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    Cenas iniciais da série “The Last of Us” quase foram diferentes; entenda

    Produtores alteraram abertura poucas semanas antes do fim da produção; saiba como seria

    Tiago Tortellada CNN , em São Paulo

    A série baseada no aclamado jogo “The Last of Us” estreou neste domingo (15) com forte aceitação da crítica e avaliações extremamente positivas na internet.

    O desafio de adaptar uma história muito premiada na indústria de games foi enorme para o showrunner Craig Mazin (responsável por “Chernobyl”, também da HBO) e Neil Druckmann (criador do jogo e também produtor da série).

    Além de conseguir manter o nível e atingir as expectativas, tiveram que se adequar a uma mídia totalmente diferente.

    A abertura do primeiro episódio, por exemplo, quase foi diferente, tendo sido alterada poucas semanas antes do fim da produção. A revelação foi feita por Mazin no podcast oficial da HBO, no qual os produtores vão comentar cada capítulo da obra.

    Saiba abaixo como seria o início da série de The Last of Us. Atenção, o texto a seguir possui spoilers.

    “Nem bactéria, nem vírus, então…”

    O primeiro episódio se inicia com um programa de auditório entrevistando dois médicos epidemiologistas em 1968. Um deles ressalta o perigo de uma possível pandemia causada por fungos, que acabaria com a sociedade como a conhecemos — o que acontece na história do jogo e da série.

    “O fungo parece inofensivo. Outras espécies discordam. Alguns fungos não buscam matar, mas controlar”, diz o especialista, explicando como funciona a infecção por fungos em formigas e a dominação do sistema nervoso.

    No podcast oficial da HBO, lançado também no domingo (15), Craig Mazin explicou que demorou para convencer Neil Druckmann a fazer a abertura do jeito que vimos na série.

    Ele conta que a versão final só foi escolhida três ou quatro semanas antes do fim da produção.

    “A primeira vez que apresentei [a ideia] a ele [Druckmann], ele não ficou muito animado”, revelou, explicando que a primeira proposta era um vídeo que mostrasse como acontece a infecção por Cordyceps em formigas na vida real.

    “Tem um vídeo no YouTube em que você consegue ver essa linda demonstração de como o Cordyceps funciona e toma o controle da formiga. Um pouco horripilante, mas conta tudo o que você precisa saber. Então decidimos fazer um vídeo próprio como esse”, pontuou Mazin.

    Porém, em sua visão, isso não ficou tão cativante, quase “intelectual”. “Você está sendo gentil, era entediante”, brincou Druckmann.

    “Nós fizemos o show inteiro. Estávamos, não sei, a umas três ou quatro semanas do fechamento e eu pensava ‘cara, não estou feliz com essa abertura’. Então eu mandei [a outra versão] a ele novamente e, dessa vez, ele gostou”, comemora Craig Mazin.

    Na opinião dos produtores, essa versão deixou o início com uma “tensão no ar”. Além disso, foi uma forma, conforme disseram no podcast, de reconhecer a gravidade da pandemia de Covid-19, algo que o mundo “acabou de passar”, mas mostrar aos espectadores que “há coisas muito piores”.

    Veja um vídeo que mostra como é a infecção por Cordyceps em formigas:

    Junção dos dois primeiros episódios

    Os produtores também confirmaram que juntaram os dois primeiros capítulos após conselho dos executivos da HBO.

    Originalmente, o primeiro terminaria após a cena, 20 anos depois do surto, que Joel joga o corpo de um garoto infectado em uma fogueira na Zona de Quarentena, ou então nas primeiras cenas que mostram Ellie.

    “Eles disseram: isso não necessariamente vai me fazer voltar [a assistir]. Toda a história é sobre Joel e Ellie. Se tivermos só um pequeno vislumbre dela no final do primeiro episódio, não os colocarmos juntos, não entendermos a jornada deles… e termina com uma criança morrendo, e aí outra criança morrendo e créditos. As pessoas podem simplesmente não voltar”, explicou.

    CNN assistiu a todos os episódios. Saiba mais sobre a série e o que achamos nesta matéria.

    Ouça o podcast de The Last of Us:

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