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    Comédia “Meu Álbum de Amores” tem a música brega como ponto de partida

    Em uma mistura de referências dos anos 1970, filme brasileiro com Gabriel Leone no elenco, tem músicas de Odair José em parceria com Arnaldo Antunes

    Gabriel Leone vira cantor romântico no filme "Meu Álbum de Amores"
    Gabriel Leone vira cantor romântico no filme "Meu Álbum de Amores" Divulgação

    Isabella Fariada CNN

    Nostálgicas para alguns e “populares demais” para outros, as canções de Odair José, Waldick Soriano e Amado Batista sempre foram vistas com muito carinho pelo diretor Rafael Gomes e, segundo ele, mereciam uma revisita.

    “O sentimento desavergonhado, aquele de rasgar o peito, funciona como uma semente para outros gêneros musicais que vieram depois, como o feminejo, por exemplo”, conta o diretor, que acrescenta: “No filme, a música funciona em um universo à parte”.

    Servindo de fio condutor, as canções de “Meu Álbum de Amores” entremeiam a história de Júlio (Gabriel Leone), um jovem dentista certinho demais, que beira o chato.

    Depois de ser abandonado pela namorada de muitos anos, recebe a notícia de que é filho de Odilon Ricardo (também interpretado por Gabriel Leone), um popular e mulherengo cantor dos anos 1970.

    Nisso, conhece também um meio-irmão completamente diferente dele. Em uma jornada para descobrir mais sobre o próprio pai, Júlio acaba revisitando os amores que viveu ao longo da vida.

    Dividida em capítulos, como se fosse um LP, a comédia traz Gabriel Leone em um papel duplo, com referências ao visual de Odair José (que faz uma pontinha no filme) e Roberto Carlos.

    O ator gravou as músicas previamente, e depois dublou a si mesmo em algumas cenas que funcionam como uma espécie de videoclipe dentro do filme.

    Gabriel Leone
    Gabriel Leone canta e também dubla a si mesmo em algumas cenas de “Meu Álbum de Amores”/ Divulgação

    “Visualmente, a ideia era aludir à estética dos clipes dos anos 1970, como ‘Wuthering Heights’, da Kate Bush, e ‘Eu quero apenas’, do Roberto Carlos, propondo um jogo com o fato de que aquilo tudo era um cenário e uma simulação”, diz Rafael Gomes.

    As músicas, por sua vez, nasceram de uma parceria formada por Odair José, que compôs as canções, e Arnaldo Antunes, responsável pelas letras. Segundo Rafael, trabalhar com ambos foi algo muito orgânico.

    “O roteiro não tinha nenhuma música, apenas características vagas sobre o que eu queria”, diz o diretor. “Passava uma semana, o Odair compunha, com base no que eu passei pra ele, e mandava por WhatsApp. Foi muito certeiro”.

    Diferente da comédia romântica brasileira encaixotada, Rafael Gomes se utiliza da montagem para trazer dinamismo ao filme que, apesar de ter uma história cheia de emaranhados clichês, não cai na mesmice de um melodrama.

    As músicas bregas sempre são acompanhadas de um videoclipe e de diálogos que trazem reflexões interessantes sobre o que é o amor ou, pelo menos, sobre o que os jovens entre 20 e 30 anos acham que seja esse sentimento.

    Um amor que, durante o filme, permeia todos os gêneros, etnias e orientações sexuais.

    “Encaramos os clichês como parte da experiência”, diz Rafael. “Como se a questão fosse: o que fazemos daquilo que os clichês fazem da gente? Ou, posto de outra forma: com quantos clichês se faz uma sentimentalidade?”

    “Meu Álbum de Amores” estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas.