Conheça a discografia completa de Taylor Swift
Com 17 anos de carreira e 10 álbuns lançados, sem contar as regravações, Taylor Swift já passou pela a maioria dos gêneros musicais
A artista, com grande poder de impactar a indústria fonográfica, coleciona uma obra completa que vale revisitar. Há 17 anos, Taylor Swift fazia sua estreia com o lançamento do single “Tim McGraw”. A faixa, com nuances country, conquistou imediatamente o público, mas o que ninguém poderia prever é que a menina nascida em West Reading, Pensilvânia, se tornaria um fenômeno global.
Atualmente, ostentando nove álbuns de estúdio, uma fortuna avaliada em US$ 1,1 bilhão e uma impressionante coleção de onze gramofones do Grammy, além de numerosos prêmios como o American Music Awards e Billboard Music Awards, Taylor Swift solidificou-se como um nome inquestionável no meio.
O ponto culminante de sua carreira foi o álbum “1989”, lançado em 2014, que conquistou status de platina no Brasil, com mais de 80 mil cópias vendidas, e atingiu a marca de 10,4 milhões de unidades comercializadas mundialmente.
Agora, a cantora concentra-se no relançamento de seus álbuns mais antigos, uma estratégia para reaver a propriedade de seu catálogo inicial.
O primeiro dessa empreitada foi “Fearless (Taylor’s version)”, originalmente gravado em 2008, e relançado em 9 de abril, com a inclusão de seis novas canções. Em seguida foi “Red (Taylor’s version)”, em 2022, Speak Now (Taylor’s Version) e 1989 (Taylor’s Version). Relembre sua discografia:
Taylor Swift (2006): o início da jornada
Em 2006, a jovem de West Reading lançava seu álbum de estreia, marcando o início de uma jornada musical que redefiniria o cenário pop e country. O álbum homônimo, “Taylor Swift”, serviu como uma introdução ao mundo de uma artista destinada a se tornar uma das maiores da indústria musical.
O álbum abre com “Tim McGraw”, uma ode ao poder da música em evocar memórias. Logo depois, “Teardrops on My Guitar” revela a vulnerabilidade de Swift ao contar uma história de amor não correspondido. Ambas as faixas estabelecem a assinatura única da cantora em transformar experiências pessoais em relatos universalmente identificáveis.
As narrativas de Taylor Swift são complementadas por melodias que capturam a essência da juventude e das complexidades emocionais. “Picture to Burn” irradia uma energia de independência, enquanto “Should’ve Said No” destaca a força de Swift ao romper com o convencionalismo. Cada faixa, um capítulo distinto, contribui para a história musical do álbum.
Fearless (2008): um salto para o estrelato
Em 2008, Taylor Swift elevou-se a novas alturas com o lançamento do álbum “Fearless“, um marco que não apenas solidificou sua posição na indústria musical, mas também deixou uma marca na narrativa do pop e country contemporâneo.
Este álbum, que catapultou para o estrelato global, destaca-se como um tributo à juventude, ao amor e à exploração emocional.
O título do álbum não poderia ser mais apropriado. “Fearless” não apenas representa a audácia da jovem cantora em compartilhar suas experiências mais íntimas, mas também encapsula sua disposição de abraçar o desconhecido, especialmente quando se trata do amor.
“Fearless” é também uma jornada cinematográfica por relacionamentos, paixões e desilusões. “Love Story”, com sua narrativa shakespeariana moderna, e “You Belong with Me”, uma crônica sobre o desejo incontido, se destacam neste cruzamento de artes.
Além das letras cativantes, “Fearless” marca uma transição musical para Taylor Swift.
Ao incorporar elementos pop em sua sonoridade country característica, ela criou um álbum que transcendeu fronteiras musicais. Essa fusão de estilos não apenas ampliou sua base de fãs, mas também solidificou sua posição como uma artista multifacetada.
