Com dois meses de atraso, Oscar acontece neste domingo (25): saiba o que esperar
Premiação vem diferente, com mais obras oriundas do streaming e mais diversidade de raça e gênero nos indicados
Com atraso de dois meses por conta da pandemia, o mundo do cinema se prepara para a maior premiação das telonas: o Oscar 2021, que acontece neste domingo (25). A festa deste ano de pandemia chega com várias mudanças.
Com os cinemas fechados pelo mundo, as distribuidoras e os estúdios resolveram guardar o lançamento dos filmes de grande orçamento para quando a vida voltar ao normal, deixando o caminho livre para produções independentes e filmes menores.
“‘Minari’ é um filme muito pouco usual. Que a gente perca um pouco esta barreira do idioma, que as pessoas em geral, que o público, principalmente o público americano, seja mais aberto a histórias internacionais. É um sintoma de um processo no qual histórias internacionais agora dialogam com pessoas do mundo inteiro”, avalia o produtor de cinema Daniel Dreifuss.
A cenógrafa Daniela Medeiros fez parte da equipe de direção de arte de Mank, indicada pelos cenários grandiosos e locações que retratam a década de 1930. As várias indicações do longa consolidam o destaque das plataformas de streaming nas premiações cinematográficas atualmente.
“É uma honra enorme ser uma mulher brasileira num projeto como esse, é um orgulho de pensar que eu estou representando meu país, representando a minha cidade também, Curitiba”, disse à CNN, contando também como foi seu trabalho.
“O filme de época exige uma pesquisa muito grande, desde pequenos detalhes até pinceladas gerais. A gente precisa pesquisar muito como era naquela época. É muito gostoso ver isso e ficar tentando imaginar como é que era no passado esses grandes diretores, grandes roteiristas entrando nesses grandes estúdios para fazer o trabalho deles, nessa época de ouro de Hollywood”, avalia.
E na direção, duas mulheres foram indicadas no mesmo ano para a categoria — algo inédito em 93 anos de premiação. “A partir do momento que a gente começa a dar mais oportunidade para as mulheres, atrás das câmeras, na parte de roteiro, direção, cinematografia, vai mostrando que tem muito talento aí. Isso é um caso extraordinário que aconteceu este ano”, analisa a crítica de cinema Jana Nascimento Nagase.
Dreifuss concorda. “Essas histórias têm público, dão lucro e devem gerar novas histórias mais ousadas e talentos na frente e atrás das câmeras. A gente tem mais histórias fascinantes para descobrir”.
Na categoria de atuação, dos 20 indicados, 9 são atores não-brancos – uma mudança aguardada desde os protestos do Oscars So White, (os “Oscars são muito brancos”, em tradução livre para o português) em 2015. Em 2022, será possível ver quais mudanças vieram para ficar.