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    Diferente do livro e filme, série “Percy Jackson” conta mito original de Medusa

    Showrunner destacou que contou a versão, mas manteve o discurso apropriado para a idade dos personagens

    Mito original de Medusa é contado na série "Percy Jackson"
    Mito original de Medusa é contado na série "Percy Jackson" Reporudção/Disney

    Da CNN

    O terceiro episódio da série “Percy Jackson e os Olimpianos” foi disponibilizado na terça-feira (26) no Disney+ e mostra a primeira vitória do personagem contra uma das mais famosas figuras mitológicas: Medusa.

    O conflito está presente tanto no livro de Rick Riodan quanto no filme, lançado em 2010, no entanto, traz a visão de Percy, filho de Poseidon sobre a górgona e não aborda o mito original.

    No mito original, Medusa é uma mulher humana que faz voto de celibato por devoção a Atenas, a deusa da sabedoria. No entanto, ela inicia um relacionamento com o deus do mar, Poseidon, que se torna sexual uma noite. Muitas interpretações apontam que o encontro, ocorrido no templo de Atenas, não foi consensual e que Poseidon estuprou Medusa.

    Atena decide punir Medusa, roubando sua beleza ao transformá-la em uma górgona que petrifica qualquer pessoa com quem ela faça contato visual. A história termina com o semideus Perseu – que deu nome a Percy Jackson – decapitando Medusa e entregando sua cabeça a Atena.

    Rebecca Riordan, casada com o autor do livro e produtora executiva da série de TV, disse à “Variety” que “a única razão pela qual Medusa não é mais desenvolvida nos livros é que era a narrativa de Percy e não temos a perspectiva dela”. Os livros são escritos em primeira pessoa.

    “Quando era um menino de 12 anos, em 2005, não acho que ele tivesse capacidade para desconstruir o patriarcado”, acrescentou Rick. “Ele estava olhando para isso como: ‘Esta é uma mulher assustadora que está tentando me transformar em pedra’”.

    Segundo Rebecca, essa “foi uma das primeiras coisas sobre as quais conversamos, como não ter lentes patriarcais”.

    Na série, a figura mitolófica é citada logo no primeiro episódio, mesmo que só apareça no terceiro, quando a mãe de Percy o leva ao Museu Metropolitano de Arte de Nova York e mostra a estátua de Antonio Canova do início de 1800, em que Perseu segurando a cabeça decepada da Medusa.

    “Nem todo mundo que parece um herói é um herói, e nem todo mundo que parece um monstro é um monstro”, diz a mãe de Percy.

    Já no terceiro episódio, Percy, Annabeth e Grover, ao contrário do livro, percebem quem é a górgona imediatamente, mas o semideus decide ficar com ela, pois é a única opção de refúgio enquanto são perseguidos por um dos Fúrias enviadas por Hades.

    Sentindo a raiva de Annabeth, filha de Atenas, em relação a ela, Medusa conta seu lado da história.

    O showrunner da série Jon Steinberg destacou que manteve o discurso da apropriado para a idade dos personagens.

    “Se você sabe do que ela está falando, você sabe do que ela está falando. Se você é muito jovem para participar dessa conversa, isso não o incomodará. Você está apenas em uma cena sobre essa mulher que parece complicada”, afirmou à “Variety”.

    “Todo mundo tem uma opinião sobre o que aconteceu. Não há versão que seja a versão. Se Atena e Poseidon estivessem naquela sala, você teria três versões diferentes dessa história”, acrescentou.

    A série “Percy Jackson e os Olimpianos” chegou ao Disney+ em 20 dezembro. Até o momento, três episódios estão disponíveis. Ao todo serão oito.

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