menciona “trabalho forçado”

    Episódio está disponível para assistir nos Estados Unidos no Hulu, outra plataforma da Disney

    Michelle Tohda CNN

    Um episódio de “Os Simpsons” que inclui uma fala sobre “campos de trabalhos forçados” na China continental foi retirado da plataforma de streaming da Disney em Hong Kong.

    Uma cena no segundo episódio de sua última temporada mostra a matriarca do programa, Marge Simpson, pedalando em uma bicicleta indoor com um instrutor na tela em frente a um fundo virtual da Grande Muralha da China.

    Durante a cena, o instrutor diz: “Eis as maravilhas da China. Minas de Bitcoin, campos de trabalhos forçados onde crianças fazem smartphones e romance”.

    A CNN confirmou que o episódio – que foi ao ar pela primeira vez em outubro – não está disponível na versão de Hong Kong do Disney+. O episódio, porém, está disponível para assistir nos Estados Unidos no Hulu, outra plataforma da Disney.

    A remoção ocorre após o lançamento de uma polêmica lei de segurança nacional em Hong Kong em 2020, que proíbe “sedição, secessão e subversão” contra Pequim. Também permite que as agências de segurança nacional chinesas operem na cidade.

    A Disney se recusou a comentar, enquanto o governo de Hong Kong não respondeu imediatamente a um pedido de comentário. O Financial Times foi o primeiro a relatar a notícia nesta segunda-feira (6).

    A Disney enfrentou escrutínio por omitir conteúdo considerado crítico da China antes – inclusive com o mesmo programa.

    Em novembro de 2021, a gigante de Hollywood removeu outro episódio de “Simpsons” de sua plataforma Disney+ em Hong Kong. Apresentava uma cena na Praça da Paz Celestial, local de um massacre brutal de manifestantes pró-democracia em Pequim em 1989.

    Nesse episódio, a família Simpsons em visita à capital chinesa se depara com uma placa na praça que diz: “Neste local, em 1989, nada aconteceu”.

    A referência mais recente ocorre quando a China continua a ser acusada de trabalho forçado, particularmente na região de Xinjiang, no extremo Oeste.

    Em 2021, os Estados Unidos proibiram todas as importações da região, onde o Departamento de Estado dos EUA estimou que até dois milhões de uigures e membros de outros grupos étnicos foram presos em uma rede de campos de concentração. Ex-detentos alegaram que foram submetidos a intensa doutrinação política, trabalhos forçados, tortura e abuso sexual nesses locais.

    A China negou veementemente ter cometido violações dos direitos humanos em Xinjiang. O país disse anteriormente que estabeleceu tais centros como forma de combater o “extremismo” na região.

    Tara Subramaniam, da CNN, contribuiu para esta reportagem.

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