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    De diário a prêmio Nobel: 10 livros para dar de presente de Natal

    Obras literárias costumam ser boas escolhas para presentear amigos e parentes queridos

    Pedro N. Jordãoda CNN

    Muitas vezes, no Natal, é preciso comprar presentes de última hora para um amigo querido ou um parente. Nessas horas, é possível ficar perdido, sem saber o que escolher, mas, certamente, os livros são boas escolhas e opções. Confira abaixo dez sugestões.

    Entre as produções apontadas na lista estão grandes autores, como Annie Ernaux e Han Kang — vencedoras do Nobel de Literatura — ou Camila Sosa Villada e Virginia Woolf — autoras que marcam gerações com a fortaleza de seus escritos.

    O conjunto de indicações é composta por livros que foram lançados em 2024 no Brasil ou que tiveram destaques por algum motivo específico neste ano.

    10 livros para dar de presente no Natal

    “Impostora: Yellowface” – R.F. Kuang

    O enredo acompanha as escritoras June Hayward e Athena Liu, que se formaram em Yale e publicaram seus romances de estreia na mesma época. Tudo indicava que chegariam juntas ao estrelato, mas, pouco depois da graduação, Athena começou a colher louros literários, enquanto June recebeu apenas migalhas de reconhecimento.

    Quando Athena morre em um estranho incidente, June decide que chegou seu momento de brilhar. Por impulso, ela rouba o manuscrito do novo livro da amiga, uma obra experimental sobre a relevância dos trabalhadores chineses durante a Primeira Guerra Mundial.

    Mas alguém parece saber que a obra-prima de Athena Liu foi roubada, e debates sobre plágio e identidade racial ganham as redes sociais. June então percebe que não poderá escapar desse fantasma para sempre. Do que ela será capaz para proteger o sucesso que acredita merecer?

    O livro foi laçado em agosto de 2024 pela editora Intrínseca no Brasil.

    “Terra prometida” – Joan Lowell

    Lançado no Brasil em setembro de 2024 pela editora Ercolano, o livro apresenta um relato intrigante da atriz americana que se torna uma vigarista após passar a viver na região de Anápolis, no centro-oeste do Brasil. Escrita originalmente em 1952, a obra desafia as fronteiras entre a ficção e a não ficção e destaca o talento de Lowell em criar narrativas convincentes que enganaram até mesmo as estrelas de Hollywood.

    A experiência da atriz causou furor na comunidade cinematográfica, e seus escritos serviram de propaganda para atrair outros artistas para o centro do Brasil. Sem demora, grandes nomes da indústria do entretenimento, como Mary Martin e Janet Gaynor, se instalaram em Goiás com a benção da autora-pioneira.

    Como escreve o repórter Chico Felitti na orelha do livro: “Existe ficção. Existe não ficção. E existe uma zona cinza e misteriosa onde mora Terra Prometida”

    “Bem-vindos à Livraria Hyunam-dong” – Hwang Bo-reum

    A autora apresenta neste livro uma história emocionante sobre os momentos decisivos da nossa vida e como os livros são capazes de curar feridas e mudar as pessoas.

    A história acompanha Yeongju, personagem que tem se sentido desmotivada. Sua vida se tornou uma sucessão de frustrações e ela sente um vazio eterno no peito. Cansada de viver assim, ela decide deixar tudo para trás e colocar em prática um antigo sonho: abrir uma livraria.

    “A viagem inútil: Trans/escrita” – Camila Sosa Villada

    Este livro autobiográfico resgata memórias primordiais da autora, em sua infância em Córdoba, para refletir sobre literatura, escrita, família, pobreza e a relação entre tudo isso. Num exercício de autoinvestigação, Camila fala sobre sua relação com a escrita e como ela foi transformada por essa ferramenta ao longo dos anos.

    O livro, lançado no Brasil pela editora Fósforo em junho de 2024, contém frases antológicas e definições inesquecíveis sobre diversos temas, como, por exemplo: “Descubro que existe um poder no exercício da leitura. O poder do prazer da solidão. Não estou interessada em mais ada. Logo depois, como consequência inevitável, vem a prática da escrita”.

