Cirque du Soleil entra com pedido de recuperação judicial e demite 3,5 mil
Empresa canadense diz que situação foi motivada pela interrupção forçada de seus shows em razão da pandemia do novo coronavírus
O Cirque du Soleil, empresa responsável por vários dos principais shows acrobáticos de Las Vegas, no Estados Unidos, entrou nesta segunda-feira (29) com um pedido de recuperação judicial para evitar a falência.
Em nota, a empresa com sede em Montreal, no Canadá, justificou o pedido pela “imensa interrupção e fechamento forçado de shows como resultado da pandemia de Covid-19”. A empresa pretende reestruturar sua dívida com assistência do governo canadense e de empresas de private equity.
O pedido de recuperação judicial foi aberto três meses depois de o Cirque du Soleil suspender temporariamente a produção de seus shows, incluindo seis em Las Vegas. A companhia também tem cerca de 10 shows em turnê pelo mundo, incluindo “O”, “Michael Jackson One” e “The Beatles LOVE”.
O Cirque du Soleil definiu o valor inicial dos ativos oferecidos para seus maiores patrocinadores, incluindo uma mistura de empresas multinacionais de private equity dos Estados Unidos, China e Canadá, em US$ 20 milhões. Essa oferta pretende ser o ponto de partida para atrair outros potenciais investidores.
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A empresa também espera receber US$ 300 milhões em novos fundos para “apoiar um reinício bem-sucedido, proporcionar alívio aos funcionários e parceiros afetados pelo Cirque du Soleil e assumir algumas das dívidas pendentes da empresa”, de acordo com o comunicado.
O Cirque du Soleil tem quase US$ 1 bilhão em dívidas, de acordo com vários relatórios, situação que se tornou insustentável à medida que suas produções permanecem suspensas. Para ajudar a conter a perda financeira, a empresa demitiu cerca de 3,5 mil funcionários.
“Nos últimos 36 anos, o Cirque du Soleil tem sido uma organização altamente bem-sucedida e lucrativa”, disse Daniel Lamarre, CEO do Cirque du Soleil Entertainment Group, em comunicado. “No entanto, com receita zero desde o fechamento forçado de todos os nossos shows devido à Covid-19, a administração teve que agir decisivamente para proteger o futuro da empresa.”
(Texto traduzido, clique aqui para ler o original, em inglês)
Errata: Ao contrário do informado anteriormente, o pedido foi de recuperação judicial, não de falência. A informação foi corrigida.