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    App alerta homens caso esposa se aproxime do aeroporto da Arábia Saudita

    CNN exibe o documentário “Arábia Saudita: o Reino dos Segredos” neste sábado (11), às 22h45

    CNN exibe o documentário “Arábia Saudita: o Reino dos Segredos”
    CNN exibe o documentário “Arábia Saudita: o Reino dos Segredos” CNN

    Aline Sgarbida CNN

    em São Paulo

    A Arábia Saudita é dona da segunda maior reserva de petróleo do mundo, com um estoque estimado em mais de 260 bilhões de barris, equivalente a 16% do total global.

    Mas o que nem todo mundo sabe é que isso só foi descoberto graças aos americanos.

    Reza a lenda que, quando encontraram petróleo, o rei Abdul al-Aziz ibn Saud disse: “Fechem o poço. Dinheiro demais causa problemas”. A história verdadeira é bem menos glamorosa.

    Fundado em 1932 pelo mesmo ibn Saud, o reino da Arábia Saudita era um país desértico, extremamente pobre, que vinha de um histórico de lutas entre diferentes tribos. E precisava de dinheiro.

    Então, nos anos 30, petroleiros americanos ofereceram 170 mil dólares em ouro para que o rei permitisse a perfuração em solo saudita. Estava selada uma das parcerias mais longas e controversas da história.

    O petróleo trouxe uma enorme riqueza. A Saudi Aramco, estatal petrolífera do país fatura mais de R$ 2 bilhões por dia.

    E é esse dinheiro que ajuda a bancar luxo e excentricidades de centenas de príncipes e empresários sauditas, que gastam quantias gigantescas pelo mundo todo. São carros de luxo, iates, joias.

    O palácio do príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman al Saud, tem 317 cômodos.

    Prêmios milionários são distribuídos em corridas de camelos e carros de luxo para serem detonados por pura diversão.

    Mas o mais importante é que o petróleo fez um país ressurgir no meio do deserto. Cidades modernas brotaram da areia em poucas décadas.

    Porém, esse dinheiro também foi usado largamente para a construção de centros islâmicos e mesquitas, estabelecendo condições para que nesses locais fossem ensinados apenas os ideais do Wahhabismo – a forma mais radical de Islamismo no mundo, praticada na Arábia Saudita.

    O primeiro artigo da legislação saudita diz que o Alcorão e a Palavra do Profeta são a constituição do país.

    App para monitorar mulheres

    Por lei, maridos e pais são os guardiões das mulheres, e até recentemente alguns líderes religiosos defendiam abertamente liberdade aos homens para bater em suas esposas e filhas.

    O governo saudita também criou um aplicativo que envia um alerta por SMS aos homens, caso uma esposa se aproxime do aeroporto ou da região de fronteira.

    Alguns deles precisam de vários aplicativos, pois têm mais de uma esposa. Estima-se que mais de um milhão de sauditas estão em casamentos polígamos.

    Praticar o Cristianismo é ilegal, assim como qualquer outra religião, exceto o Islamismo.

    Filmes e música também já foram considerados heresia. E qualquer opositor ao regime pode ser torturado ou até decapitado.

    Mas essa vida dupla, de um país incrivelmente rico, recheado de petróleo e, ao mesmo tempo, algemado ao passado pelo Islamismo extremista, pode estar prestes a mudar.

    O petróleo não é inesgotável, e cada vez mais especialistas têm apontado a necessidade de diversificar as fontes de renda.

    “Para ficar ricos, eles só precisaram usar o solo em vez de usarem e desenvolverem a população, juntamente com a energia e empreendedorismo dela”, segundo Thomas Friedman, colunista do jornal americano The New York Times.

    “O que os sauditas precisam fazer é se libertar da dependência do petróleo e ter uma economia produtiva e industrializada, como os países do Ocidente”, diz Tarek Masoud, professor de políticas públicas da Universidade de Harvard.

    Como isso vai acontecer e quais os impactos podemos esperar para o futuro são temas do documentário “Arábia Saudita: o Reino dos Segredos”, que a CNN Brasil exibe neste sábado (11), às 22h45, logo depois do CNN Viagem & Gastronomia.