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    Chefe de principal agência de talentos do Japão renuncia após admitir que fundador abusou de menores

    Julie K. Fujishima, que é sobrinha de Johnny Kitagawa, afirmou que a empresa compensaria as vítimas

    Jessie Yeungdo CNN Business

    A chefe da principal agência de talentos do Japão, a Johnny & Associates, renunciou na quinta-feira (7), depois de admitir que seu tio, o falecido fundador da empresa, abusou sexualmente de menores durante anos, após uma investigação independente.

    Julie K. Fujishima, sobrinha de Johnny Kitagawa, anunciou sua renúncia durante entrevista coletiva, dizendo que a empresa compensaria as vítimas dos abusos de seu tio, segundo a emissora pública NHK.

    Foi a primeira vez que a agência falou à mídia sobre o escândalo. A questão foi destacada num documentário da “BBC” no início deste ano e retornou aos holofotes em abril, depois de um antigo estagiário ter apresentado alegações de que ele e vários outros jovens foram abusados ​​por Kitagawa.

    Kitagawa morreu em 2019, aos 87 anos.

    Fujishima será substituída por Noriyuki Higashiyama, um dos artistas da companhia, que começou sua carreira como cantor na agência há quase 40 anos, informou a NHK.

    Na coletiva, Higashiyama prometeu adotar medidas para evitar que tais abusos voltem a acontecer e “responder sinceramente” na compensação das vítimas.

    O anúncio aconteceu apenas uma semana depois que a investigação independente, encomendada pela agência, divulgou suas conclusões.

    Depois de entrevistar 41 pessoas, incluindo vítimas e outros funcionários da empresa, o painel de especialistas concluiu que Kitagawa tinha “cometido repetidamente agressões sexuais durante um longo período de tempo”, desde a década de 1950 até meados da década de 2010.

    A maioria das vítimas era dançarinos de apoio conhecidos como “Johnny’s Juniors”, descobriu o relatório. O abuso aconteceu em vários locais, incluindo a casa de Kitagawa e os campos de treinamento da empresa.

    Os abusos continuaram por tanto tempo, em parte porque a Johnny & Associates era uma empresa familiar — o que significa que os fundadores exerciam um poder descomunal e enfrentavam pouca responsabilidade.

    Por exemplo, Mary Kitagawa, a falecida ex-presidente da agência e irmã mais velha de Johnny, sabia do abuso, mas não tomou medidas, de acordo com o relatório.

    Os investigadores fizeram uma série de recomendações, como a criação de um programa de compensação às vítimas, e instaram Fujishima a renunciar ao cargo de presidente.

    Johnny Kitagawa

    Durante sua longa carreira, Johnny Kitagawa chefiou a maior agência de talentos do Japão e era conhecido por criar boy bands populares e lançar a carreira musical e de atuação de muitos ídolos adolescentes. Ele foi uma figura poderosa nas indústrias de mídia e entretenimento por décadas.

    Esse nível de poder fez com que as pessoas temessem perder suas carreiras se não cumprissem suas exigências, de acordo com Kauan Okamoto, estagiário que apresentou as denúncias.

    Ele alegou que ao longo de quatro anos, começando em 2012, quando tinha 15 anos, foi repetidamente agredido sexualmente por Kitagawa.

    As acusações contra Kitagawa remontam décadas. Em 1999, uma revista japonesa publicou relatos de outros rapazes que alegaram ter sido abusados ​​sexualmente por ele. O fundador da agência processou a revista por difamação e recebeu indenização, segundo a mídia local.

    Kitagawa nunca foi responsabilizado pelas acusações, negando todas enquanto estava vivo.

    Veja também: EUA: Justiça dá aval para reabertura de casos de abuso sexual envolvendo Michael Jackson

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