Cantora alerta para exploração sexual infantil em reality e famosos repercutem
Artistas se manifestaram após a viralização da canção "Evangelho de Fariseus" na semifinal do programa "Dom Reality"
Influenciadores utilizaram as redes sociais para se manifestarem sobre as denúncias de exploração sexual de crianças na Ilha de Marajó, no Pará. A onda de repercussão cresceu após a cantora Aymeê apresentar sua música autoral “Evangelho de Fariseus”, durante a semifinal do programa “Dom Reality”.
Por meio de sua canção, Aymeê fez um alerta para a exploração sexual no programa de competição musical entre artistas do universo gospel. Em um dos versos, a cantora cita: “A Amazônia queima / Uma criança morre / Os animais se vão / Superaquecidos pelo ego dos irmãos”.
Emocionando os jurados, Aymeê ainda cita após sua apresentação: “Marajó é uma ilha a alguns minutos de Belém, minha terra. E lá tem muito tráfico de órgãos. Lá é normal isso. Tem pedofilia em nível hard”.
“Marajó é muito turístico, e as famílias lá são muito carentes. As criancinhas de 6 e 7 anos saem numa canoa e se prostituem no barco por R$ 5”, completa. Confira:
A partir dessa apresentação, alguns famosos utilizaram as redes para falar sobre o assunto. Um exemplo é Rafa Kalimann, que compartilhou um trecho da apresentação da cantora e escreveu: “Esse vídeo reascendeu esse tema tão delicado e urgente”.
Ela também compartilhou outras informações sobre o que acontece na Ilha, por meio de um post.
A também ex-BBB, Juliette, se manifestou por meio de um story. “Clamamos aos políticos, autoridades e órgãos públicos ações e respostas. Aymeê, sua voz ecoou. Nós estamos juntos. Justiça por Marajó”, escreveu.
Eliezer, outro ex-BBB, também compartilhou o vídeo. “Estou chorando, estou triste. Não estou conseguindo dormir. Meu Deus do céu”, lamentou.
Em outro story, o influenciador digital acrescentou: “Eu não tinha conhecimento nenhum sobre o que acontece na ilha. Estou lendo tudo o que posso agora. E estou perplexo (…). Está acontecendo por anos debaixo do nosso nariz e ninguém faz nada para ajudar aquelas crianças”.
Vale mencionar que uma ilha do arquipélago do Marajó possui o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), do Brasil. Em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) instituiu o Programa Cidadania Marajó, com o propósito de promover a cidadania, garantir os direitos fundamentais e combater a exploração e abuso sexual de crianças e adolescentes.
Investigação de notícias falsas sobre a ilha
No sábado (24), o advogado-geral da União, Jorge Messias, determinou atuação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) na identificação de redes de desinformação sobre a Ilha de Marajó.
Segundo Messias, o governo federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano, exploração sexual e infantil em todo país. “Os marajoaras merecem respeito e um tratamento digno de todo o Poder Público”, afirmou.
Em 2020, a senadora Damares Alves (Republicanos), que na época era ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, citou, em um culto religioso, denúncias de mutilação e tráfico de crianças para exploração sexual na ilha, afirmando possuir evidências. Mas, após o MPF fazer um pedido por informações sobre o caso, Alves disse que as denúncias se baseavam em relatos, não em provas. O MPF alegou que as falas seriam propagação de fake news e exigiu retratação pública e uma indenização de R$ 5 milhões por danos sociais e morais à população do arquipélago.
(Com informações de Douglas Porto, da CNN)