Speak Now (2010): o poder da autonomia criativa
Em 2010, Taylor Swift lançou “Speak Now”, um álbum que representa um ponto de inflexão na carreira de Swift, marcando sua evolução musical em uma abordagem mais independente.
“Speak Now” é uma expressão de autenticidade artística, que, além de cantar sobre seus sentimentos e amores, assume o papel de autora, compositora e narradora em cada faixa.
O álbum apresenta uma variedade de contos de amor. “Mine” e “Back to December” exploram o tema do arrependimento e do perdão, enquanto “Enchanted” é uma melodia que captura o encanto do encontro romântico.
O álbum foi recebido com aclamação crítica e alcançou um sucesso comercial notável. Singles como “Mean” e “Sparks Fly” atingiram as paradas, consolidando a presença de Swift em múltiplos gêneros musicais. “Speak Now” também valeu à artista diversos prêmios, incluindo o Grammy de Melhor Álbum de Country.
Red (2012): a expansão de horizontes musicais
No cenário musical de 2012, Taylor Swift lançava “Red”, um álbum que definiu a entrada de um universo pop mais amplo em sua carreira. Canções como “I Knew You Were Trouble” e “22” apresentam uma transição clara do country para o pop.
A temática central de “Red” gira em torno da complexidade das relações. A faixa-título, “Red”, encapsula a intensidade do amor apaixonado, enquanto “All Too Well”, que tem a versão de dez minutos, oferece uma narrativa poética da desilusão.
“Red” também apresentou colaborações notáveis, como a parceria com Ed Sheeran em “Everything Has Changed”. O álbum recebeu reconhecimento crítico e comercial, recebendo várias indicações e prêmios.
1989 (2014): a mudança radical para o pop
Em 2014, Taylor Swift rompeu com suas raízes country e lançou “1989”, com uma estética inspirada nos anos 80 e letras afiadas. O álbum testemunhou uma metamorfose para Taylor Swift, que conquistou o coração dos fãs ao adicionar elementos do synth-pop, que trouxeram uma energia fresca e contagiante ao álbum.
As letras de “1989” exploram temas de amor e crescimento, mas desta vez em um contexto mais amplo. “Blank Space” e “Style” oferecem uma visão mais madura das complexidades do amor e dos relacionamentos, enquanto “Shake It Off” se tornou um hino de empoderamento e aceitação.
O álbum foi aclamado pela crítica, recebendo elogios por sua produção polida e letras inteligentes. “1989” não só arrebatou prêmios, incluindo o Grammy de Álbum do Ano, mas também alcançou um sucesso comercial massivo, vendendo milhões de cópias ao redor do mundo.
Além da música, “1989” foi uma experiência cultural. Swift retirou todas as suas músicas dos serviços de streaming na época e optou por lançamentos físicos e digitais exclusivos. Essa estratégia não apenas impulsionou as vendas, mas também ressignificou a relação entre artistas e serviços de streaming.
Reputation (2017): a resposta à controvérsia
Em 2017, Taylor Swift lançou o “Reputation” que além de álbum, foi um manifesto. A cantora se refez após controvérsias e escândalos midiáticos em que foi envolvida nos anos anteriores. Desafiando as narrativas impostas pela mídia, o álbum apresenta uma mulher empoderada, pronta para assumir o controle de sua própria história.
A sonoridade de “Reputation” é uma jornada pela escuridão e pela modernidade. Com faixas como “Look What You Made Me Do” e “End Game”, Swift incorpora elementos eletrônicos e sintetizadores, criando uma atmosfera sonora que espelha a intensidade de suas experiências vividas.
As letras de “Reputation” são respostas calculadas. “Delicate” e “Getaway Car” exploram os matizes do amor e da fuga, enquanto “This Is Why We Can’t Have Nice Things” é uma obra de sarcasmo e assertividade.
