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    Cantora alerta para exploração sexual infantil em reality e famosos repercutem

    Artistas se manifestaram após a viralização da canção "Evangelho de Fariseus" na semifinal do programa "Dom Reality"

    Ana Beatriz Diasda CNN , São Paulo

    Influenciadores utilizaram as redes sociais para se manifestarem sobre as denúncias de exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó, no Pará. A onda de repercussão cresceu após a cantora Aymeê apresentar sua música autoral “Evangelho de Fariseus”, durante a semifinal do programa “Dom Reality”.

    Por meio de sua canção, Aymeê fez um alerta para a exploração sexual no programa de competição musical entre artistas do universo gospel. Em um dos versos, a cantora cita: “A Amazônia queima / Uma criança morre / Os animais se vão / Superaquecidos pelo ego dos irmãos”.

    Emocionando os jurados, Aymeê ainda cita após sua apresentação: “Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard”.

    “Marajó é muito turístico, e as famílias lá são muito carentes. As criancinhas de 6 e 7 anos saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5”, completa. Confira:

    A partir dessa apresentação, alguns famosos utilizaram as redes para falar sobre o assunto. Um exemplo é Rafa Kalimann, que compartilhou um trecho da apresentação da cantora e escreveu: “Esse vídeo reascendeu esse tema tão delicado e urgente”.

    Ela também compartilhou outras informações sobre o que acontece na Ilha, por meio de um post.

    A também ex-BBB, Juliette, se manifestou por meio de um story. “Clamamos aos políticos, autoridades e órgãos públicos ações e respostas. Aymeê, sua voz ecoou. Nós estamos juntos. Justiça por Marajó”, escreveu.

    Juliette pediu “Justiça por Marajó” em suas redes sociais, nesta quinta (22) / Reprodução/Instagram

    Eliezer, outro ex-BBB, também compartilhou o vídeo. “Estou chorando, estou triste. Não estou conseguindo dormir. Meu Deus do céu”, lamentou.

    Elizer também compartilhou a canção em suas redes sociais / Reprodução/Instagram

    Em outro story, o influenciador digital acrescentou: “Eu não tinha conhecimento nenhum sobre o que acontece na ilha. Estou lendo tudo o que posso agora. E estou perplexo (…). Está acontecendo por anos debaixo do nosso nariz e ninguém faz nada para ajudar aquelas crianças”.

    Vale mencionar que uma ilha do arquipélago do Marajó possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Brasil. Em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) instituiu o Programa Cidadania Marajó, com o propósito de promover a cidadania, garantir os direitos fundamentais e combater a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.

    Investigação de notícias falsas sobre a ilha

    No sábado (24), o advogado-geral da União, Jorge Messias, determinou atuação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) na identificação de redes de desinformação sobre a Ilha de Marajó.

    Segundo Messias, o governo federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano, exploração sexual e infantil em todo país. “Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder Público”, afirmou.

    Em 2020, a senadora Damares Alves (Republicanos), que na época era ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, citou, em um culto religioso, denúncias de mutilação e tráfico de crianças para exploração sexual na ilha, afirmando possuir evidências. Mas, após o MPF fazer um pedido por informações sobre o caso, Alves disse que as denúncias se baseavam em relatos, não em provas. O MPF alegou que as falas seriam propagação de fake news e exigiu retratação pública e uma indenização de R$ 5 milhões por danos sociais e morais à população do arquipélago.

    (Com informações de Douglas Porto, da CNN)

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