Asia Argento ainda se sente “aterrorizada” por Harvey Weinstein
Atriz italiana foi uma das primeiras a denunciar o produtor de Hollywood por assédio e abuso sexual
A atriz italiana Asia Argento, 48, “ainda é aterrorizada” por Harvey Weinstein. A atriz foi uma das primeiras na indústria cinematográfica a acusar publicamente o produtor de Hollywood de assédio e abuso sexual, tornando-se uma figura importante no movimento #MeToo.
Weinstein atualmente cumpre pena de 23 anos por estupro e outros crimes sexuais.
Argento contou à revista italiana Sette sobre como o empresário de 72 anos ainda a assusta, mesmo atrás das grades: “A pessoa permanece para sempre ligada a quem a prejudicou. Eu me pergunto como é a vida na prisão para alguém como ele, que tinha tudo. Ele estava cercado por pessoas que fariam o que ele pedisse. Talvez agora, ele seja a pessoa que está com medo?”, continuou.
Quando perguntada se ela gostaria de encontrar Weinstein novamente, a atriz acrescentou: “Eu não aceitaria [vê-lo], ele ainda me aterroriza. Por muito tempo, vivi com ansiedade sempre que o encontrava em eventos. O fato de ele estar preso me tranquiliza”, disse ela.
Apesar de ser uma representante da liderança no movimento #MeToo, que explodiu durante o caso Weinstein, Asia criticou a iniciativa por “ter se tornado uma caça às bruxas”.
“Começou como um movimento puro, então o moedor de carne tomou conta. Caças às bruxas da mídia, perseguições por meio de tuítes e hashtags: na América, tudo isso é incrivelmente forte”, opinou ela. “Acho a cultura do cancelamento assustadora: de expor os delitos de criminosos como Weinstein, que estupraram meninas impunemente, passamos a cancelar pessoas que têm condutas sexuais menos do que impecáveis.”
“Para as novas gerações, como a dos meus filhos, há uma maior compreensão das questões relacionadas a estupro, assédio e consentimento. Esses eram tópicos que não eram discutidos quando eu era jovem. No entanto, os EUA levaram tudo a um extremo mortal, transformando-o em uma bagunça que simplifica demais as coisas”, considerou.
“Um falso novo puritanismo que também humilha a cultura, a arte e a música. No cinema, a sexualidade não pode mais ser retratada em toda a sua complexidade. Tenho o desejo de destruir tudo isso”, finalizou.
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