A estética visual de “Reputation” conta com o simbolismo de cobras, cemitérios e da presença constante de diamantes. Cada detalhe é uma escolha deliberada que contribui para a narrativa visual do álbum.
As performances ao vivo e os videoclipes refletem o cuidado meticuloso na construção dessa nova identidade.
Lover (2019): um retorno à essência
Em 2019, Taylor Swift lançou “Lover”, um álbum que marcou um retorno à doçura romântica. O álbum pinta paisagens sonoras que capturam a essência do amor em suas várias formas. Desde a faixa-título, “Lover”, que evoca uma atmosfera de romance atemporal, até “Paper Rings”, com seu espírito descontraído.
“You Need To Calm Down” tornou-se um hino LGBTQIAP+, celebrando a diversidade e promovendo a aceitação. Já “The Man” questiona as disparidades de gênero, com Swift desafiando estereótipos e expectativas sociais.
“Lover” apresenta colaborações notáveis, como “ME!” com Brendon Urie do Panic! At The Disco e “Soon You’ll Get Better” com as Dixie Chicks. Essas parcerias acrescentam camadas à riqueza musical do álbum e marcam a exploração de Swift em gêneros como pop, synth-pop e indie pop.
“Lover” recebeu aclamação crítica e alcançou sucesso comercial, estreando no topo das paradas. Ganhou o prêmio de Álbum do Ano no American Music Awards e foi indicado ao Grammy. O álbum provou que a abordagem autêntica e honesta de Swift em relação à sua vida e emoções continua a ressoar profundamente com seu público.
Folklore e Evermore (2020): a revolução indie
Em um ousado afastamento de sua sonoridade pop característica, Taylor Swift surpreendeu o mundo musical em 2020 com os lançamentos consecutivos de “Folklore” e “Evermore”. Esses álbuns revelaram uma faceta mais contemplativa e introspectiva da artista.
Mergulhando nas paisagens sonoras do indie folk, o álbum é uma exploração poética e melancólica de narrativas fictícias e experiências pessoais. Faixas como “Cardigan” e “The 1” transportam os ouvintes para um mundo de reflexão.
A colaboração com Aaron Dessner, membro da banda The National, e Jack Antonoff, produtor renomado, desempenhou um papel fundamental na transição de Swift para o universo indie folk.
Em dezembro do mesmo ano, Taylor Swift surpreendeu novamente com “Evermore”, um álbum que serviu como uma continuação natural de “Folklore”. Mantendo a estética indie folk, “Evermore” aprofundou-se ainda mais na exploração emocional, apresentando faixas como “Willow” e “Champagne Problems”.
“Betty”, em “Folklore”, conta uma história de arrependimento adolescente, enquanto “Tolerate It” em “Evermore” mergulha nas complexidades de relacionamentos.
Midnights (2022): o álbum sobre términos
No dia 21 de outubro de 2022, Taylor Swift lançou seu décimo álbum de estúdio, intitulado “Midnights”, pela Republic Records. O anúncio do álbum ocorreu durante o MTV Video Music Awards de 2022, marcando o retorno da artista após os álbuns de folk alternativo “Folklore” e “Evermore” (2020), além das regravações de seus dois primeiros álbuns em versões “Taylor’s Version” (2021).
“Midnights” se destaca como um projeto conceitual, mergulhando nas reflexões noturnas e nas “noites de insônia” que inspiraram Taylor Swift. O álbum aborda temas como ansiedade, insegurança, autocrítica, autoconsciência, insônia e autoconfiança, utilizando letras que são confissões sinceras, mas ao mesmo tempo enigmáticas. O desenvolvimento e gravação do disco ocorreram entre 2021 e 2022, com a colaboração de Jack Antonoff, parceiro de longa data da artista.
