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    Crítica: filme frenético com Brad Pitt, “Trem-Bala” parece um aspirante a Tarantino

    Astro mostra seu lado brincalhão e machista, os mesmos dos filmes do diretor de "Kill Bill" e "Era uma vez em... Hollywood"

    Brian Lowryda CNN

    “Trem-Bala” certamente se move em um ritmo apropriado, com Brad Pitt liderando um elenco de estrelas. Mas a ação frenética é compensada por um tom inteligente que se mostra desigual e ocasionalmente fofo demais para seu próprio bem, junto com uma mistura de estilos – da música ao visual – que parece um aspirante a Quentin Tarantino, com uma pitada de “Deadpool”.

    Essa última influência não deve surpreender, já que o diretor David Leitch supervisionou a sequência de “Deadpool”, além de trabalhar nas franquias “John Wick” e “Velozes e Furiosos”.

    Os ecos de Tarantino também são intensificados pela presença de Pitt, que mostrou seu lado brincalhão e machista nos filmes do diretor, mais recentemente ganhando um Oscar por “Era uma vez em… Hollywood”.

    A história, no entanto – que o roteirista Zak Olkewicz adaptou do romance japonês – não possui combustível suficiente para sustentar consistentemente esse tom. Mesmo flashbacks extensos para tirar a narrativa de seu espaço confinado não podem adicionar intriga suficiente às maquinações desses estranhos em um trem.

    Juntando-se à história em andamento, o assassino de má sorte de Pitt (codinome Ladybug) embarca em um trem-bala no Japão, com ordens de adquirir uma maleta cheia de dinheiro.

    Infelizmente, ele não é o único assassino habilidoso a bordo.

    Se o personagem cansado do mundo de Pitt só quer completar a missão e desembarcar, outros abrigam motivos mais pessoais. As várias facções variam de uma jovem misteriosa (Joey King) a um par de agentes briguentos chamados de “gêmeos” (Aaron Taylor-Johnson e Brian Tyree Henry) e um assassino vingativo interpretado por Benito A. Martínez Ocasio, a.k.a. Coelho mau.

    Isso mal arranha a superfície do elenco, incluindo aparições claramente destinadas a fornecer pequenas recompensas ao público. A desvantagem, porém, é que alguns rostos mais reconhecíveis aparecem tão brevemente que mal são registrados.

    O cenário claustrofóbico realmente funciona a favor de encenar as sequências de luta, que são brutais, sangrentas e frequentemente feitas para rir. De fato, mais de uma cena imita “Kill Bill”, incluindo o divertido dilema de como tentar matar alguém sem violar as regras do “vagão silencioso” do trem.

    Na maioria das vezes, porém, “Trem-Bala” ressalta os desafios em tentar infundir esse tipo de filme com as qualidades de um desenho animado de ação ao vivo, mesmo que o objetivo seja duas horas de escapismo despretensioso.

    Esta não é outra sequência, que neste gênero quase por si só parece motivo de celebração; ainda, nem o filme parece remotamente original. Talvez seja por isso que, embora o passeio resultante não seja sem emoção, em termos de perfurar um ingresso para o teatro, é difícil recomendar pegar esse “Trem”.

    O filme estreia nesta quinta-feira (4) nos cinemas brasileiros.

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