Cacá Diegues tinha cadeira na Academia Brasileira de Letras
Cineasta foi eleito para ocupar a sétima cadeira da organização em agosto de 2018
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O cineasta Carlos Diegues, conhecido como Cacá Diegues, marcou o cinema brasileiro e foi um dos maiores nomes do movimento Cinema Novo. Por sua carreira, ele foi eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL) por sua “poesia” no cinema e ocupava até então a Cadeira 7 da organização.
Cacá Diegues morreu na madrugada desta sexta-feira (14), aos 84 anos. Ele estava no Rio de Janeiro e, segundo a ABL, ele morreu em decorrência de complicações durante uma cirurgia.
O cineasta foi eleito em 30 de agosto de 2018 para a Academia Brasileira de Letras para a cadeira que anteriormente havia sido ocupada pelo também cineasta Nelson Pereira dos Santos. Agora, com a morte de Cacá Diegues, a cadeira é considerada vazia e haverá o processo para escolher o próximo ocupante.
Cacá Diegues tomou posse em 12 de abril de 2019. Na época, o peto e tradutor Geraldo Carneiro o recebeu em nome da ABL e citou a assinatura de brasilidade do diretor: “Tudo o que faz, como artista e intelectual, traz a marca do Brasil”.
“Em resposta aos tempos da Ditadura Militar, Cacá Diegues fez de seu cinema um lugar de celebração da vida e da cultura brasileira”, seguiu Carneiro, conforme no texto divulgado no site da ABL. “Cacá se distingue como jornalista, intelectual e pensador. Mas parece que seu destino é mesmo o de fundir o cinema e a poesia.”
Cacá, conforme o texto da organização, disse na posse: “O Cinema Novo brasileiro não foi, senão, a chegada tardia do modernismo ao nosso cinema. Era preciso produzir um cinema para a nação, mas também inventar uma nação no cinema. Nossas melhores cabeças do século XX sonharam com esse projeto de Brasil.”
Cacá Diegues trabalhava como poeta e jornalista quando adolescente, tendo seus poemas publicados no Jornal do Brasil em 1958.
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Cacá nasceu em Maceió, mas se mudou aos 6 anos para o Rio de Janeiro • Reprodução/JHC
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Cacá Diegues é o segundo filho de um antropólogo e de uma fazendeira • Reprodução/Redes Sociais
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Um dos poucos cineastas veteranos, após a nova Lei do Audiovisual, a trabalhar com comerciais, documentários, videoclipes. • Divulgação/Cacá Diegues
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Cacá deixou o Brasil durante a promulgação do AI-5 e viveu na Europa com a esposa • Reprodução/Redes Sociais
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Foi homenageado em 2016 pela escola de Samba Inocentes de Beford Roxo • Divulgação/Cacá Diegues
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A maioria de seus filmes esteve em grandes festivais internacionais • Reprodução/Redes Sociais
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O cineasta foi eleito novo imortal da Academia Brasileira de Letras • Divulgação/Cacá Diegues
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Cacá Diegues morreu nesta sexta-feira (14), aos 84 anos • Reprodução/Redes Sociais
Entre os livros publicados pelo cineasta, estão obras como “Ideias e Imagens” (1988), “Vida de Cinema” (201 e “Todo Domingo”, que reúne seus textos publicados semanalmente no jornal O Globo.
Em seu perfil nas redes sociais, a Academia Brasileira de Letras lamentou a morte do cineasta: