Cientista da Nasa diz que há indícios de vida extraterrestre e cita atmosfera de Vênus
Segundo Michelle Thaller, atividade bacteriana pode estar sendo observada no segundo planeta do sistema solar
Michelle Thaller, cientista da Nasa e pesquisadora do centro espacial de Goddard, nos Estados Unidos, afirmou no último dia 23 que acredita que o mundo confirmará, em algum momento, a existência de vida extraterrestre.
Em entrevista ao britânico The Sun, a especialista disse que o lugar mais provável para a vida extraterrestre é o planeta Vênus. “Eu realmente acho que encontraremos vida em outro planeta. Nós vemos indícios possíveis de vida na atmosfera de Vênus. Possivelmente, [também] embaixo do gelo das luas de Júpiter e Saturno”, declarou a cientista.
O planeta Vênus é o mais quente do sistema solar e, segundo Thaller, esse seria o último lugar que ela esperaria encontrar vida. “Nunca esperei que fosse Vênus. Vênus é agora o lugar onde observamos algo na superfície que poderia ser atribuído à atividade bacteriana”, explicou ela.
Além disso, ela revelou que, em Marte, foram coletadas substâncias químicas que, caso tivessem sido encontradas na Terra, eles diriam que foi por meio de vida. “Mas a questão é: O quanto nós entendemos sobre Marte e se estamos sendo enganados por alguma coisa”, ressaltou.
“Nós só precisamos ter aquele 1% de certeza para dizer que encontramos [vida]. Mas não temos isso ainda”, disse a pesquisadora da Nasa.
Localizado a 107 milhões de quilômetros do Sol, Vênus é considerado o planeta gêmeo da Terra em tamanho e estrutura, mas não poderia ser mais diferente quando se trata de condições climáticas. Com temperaturas capazes de derreter chumbo, cientistas acreditam ser impossível a habitação de seres humanos no planeta.
Vale lembrar que essa não é a primeira vez que cientistas encontram indícios de vida em Vênus. Em 2020, um estudo feito pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), University of Cambridge e Imperial College London e publicado pela revista científica Nature, indicou a presença de gás fosfina no segundo planeta do sistema solar.
Entretanto, a possível existência do gás não confirmava, necessariamente, a existência de vida no planeta. Duas hipóteses foram levantadas para a presença do gás: ou foi produzido por alguma forma de vida ou por processos desconhecidos pela ciência até o presente momento.
Na época, a cientista Clara Sousa-Silva, astrofísica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e uma das autoras do estudo, revelou à CNN que essa seria uma “descoberta histórica“.
“Se for fosfina, e se for vida, quer dizer que não só há vida fora da terra, mas aqui ao lado. E quer dizer que a vida é muito comum, talvez inevitável. Quer dizer que nossa galáxia pode estar cheia de vida”, analisou a cientista.