Em termos musicais, “Midnights” adota uma abordagem alternativa, explorando estilos como chill out, electropop, dream pop e bedroom pop. As faixas se destacam por seus ritmos sutis, sintetizadores vintage, drum machine e influências de hip hop e R&B. Na edição padrão, a única participação é da cantora Lana Del Rey, enquanto a edição “Til Dawn” apresenta um remix de “Karma” com a participação de Ice Spice.
A divulgação do álbum incluiu a revelação da lista de faixas no TikTok, através da série “Midnights Mayhem with Me”, entre setembro e outubro de 2022, e o lançamento de sete faixas bônus. Duas edições especiais foram lançadas em maio de 2023.
O álbum alcançou sucesso comercial global, quebrando recordes no Spotify e estreando no topo da Billboard 200 nos Estados Unidos. O sucesso foi evidenciado pelo recorde de reproduções em um único dia e pela maior semana de vendas de vinil do século 21. “Midnights” se tornou o álbum mais vendido de 2022 e gerou 10 faixas no top 10 da Billboard Hot 100 simultaneamente, um feito notável na carreira de Swift.
Os singles “Anti-Hero”, “Lavender Haze” e “Karma” também alcançaram posições destacadas nas paradas, consolidando ainda mais o impacto e a popularidade do álbum. Para promover “Midnights” e outros trabalhos, Taylor Swift embarcou na The Eras Tour em 2023, enfrentando alta demanda por ingressos, evidenciando o entusiasmo dos fãs pela nova fase de sua carreira.
Porque Taylor Swift está regravando os álbuns?
A iniciativa de Taylor Swift de regravar toda a sua discografia, agora intitulada “Taylor’s Version” (“Versão da Taylor”), surge de um confronto público com o produtor Scooter Braun, desencadeado por sua aquisição das masters da artista em 2019, contra sua vontade expressa.
As masters, que representam as primeiras versões completas das músicas após todo o processo de produção, gravação e pós-produção, tornaram-se objeto de uma disputa intensa. Embora Taylor mantenha os direitos autorais de seus álbuns, as masters dos seis primeiros discos estão sob o controle de Scooter Braun, que as adquiriu quando comprou a Big Time Records em 2019.
A Big Time Records, anteriormente propriedade de Scott Borchetta, era a gravadora responsável pelos primeiros álbuns de Taylor. Quando Scooter Braun adquiriu a empresa, ele também se tornou o proprietário das músicas da cantora, desencadeando uma série de eventos que levaram a uma briga pública.
Taylor Swift, expressando seu descontentamento nas redes sociais, revelou que considerava seu legado sendo vendido a alguém que, em suas palavras, “um dia quis destruí-lo”. Ela detalhou incidentes, como a proibição por Scooter Braun de apresentar suas músicas no American Music Awards de 2019 e o uso restrito dos singles em produções audiovisuais.
O renascimento artístico de Taylor Swift
Em resposta a esse impasse, Taylor Swift anunciou em 2019 sua intenção de regravar toda a sua obra associada a Scooter Braun como uma estratégia para recuperar o controle sobre suas próprias canções. Os seis álbuns afetados são “Taylor Swift” (2006), “Fearless” (2008), “Speak Now” (2010), “Red” (2012), “1989” (2014) e “Reputation” (2017). Além disso, ela prometeu novos trabalhos, marcando uma nova fase em sua carreira.
Desde então, a cantora tem cumprido suas promessas, lançando as regravações dos álbuns “Fearless” e “Red” em 2021. Estes lançamentos foram acompanhados por faixas inéditas, como “Mrs. Perfectly Fine” e uma versão estendida de 10 minutos da música “All Too Well”.
Além das regravações, Taylor Swift lançou quatro novos álbuns de estúdio pela Republic Records: “Lover” (2019), “Folklore” e “Evermore” (2020), e “Midnights” (2022). Esses projetos representam não apenas uma resistência artística, mas também a busca contínua de Swift por independência e controle em uma indústria que muitas vezes desafia o domínio dos artistas sobre seu próprio trabalho.