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    Chico Buarque 80 anos: conheça livros de sucesso escritos pelo cantor

    Artista escreveu obras de diferentes gêneros literários, da poesia ao conto, do romance infantil ao adulto

    Flávio Ismerimda CNN

    O cantor, compositor e dramaturgo Chico Buarque completa 80 anos nesta quarta-feira (19). Com uma carreira de quase seis décadas, o carioca se aventurou por diversos campos das artes, inclusive pela literatura.

    Notabilizado como autor de peças como “Roda Viva”, “Ópera do Malandro” e “O Grande Circo Místico”, Chico passeou também por outros gêneros, como o conto, a poesia, e os romances infantil e adulto.

    Sua produção literária foi reconhecida e aclamada, rendendo ao cantor carioca sete Jabutis, incluindo três na categoria Livro do Ano Ficção, e uma homenagem no Prêmio Camões, principal premiação da literatura em língua portuguesa, em 2019.

    Quer conhecer mais dos livros de Chico Buarque? A CNN te apresenta abaixo cinco obras escritas pelo cantor.

    “Chapeuzinho Amarelo” (1970)

    Chico Buarque lançou "Chapeuzinho Amarelo" em 1970
    Chico Buarque lançou “Chapeuzinho Amarelo” em 1970 / Divulgação

    Expoente máximo da literatura infantil de Chico Buarque, “Chapeuzinho Amarelo” foi publicado originalmente em 1970 e relançado em 1997 com ilustrações de Ziraldo, que faleceu em abril deste ano, enquanto dormia, aos 91 anos.

    O livro conta a história de uma menina que vivia com tanto medo que perdia a oportunidade de viver as maravilhas da vida. O ciclo se rompe quando Chapeuzinho enfrenta o lobo-mau, e a história ensina uma lição sobre coragem às crianças que leem.

    “Estorvo” (1991)

    "Estorvo", de Chico Buarque, foi publicado em 1991 e ganhou dois Jabutis
    “Estorvo”, de Chico Buarque, foi publicado em 1991 e ganhou dois Jabutis / Divulgação

    Foi só em 1991 que Chico Buarque estreou no gênero romance. “Estorvo” foi escrito no computador que o cantor havia ganhado de sua então esposa, a atriz Marieta Severo, e conta a história de um narrador que, preso em uma obsessão, flutua entre o sonho e a vida real.

    A obra teve a primeira tiragem, que totalizava 30 mil exemplares, esgotada em dois dias e rendeu a Chico o prêmio Jabuti em 1992, nas categorias Livro do Ano Ficção e Romance.

    “Budapeste” (2003)

    "Budapeste", de Chico Buarque, foi lançado em 2003
    “Budapeste”, de Chico Buarque, foi lançado em 2003 / Divulgação

    Terceiro romance de Chico Buarque, “Budapeste” conta a história de um ghost-writer que escreve coisas atrás de pseudônimos e de outros autores vivos. Sua vida é mudada quando chega à capital da Hungria, cidade que dá nome à obra e onde se vê dividido entre sua esposa, Vanda, que está no Rio de Janeiro, e a personagem Kriska, que lá vive.

    O livro também ganhou os Jabutis de Livro do Ano Ficção e Romance, além de ter sido elogiado pelo escritor português José Saramago, dono de obras como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” e “Ensaio Sobre a Cegueira”.

    “Chico Buarque ousou muito, escreveu cruzando um abismo sobre um arame e chegou ao outro lado. Ao lado onde se encontram os trabalhos executados com mestria, a da linguagem, a da construção narrativa, a do simples fazer. Não creio enganar-me dizendo que algo novo aconteceu no Brasil com este livro”, escreveu o lusitano ao jornal Folha de S.Paulo.

    “Leite Derramado” (2010)

    "Leite Derramado", de Chico Buarque", foi publicado em 2009
    “Leite Derramado”, de Chico Buarque”, foi publicado em 2009 / Divulgação

    Romance publicado após “Budapeste”, “Leite Derramado” fala sobre um homem velho, membro de uma tradicional família brasileira, que conta a história de seus ancestrais portugueses e membros da oligarquia brasileira. A obra evidencia a decadência da elite brasileira com o passar das gerações.

    Chico recebeu mais dois Jabutis pela escrita, novamente de Livro do Ano Ficção e Romance.

    “Irmão Alemão” (2014)

    "O Irmão Alemão", de Chico Buarque, foi publicado em 2014
    “O Irmão Alemão”, de Chico Buarque, foi publicado em 2014 / Divulgação

    Em um texto ousado, Chico partiu da narrativa de sua própria família para criar um romance sobre a busca de um possível irmão alemão pedido pela família Hollander, nome escolhido em referência ao seu pai, o intelectual Sérgio de Hollanda.

    Os panos de fundo da obra são a ditadura militar do Brasil e a herança do holocausto na Alemanha. O livro ficou em terceiro lugar na categoria de Livro Brasileiro Publicado no Exterior no Jabuti de 2015.

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