“Branson” conta a história do bilionário que nunca disse “não” para uma aventura
Em entrevista coletiva, Richard Branson falou sobre uma vida "vivida ao máximo", a sua insistência em aceitar desafios e a sua trajetória como um dos empresários mais ricos do mundo
Nesta sexta-feira (2), a série documental de quatro episódios sobre a vida do excêntrico bilionário britânico Richard Branson chega à plataforma de streaming HBO Max.
O diretor Chris Smith – que também fez o documentário de sucesso “Tiger King”, disponível na Netflix – tenta retratar 70 anos de história em “Branson”. Desde a infância de Richard, e a influência de sua mãe, passando pelos inúmeros empreendimentos que fazem parte do “Virgin Group”, até as aventuras que quase custaram a vida do bilionário.
Aos 15 anos, Branson parou de ir à escola e decidiu começar a própria revista voltada para o público jovem – “Student”. Como forma de financiar a revista, ele começa um negócio de entrega de discos, e mais para frente abre a primeira loja de LPs, a “Virgin Records”, que viria a se tornar uma grande rede de franquias e uma das maiores gravadoras do mundo nos anos seguintes.
Desde então, o “Virgin Group” comandado por Richard também passou a incluir a companhia aérea “Virgin Atlantic”, e mais recentemente a empresa de turismo espacial “Virgin Galactic”. Além de outros empreendimentos diversos em comunicação, eventos, música e alimentação.
Ao assistir o documentário, a impressão que fica é que Richard Branson nunca disse “não” para um novo desafio ou oportunidade. Em entrevista coletiva feita de forma virtual com jornalistas do mundo todo, Branson disse à CNN que ele tenta sempre dizer mais “sim” do que “não” em sua vida, e que por isso ela tem sido muito mais rica em experiências.
“Ao assistir o documentário você vai sentir que eu deveria ter aprendido [a dizer “não”] bem mais cedo na vida”, diz rindo. Ele relembra o incidente no qual saltou de cima de um prédio num dia em que ventava forte, acabou batendo em uma construção próxima e ficou pendurado, enquanto uma multidão se juntou no chão para assistir à cena. “Eu definitivamente queria ter dito não antes disso.”
Quanto aos negócios, ele diz que é preciso manter uma posição otimista, e tentar, mesmo que o fracasso venha depois. “Se você perceber um espaço vago no mercado, vá em frente, ocupe. Boa sorte!”, diz para todos os empreendedores em potencial.
A maior parte das filmagens para o documentário foi feita duas semanas antes de Branson se tornar o primeiro passageiro a bordo de sua própria nave espacial a ir para o espaço, em julho de 2021.
Ele já se colocou em situações de risco mais de uma vez, já ficou perto da morte durante os voos de balão para atravessar o oceano, os pousos de emergência, e uma viagem ao espaço aos 70 anos. As coisas sempre se acertaram no final, mas ele teve muita sorte e sabe disso.
A série também traz a versão da esposa de Branson, Joan Templeman, que frequentemente ficava em casa com os dois filhos pequenos do casal enquanto o bilionário se aventurava.
“Acho que boa parte do documentário é sobre se estou sendo egoísta ou se realmente deveríamos viver a vida o máximo possível, como eu acho que fiz. São questionamentos justos, de ambos os lados.”
Com uma grande fortuna, vem grandes responsabilidades?
Quando digo que sou do Brasil durante a entrevista coletiva, Richard faz um alerta sobre proteção ambiental.
“Protejam as florestas! É algo tão importante, tão maravilhoso”, diz.
Richard Branson é um bilionário engajado em questões socioambientais. Ele financia diversas iniciativas humanitárias e sustentáveis – e transformou a Necker Island, sua ilha privada, em um dos locais mais sustentáveis do mundo. A série também aborda as contradições em investir em sustentabilidade e ser dono de uma empresa que libera altas quantidades de gases de efeito estufa ao promover o turismo espacial.
Questionado pela CNN, Branson diz que acredita sim que o dinheiro traz grande responsabilidade social, e que acha que é possível explorar o espaço e ajudar na busca por sustentabilidade ao mesmo. “Eu acho muito importante que grandes empreendedores falem sobre os problemas do mundo e usem sua influência para tentar resolvê-los”, explica.
“Não há motivos para que pessoas com uma grande fortuna precisem de todo esse dinheiro. É preciso fazer um bom uso desses recursos.