Bailarina de Iza critica dança de Gianecchini e cita apropriação cultural
Se preparando para estrelar a peça "Priscilla: A Rainha do Deserto", o ator dividiu opiniões com sua performance
A performance de Reynaldo Gianecchini, 51, dançando “Vogue” durante os ensaios da peça “Priscilla: Rainha do Deserto” dividiu opiniões e se tornou alvo dos comentários da bailarina trans Makayla Sabino, conhecida por trabalhar com artistas como Iza.
Diante da repercussão do vídeo compartilhado pelo artista nas redes sociais, a dançarina explicou que não realizou uma crítica ao ator, mas, sim, para a profissional responsável por ensiná-lo os passos de ballroom.
“Ele está fazendo o trabalho dele. Ele é um ator incrível, nunca falei o contrário, mas a questão é sobre como as coisas são feitas”, explicou Makayla. Na visão da profissional, Reynaldo Gianecchini não foi aprendeu a dançar o veredeiro Vogue.
“A crítica é para a professora, que deu aula de algo que ela não sabe, porque está nítido para todo mundo que conhece que aquilo ali não é Vogue”, acrescentou a dançarina.
Na sequência, Sabino ainda relembrou a criação do Ballroom, iniciada por pessoas trans e negras. Apesar do Vogue se tornar conhecido por conta de Madonna, a profissional aponta que a cantora não foi a criadora do estilo.
“Por que não nos dão a oportunidade de fazer o que a gente sabe e o que criamos? Se ele está fazendo um papel onde vai representar o Vogue, ele não tem que representar a Madonna, ele tem que representar a cultura Ballroom”, disse Makayla.
“Ele ainda aprendeu isso com uma pessoa que não é da comunidade, não sabe o que está fazendo. A questão não é ele, a questão foi o que ela [coreógrafa] passou pra ele. A movimentação não está certa (…) tem várias problemáticas”, ainda complementou.
“Isso é apropriação cultural! É um ato racista, porque isso vem de uma comunidade de pessoas pretas e racistas”, concluiu a dançarina.
Procurada pela CNN, Mariana Barros, coreógrafa da peça “Priscilla: A Rainha do Deserto”, explicou que o vídeo foi gravado em janeiro e se tratou apenas de um estudo coreográfico.
“Eu entendo o quão importante é essa linguagem para essa comunidade, que é tão ativa e é tão importante no meio da dança. Entendo completamente a repercussão. Eu sinto muito por por esse equívoco, mas eu não estava ensinando ninguém. Não sou professora de voguing, porque eu não tenho competência para ensinar essa modalidade”, afirmou.