    Camila mostra como, para ela, leitura e escrita são atos essenciais, capazes de transformar e ancorar a vida.

    “Olhe as luzes, meu amor” – Annie Ernaux

    A editora Fósforo também foi responsável pelo lançamento do novo livro (outubro de 2024) da francesa Annie Ernaux, autora que recebeu o Nobel de Literatura em 2022 pelo conjunto de sua obra.

    Nesta obra, Ernaux volta sua atenção para o fenômeno dos grandes supermercados, espaço onipresente na vida moderna e domínio por excelência da mulher na sociedade patriarcal. Registrando suas visitas a um hipermercado dentro de um shopping perto de Paris ao longo dos meses, ela exercita o que considera um “modo impressionista de apreender coisas e pessoas”, isto é, “um livre registro das observações, sensações, para tentar capturar alguma coisa da vida que se desenrola ali”.

    “O diário de Asheham” – Virginia Woolf

    Uma das principais autoras feministas do século 20, Woolf descreve os dias que viveu entre 1915 e 1917, quando sofreu um colapso que a impediu de ler e escrever.

    O diário de Asheham, que durante muito tempo foi desprezado pela crítica e abandonado pelas editoras, pela suposta desimportância do conteúdo, foi lançado no Brasil em junho de 2024 pela editora Nós.

    “Uma pergunta por dia: para iluminar sua vida” – Deepak Chopra

    Diferente das obras anteriores, este livro é, na verdade, um diário a ser escrito por cada leitor. A cada página, há uma pergunta e três espaços para resposta ― um para cada ano.

    A ideia é ajudar o dono do livro a se conhecer melhor com o passar do tempo, conforme responde à pergunta do dia, mapeando seu crescimento emocional, físico e espiritual e desenvolver o autoconhecimento.

    A proposta foi criada e escrita pelo médico indiano e Deepak Chopra. A nova edição da obra acaba de ser lançada no Brasil pela editora Intrínseca.

    “O cochilo de Deus” – Raïssa Lettiére

    A escritora desafia o leitor a pensar sobre a criação do mundo e a espiritualidade sob diversas óticas e perspectivas. O livro apresenta uma narrativa ao mesmo tempo ousada e reflexiva, que mistura questionamentos existenciais e conflitos humanos, revelando as ambiguidades do sagrado.

    Tratar a religiosidade de forma sensível em uma obra ficcional é algo pouco abordado na literatura contemporânea, mas que pode ser potencializado quando temas como a criação da humanidade, o sentido da vida, a existência do mal são presenças sutis em meio a uma narrativa que se entrelaça cheia de enigmas.

    O livro foi lançado no Brasil pela editora Faria e Silva em outubro de 2024.

    O Cochilo de Deus

    “Atos humanos” – Han Kang

    Vencedora do Nobel de Literatura de 2024 e uma das autoras contemporâneas mais importantes, Han Kang cria neste livro uma demonstração dos seus poderosos recursos literários.

    Em maio de 1980, na cidade sul-coreana Gwangju, o exército reprimiu um levante estudantil, causando milhares de mortes. O evento de trágicas consequências foi transfigurado nesta ficção extraordinária, poética, violenta e repleta de humanidade.

    O livro foi lançado pela editora Todavia em maio de 2021 e ganhou novos holofotes após Kang receber o Nobel.

    “Gilberto Braga, o Balzac da Globo” – Artur Xexéo e Mauricio Stycer

    A biografia de Gilberto Braga, escrita por Artur Xexéo e Mauricio Stycer, apresenta um enredo que poderia ser uma novela: tragédias familiares, ascensão social, superações na vida profissional e pessoal.

    O texto ajuda a contar não só a história de um dos maiores escritores de novela do país, mas também da própria teledramaturgia brasileira, responsável por revolucionar os folhetins, trazendo temas importantes e tratados de forma inédita muitas vezes.

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