CCXP22 celebra diversidade com 36% dos artistas LGBTQIAPN+
Após dois anos de encontros virtuais, o evento retorna ao presencial com uma programação que reforça o papel da diversidade e inclusão dentro e fora do ambiente artístico.
A CCXP22 começou nesta quinta-feira (1º) no São Paulo Expo. O evento reúne fãs de séries, filmes, quadrinhos, jogos e tudo aquilo que envolve o universo nerd. Para além da cultura geek, a representatividade está ainda mais presente nos trabalhos dos artistas participantes desta edição. Assuntos com a temática LGBTQIAPN+ representam 5,7% da programação, superando o tema super-heróis que ficou em 3,6%. Isso mostra que a visibilidade e a oportunidade constroem novas narrativas entre os artistas e fãs.
Para a cosplayer Victoria Hope, se sentir representada em um evento como a CCXP é fazer parte do mundo geek, em especial num ambiente que vem se tornando cada vez mais diverso. “Se ver em personagens de séries, filmes e, principalmente, assistir nerds negros ocupando espaços é algo muito importante e inspirador”, conta.
Espaço Artist’s Valley
O Artists’ Valley é o espaço dedicado aos criadores de histórias em quadrinhos e é considerado o ‘coração’ da Comic Con Experience. Em 2022, 484 artistas passarão pelo local. Destes, 38% se identificam com alguma sigla do movimento LGBTQIAPN+. Em números gerais, isso representa mais de 165 artistas no pavilhão.
Para o co-fundador da CCXP e curador do Artists’ Valley, Ivan Costa, esta inclusão representa o maior volume de conteúdos editoriais plurais e as várias interpretações de uma realidade fantástica ou não. “É um espaço marcado pela diversidade e pela representatividade. Temos mais de 110 artistas fora do Sudeste, com destaque para 47 do Norte e Nordeste. Nesse retorno ao evento presencial, procuramos manter a visibilidade aos artistas presentes buscando fortalecer o cenário dos quadrinhos e na captação de novos leitores”, ressalta.
Histórias além dos quadrinhos
De todos os artistas que estarão no palco Artists’ Valley, 32% dos quadrinistas disseram se identificar como negros, pardos ou indígenas. E 13,6% dos inscritos se identificam como transgêneros, não-binários, gender fluid (gênero fluido), agênero e travestis, totalizando 58 artistas.
“Manifestar pontos de vista diversos torna o mundo mais interessante. Mostrar histórias produzidas por pessoas diferentes, que não pertencem aos grupos hegemônicos traz pluralidade. A CCXP é um ótimo espaço para isso, pois é um evento que pode ajudar a levar essa mensagem de diversidade a um grande público”, enfatiza Alice Pereira, quadrinista que acaba de lançar o livro “A Travessia”, que narra uma história de ficção científica com suspense baseada nos maiores clássicos do gênero. A arte é totalmente em 3D, confira as imagens do livro que está com financiamento coletivo na plataforma Catarse.
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Outro dado da CCXP22 destaca a participação de mulheres cisgênero e transgênero; são 144 artistas, representando 32% do total de inscritos.
“O fato de um quadrinho ter a autoria de uma mulher trans já traz representatividade. Além disso, ela também está presente nos personagens e temas das minhas histórias. Personagens LGBTQIAPN+ aproximam o público das nossas vivências, já que, as pessoas da comunidade se veem representadas e se identificam com os personagens”, relata.
A CCXP22 acontece no São Paulo Expo até o próximo domingo (4). Os ingressos do 3º lote já estão disponíveis. Para mais informações, acesse o site. Os ingressos do 3º lote, com valor a partir de R$140, já estão disponíveis