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    Unicamp 2025: leia exemplos de redação escritas por professor

    A Unicamp apresenta duas propostas de redação para o estudante escolher uma

    Mirella Cordeirocolaboração para a CNN

    Os estudantes que fizeram a segunda fase do vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) 2025 neste domingo (1º) tiveram que escrever uma redação.

    Uma particularidade desse vestibular é que a prova apresenta duas propostas para o estudante escolher uma delas. Neste ano, as possibilidades foram:

    1. Fazer um texto de apresentação de um projeto de lei que estabeleça igualdade de gêneros nas cadeiras do Congresso Nacional;
    2. Escrever um comunicado a ser enviado aos responsáveis de alunos do ensino fundamental expressando as preocupações com o hábito deles apostarem dinheiro em um jogo de azar.

    Fernando Andrade, professor de redação do Estratégia Vestibulares, escreveu um modelo para cada proposta para mostrar aos alunos como poderia ser um bom texto. Confira:

    Apresentação do PL sobre Igualdade de Gênero no Congresso

    “Senhoras e Senhores parlamentares,

    Como integrante de um coletivo de defesa da igualdade de gênero, gostaria de propor a tramitação de um Projeto de Lei que divida as cadeiras do Congresso Nacional igualmente entre homens e mulheres. A questão é crítica e pode ser percebida a olhos vistos. Nesta Câmara dos Deputados, das 513 cadeiras, somente 94 são ocupadas por mulheres. É verdade que essa situação não é nova, mas uma pesquisa publicada pelo Jornal da USP deixa claro que há urgência em mudar essa realidade. Segundo essa pesquisa, de quatro propostas parlamentareis, pelo menos uma é prejudicial às mulheres. Obviamente, isso só acontece devido a essa predominância masculina no plenário. É preciso mudar essa situação, e por vários motivos.

    Consideremos inicialmente os malefícios. A ausência de mulheres nesta Casa restringe a discussão de temas que afetam mais da metade da população, pois há mais mulheres do que homens no Brasil. Além do prejuízo em relação a ações propositivas, percebe-se claramente a negligência em relação às questões fundamentais que envolvem as mulheres. Um exemplo dessa aberração pode ser considerado a partir da proposição da LP 1904/24, que equipara o aborto ao homicídio simples. Segundo a lógica dessa proposta, se uma mulher for estuprada e resolver fazer aborto depois de 22 semanas, ela poderá ser penalizada com 20 anos de reclusão, enquanto o estuprador será condenado a, no máximo, 12 anos. Se o Congresso Nacional fosse composto igualitariamente, essa PL nem seria aventada.

    Por outro lado, há claras vantagens com a aprovação desta PL. Em uma sociedade que se diz preocupada com os valores familiares, as mulheres têm muito a nos dizer, pois elas estão mais próximas das questões que afetam a família. Temas como violência doméstica, saúde e educação para mulheres e meninas, e proteção contra abusos sexuais e violência de gênero só podem receber a acolhida necessária por parte daquelas que vivem isso no cotidiano de forma mais intensa. Isso significa deixar que a mulher tenha seu lugar de fala no Congresso e não se deixe representar por homens, que podem ser insensíveis aos seus problemas.

    Tendo em mente esses motivos, apresento a PL à apreciação das senhoras e senhores. Se aprovada, o país demonstrará que tem compromisso com a promoção de políticas públicas mais justas, o que é próprio de uma sociedade que se quer democrática. Ao avaliá-la, pensem na grande política, aquela definida por Aristóteles, que deve promover o bem comum.

    Obrigado.”

    Comunicado aos pais

    “Prezados pais, mães ou responsáveis,

    O corpo docente e os colaboradores dessa instituição têm observado, com preocupação, a crescente prática de apostas on-line e bets entre os alunos do Ensino Médio. Trata-se de um universo sedutor: plataformas coloridas e chamativas, influencers motivadores e a possibilidade de ganhar dinheiro fácil têm conquistado muitas crianças e adolescentes. O jogo do Tigrinho (você já ouviu falar dele?) promete ganhos que fariam o apostador mudar de vida. A situação é grave. Uma pesquisa recente, publicada no site Poder360, mostrou que 24% dos jovens do Ensino Fundamental já fizeram apostas em bets, sendo que tal prática é mais comum entre jovens mais pobres, como é o caso do público desta escola.

    Do ponto de vista didático, a prática pode ser devastadora. Os alunos dessa faixa etária são mais impulsivos, e as plataformas procuram estimular o cérebro de forma similar às drogas, liberando dopamina, que é o “hormônio do prazer”. O adolescente direciona sua atenção para o jogo, negligenciando o processo de aprendizado. Isso tem impacto no desempenho escolar. Já observamos casos de alunos brilhantes cujas notas diminuíram em um curto espaço de tempo, quando começaram a fazer as tais apostas. Além disso, há estresse emocional. Por motivos óbvios, esses jogos raramente permitem que o jogador ganhe. A perda de valores significativos faz os jovens ficarem preocupados e perderem a motivação de interagir com os colegas ou professores.

    Para além da escola, o vício em bets tem se tornado um problema de saúde pública. Gostaríamos que os responsáveis ficassem alertas para o problema. Recentemente, uma enfermeira desapareceu por uma semana, deixando seus parentes preocupados, por estar envergonhada devido às perdas em jogos de azar. Suicídios também já foram notificados. Se os adultos têm enfrentado problemas nessas plataformas, pode-se imaginar o tamanho do problema para um adolescente, que não tem a maturidade requerida para fazer escolhas de longo prazo. Pessoas que se envolvem com essas plataformas podem ficar viciadas, ter depressão e até mesmo se suicidarem. Não se deixe enganar, não se trata de uma brincadeira sem maiores consequências.

    Por esse motivo, como diretor desta Escola Estadual, gostaria de contar com sua colaboração, pai ou responsável. No Brasil, a regulamentação desses jogos está em tramitação. Ou seja, cabe, a nós, educadores regulamentarmos os hábitos de nossos jovens. Fique atento(a) para qualquer mudança de comportamento do seu filho e repare se isso tem a ver com o uso de plataformas de jogos. Entre em contato comigo ou com nosso corpo docente, pois assim poderemos criar uma rede de proteção para que nossos jovens possam se desenvolver da forma como merecem. Contamos com sua colaboração.

    Atenciosamente,

    O Diretor”

    Segunda fase da Unicamp

    No primeiro dia de provas, os estudantes fizeram as provas de língua portuguesa e literatura, de inglês e ciências da natureza, além da redação.

    Nesta segunda-feira (2), os estudantes fizeram as provas de matemática, ciências humanas e de conhecimentos específicos, que depende do curso escolhido:

    • Candidatos da área de ciências biológicas respondem a 8 questões de biologia e 6 questões de química;
    • Candidatos da área de ciências exatas fazem 6 questões de física e 6 questões de química;
    • Candidatos da área de ciências humanas respondem a 6 questões de geografia, 6 questões de história, 1 questão de filosofia e 1 questão de sociologia.

    A Comvest vai divulgar as respostas esperadas pelas bancas no dia 9 de dezembro.

    Calendário do vestibular Unicamp 2025 

    • Respostas esperadas da 2ª fase: 09/12/2024  
    • Provas de habilidades específicas (exceto música): 11 a 13/12/2024  
    • Divulgação dos aprovados em 1ª chamada: 24/01/2025  
    • Matrícula virtual da 1ª chamada: 27 e 28/01/2025

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