Carnaval 2024: Conheça os enredos das escolas de samba do Grupo Especial do RJ
Enredos do Rio vão desde a história da mangueirense Alcione até a ligação do onça com a cultura brasileira
Doze escolas de samba atravessarão a Marquês de Sapucaí na disputa pelo título de campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de fevereiro.
A Imperatriz Leopoldinense, campeã do Carnaval 2023 com o enredo “O aperreio do cabra que o Excomungado tratou com má-querença e o Santíssimo não deu guarida”, defenderá o título conquistado e irá em busca da sua décima vitória na folia carioca.
Para vencer, a escola do bairro de Ramos, na zona norte do Rio de Janeiro, contou uma história fictícia da busca do cangaceiro Lampião por um lugar no céu e no inferno.
Mas quais enredos serão levados para a Sapucaí em 2024? A CNN fez um levantamento e te apresenta a lista completa abaixo:
Imperatriz Leopoldinense
Desenvolvido pelo carnavalesco Leandro Vieira, o enredo da Imperatriz para 2024 é “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, baseado no folheto “O testamento da cigana Esmeralda”, do cordelista Leandro Gomes de Barros.
A história é ficcional e conta a história de uma cigana para decifrar o mundo dos sonhos, da leitura de mãos, a influência dos astros na vida cotidiana, números de sorte, datas para que coisas boas e ruins acontecem e outras modalidades de previsão de sorte.
Unidos do Viradouro
Vice-campeã de 2023, a Unidos do Viradouro terá como enredo “Arroboboi, Dangbé”, que busca explorar e mostrar como o culto ao vudum serpente saiu da costa ocidental da África e chegou ao Brasil.
Com desenvolvimento do carnavalesco Tarcisio Zanon, a escola de Niterói vai contar a história das sacerdotisas voduns, mulheres escolhidas e iniciadas em ritos de louvor à serpente sagrada, cujas trajetórias místicas se entrelaçam em combates épicos, camuflagens táticas e resiliência vital.
Unidos de Vila Isabel
A terceira colocada de 2023, Unidos de Vila Isabel, escolheu levar novamente para a avenida seu enredo e seu samba de 1993. “Gbalá — Viagem ao Templo da Criação” foi originalmente desenvolvido pelo carnavalesco Oswaldo Jardim e, dessa vez, estará nas mãos do supercampeão Paulo Barros.
O enredo parte de uma história fictícia baseada na cultura yorubá para mostrar as mazelas que os homens fazem ao mundo e defender que a criança e sua pureza são a salvação do planeta. O samba tem autoria de Martinho da Vila.
Beija-Flor de Nilópolis
Sob a batuta do carnavalesco João Vitor Araújo, a Beija-Flor de Nilópolis vai contar a história de Rás Gonguila, um engraxate e porteio que viveu em Maceió no início do século XX. Apaixonado pelo Carnaval, ele fundou o Cavaleiro de Montes, um dos principais blocos da capital alagoana na época.
Gonguila se autoproclama membro da monarquia da Etiópia, se torna o Príncipe Etíope das Alagoas e vira uma pessoa influente na cidade de Maceió. Ele era um verdadeiro conselheiro da cidade e era consultado por políticos e intelectuais influentes da capital alagoana.
Estação Primeira de Mangueira
Com o enredo “A Negra Voz do Amanhã”, a Mangueira homenageará uma de suas mais notáveis torcedoras: Alcione. A multicampeão do carnaval carioca vai contar a história da cantora maranhense, partindo da infância e da iniciação musical ainda em São Luís para chegar à sua ligação com a escola verde e rosa.
No tributo, o Mangueira falará sobre a contribuição de Alcione com a sua escola mirim, a Mangueira do Amanhã, da qual ela é fundadora e presidente de honra.
Acadêmicos do Grande Rio
A Grande Rio levará para a Sapucaí o enredo “Nosso destino é ser onça”, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. A ideia da escola de Duque de Caxias parte do livro “Meu destino é ser onça”, do Alberto Mussa, que mostra o mito tupinambá de criação do mundo.
O povo tupinambá tem a onça como símbolo maior, representante da recriação no mundo. A Grande Rio promete explorar o vínculo da onça com as diferentes manifestações da cultura brasileira e expressar a força dos povos originários brasileiros.
Acadêmicos do Salgueiro
O Salgueiro, escola tradicional da zona norte do Rio, terá como enredo “Hutukara”, que falará dos povos yanomami.
A escola do bairro do Andaraí contará a história do povo que ocupa a maior Terra Indígena no Brasil em um manifesto que sairá em defesa dos povos indígenas do Brasil e defenderá a preservação da Amazônia. O Salgueiro conta, mais uma vez, com o carnavalesco Edson Pereira para buscar o título que não vem desde 2009.
