Crítica: “Do Revenge”, da Netflix, tem estrelas no elenco mas não empolga
Novidade com Camila Mendes e Maya Hawke no elenco mostra que antigas fórmulas de filmes adolescentes ainda existem, mas perde o fôlego no final


“Do Revenge” (“Justiceiras”, no Brasil) tem todos os ingredientes para ser um sucesso de audiência ao combinar uma vibe de “Meninas Malvadas” com as estrelas de duas franquias adolescentes populares: Camila Mendes (“Riverdale”) e Maya Hawke (“Stranger Things”).
Mas é uma pena que o filme da Netflix não corresponda a essas qualidades, oferecendo uma mistura de homenagens que são levemente divertidas, mas não arrebatam no final.
A inspiração mais óbvia neste segundo filme da diretora Jennifer Kaytin Robinson (“Alguém Especial”, da Netflix) seria o frequentemente copiado “Pacto Sinistro”, de Alfred Hitchcock, quando duas estudantes do ensino médio se conhecem, percebem que têm sentimentos fervilhantes contra pessoas diferentes e começam a discutir a perspectiva de se unir para se vingar delas.
No entanto, o enredo (baseado em um roteiro de Robinson e Celeste Ballard) não persegue essa perspectiva sedutora com muita convicção, o que pode explicar por que perde o fôlego no final.
O filme também se inspira com muitos outros filmes adolescentes, como “Segundas Intenções” – ele mesmo uma adaptação do romance francês “Ligações Perigosas”.
Principalmente, é uma história de amizade improvável, tendo como pano de fundo outra escola particular onde as festas fazem os bacanais romanos parecerem contidos.
O elenco também está repleto de talentos de outras franquias que parecem ter passado a fase para interpretar estudantes do ensino médio, incluindo Austin Abrams (“Euphoria”), Alisha Boe (“13 Reasons Why”) e Sophie Turner (“Game of Thrones”).
Descrevendo-se como “dois soldados feridos no campo de batalha da adolescência”, Mendes/Drea é a abelha rainha no topo das camadas sociais, apesar de ser bolsista neste reino de riqueza e privilégio.
Ela dirige sua raiva para ex-namorado Max (Abrams), que vazou uma fita explícita dela, enquanto Eleanor, personagem de Hawke, nutriu um antigo rancor contra uma garota que fez uma falsa acusação contra ela.
“Nesta história, nada é ao que parece”, Drea adverte logo no início, o que deve ser uma dica das reviravoltas que virão, enquanto ela e Eleanor se revezam como narradoras, o que funciona até que, no final, não.
A Netflix obteve um sucesso considerável do gênero adolescente, com tudo, de romance a thrillers, incluindo projetos anteriores que ofereceram novas versões de contos históricos como “Cyrano de Bergerac”.
Mas “Do Revenge” começa por esse caminho antes de fazer um desvio significativo – uma estratégia que não é ruim em teoria, mas perde na execução.
O elenco provavelmente representa metade do filme, e Mendes e Hawke têm uma vitrine sólida, isso é certo. No entanto, “Do Revenge” não traz nada de novo, e simplesmente segue no que se tornou uma fórmula já estabelecida.
“Do Revenge” estreou nesta semana na Netflix.