Paraíso do Tuiuti
O Paraíso do Tuiuti, que conquistou a 8ª colocação em 2023, terá como enredo “Glória ao Almirante Negro”, do carnavalesco Jack Vasconcelos. A escola do bairro de São Cristóvão usará da linguagem de HQ para contar a história de João Cândido, militar da Marinha de Guerra do Brasil que liderou a Revolta da Chibata, em 1910.
João Cândido encabeçou seus pares na Marinha numa revolta que pedia o fim dos castigos físicos a militares, que já haviam sido abolidos logo no começo da República, mas seguiam sendo aplicados.
“Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podemos mais suportar a escravidão na Marinha brasileira”, declararam os revoltosos na época.
Unidos da Tijuca
A tetracampeã da folia carioca Unidos da Tijuca terá o carnavalesco multicampeão Alexandre Louzada para contar o enredo “O Conto de Fados”. A ideia da escola é levar para a avenida o misticismo e as lendas que cercam a história de Portugal, além de mostrar a influência cultural portuguesa sobre o Brasil.
A Tijuca, que tem forte ligação com Portugal, já teve como enredo o Vasco da Gama, clube fundado por imigrantes lusitanos e seus descendentes, em 1998, e a língua portuguesa, em 2002.
Portela
A dupla Antônio Gonzaga e André Rodrigues terá o desafio de levar para a avenida o enredo “Um defeito de cor” pela maior campeã do Carnaval carioca, a Portela. A narrativa tem como base o livro homônimo da escritora Ana Maria Gonçalves, que conta a história da personagem Kehinde, que é também Luísa Mahin.
A ficção mostra a trajetória dessa heroína negra e mostra passagens da história afro-brasileira para contar da ligação de Luísa com seu filho, o advogado abolicionista negro Luiz Gama.
“O enredo da Portela é uma grande homenagem a todas essas mulheres que fizeram a história da liberdade negra no Brasil”, afirma Gonzaga.
Mocidade Independente de Padre Miguel
A Mocidade contará com Marcus Ferreira para levar para a avenida o enredo “Pede caju que dou… Pé de caju que dá!”. A proposta da agremiação da zona oeste do Rio é desvendar a brasilidade por trás desse fruto que foi um dos primeiros tesouros levados por colonizadores quando eles chegaram ao Brasil.
A escolha é uma tentativa da escola de retomar sua identidade tropicalista, tão presente nos seus desfiles dos anos 1980 e 1990. Mocidade levará história, lendas, curiosidades e até trocadilhos sobre o caju para a Sapucaí em 2024.
Unidos do Porto da Pedra
A Unidos do Porto da Pedra voltará ao Grupo Especial após 11 anos para apresentar um desfile sobre o “Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”.
O enredo terá como base o livro “Lunário Perpétuo”, escrito no século XIV, na Espanha, por Jerónimo Cortés. O livro corre o mundo, chega ao Brasil e, segundo Câmara Cascudo, se torna o mais lido no Nordeste durante 200 anos.
“O Lunário educou, o Lunário alfabetizou, o Lunário orientou o nordestino por 200 anos”, afirma o carnavalesco Mauro Quintaes.
O livro é uma pequena enciclopédia que fala um pouco sobre tudo: de temperatura até como plantar e usar as ervas.
Ordem de desfile
Domingo (11/02)
- Unidos do Porto da Pedra
- Beija-Flor de Nilópolis
- Acadêmicos do Salgueiro
- Acadêmicos do Grande Rio
- Unidos da Tijuca
- Imperatriz Leopoldinense
Segunda (12/02)
- Mocidade Independente de Padre Miguel
- Portela
- Unidos de Vila Isabel
- Estação Primeira de Mangueira
- Paraíso do Tuiuti
- Unidos do Viradouro
Preços dos ingressos
Os ingressos para as arquibancadas e cadeiras individuais já estão à venda e podem ser adquiridos através desse site.
Domingo e Segunda
- Setor 2: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 3: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 4: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 5: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 6: R$ 175 (meia-entrada) e R$ 350 (inteira)
- Setor 7: R$ 150 (meia-entrada) e R$ 300 (inteira)
- Setor 8: R$ 150 (meia-entrada) e R$ 300 (inteira)
- Setor 10: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 11: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
- Setor 12 — Cadeira Individual: R$ 145 (meia-entrada) e R$ 290 (inteira)
Sábado das Campeãs
- Setor 2: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 3: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 4: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 5: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 6: R$ 120 (meia-entrada) e R$ 240 (inteira)
- Setor 7: R$ 100 (meia-entrada) e R$ 200 (inteira)
- Setor 8: R$ 120 (meia-entrada) e R$ 240 (inteira)
- Setor 10: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 11: R$ 105 (meia-entrada) e R$ 210 (inteira)
- Setor 12 — Cadeira Individual: R$ 95 (meia-entrada) e R$ 190 (inteira)