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    Celulares nas escolas: tire suas dúvidas sobre a proibição dos aparelhos

    Os estudantes podem levar o celular para a escola? Pode usar o aparelho no intervalo? Veja respostas

    Mirella Cordeirocolaboração para a CNN

    Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou o projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas, a volta às aulas em 2025 tem sido diferentes e gerado dúvidas entre pais, alunos e professores.

    O texto aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro do ano passado determina que aparelhos eletrônicos ficam proibidos nas escolas públicas e privadas. O objetivo, segundo o PL 4.932/2024, é proteger a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes.

    Entretanto, existem algumas exceções, como as atividades pedagógicas que exigem o uso de dispositivos. Nesses casos, os alunos podem usar o celular ou um computador sob a orientação dos professores.

    Tire as principais dúvidas sobre o projeto de lei:

    É proibido levar o celular para a escola?

    Não. “O projeto de lei diz que apenas o uso [do celular] é proibido“, disse Rodrigo Nejm, especialista em Educação Digital do Instituto Alana, à CNN. O texto não fala sobre a posse do celular dentro da escola.

    O especialista acredita que esse tipo de regra deve ser determinado pelas próprias escolas.

    Os estudantes podem usar dispositivos eletrônicos para as atividades da escola?

    Sim. O texto prevê que os dispositivos podem ser usados em sala de aula para fins pedagógicos ou didáticos, desde que tenham orientação dos professores.

    Aulas de programação, por exemplo, podem exigir que os estudantes utilizem computadores em sala de aula. Para esses casos, os alunos podem usar dispositivos eletrônicos.

    Os alunos poderão usar o celular para se comunicar com a família?

    O projeto de lei não diz como deve ser a comunicação com os responsáveis, mas determina que o aparelho pode ser usado para emergências, como:

    • situações de estado de perigo;
    • estado de necessidade;
    • caso de força maior.

    Para Nejm, é importante que todas as escolas tenham um protocolo de comunicação com as famílias. Nesse sentido, as instituições é que vão determinar se o estudante pode usar o celular para falar com os responsáveis ou se a comunicação deve ser feita apenas com a escola.

    Os aparelhos poderão ser usados nos intervalos das aulas?

    Não. O projeto de lei proíbe o uso de aparelhos eletrônicos “durante a aula, o recreio ou intervalos entre as aulas”.

    O especialista afirma que esta medida trará ganhos para a interação social e habilidades emocionais das crianças e adolescentes.

    Alunos com deficiência poderão usar seus dispositivos de tecnologia assistida?

    Sim. O documento prevê que os estudantes podem usar dispositivos para:

    • garantir a acessibilidade;
    • garantir a inclusão;
    • atender às condições de saúde dos estudantes;
    • garantir os direitos fundamentais.

    Aparelhos que fazem leitura de voz de imagens, por exemplo, podem ser usados na escola, desde que tenham o objetivo de garantir a inclusão e acessibilidade.

    Nejm ressaltou que “o objetivo da lei é permitir que o aluno consiga acompanhar as atividades e conviver no ambiente escolar”.

    E se meu filho precisa usar algum wearable para fins de saúde?

    O uso de celular e outros aparelhos eletrônicos para saúde é permitido.

    Assim como as tecnologias de acessibilidade, o uso de dispositivos para saúde também está previsto no projeto de lei. Mas o texto não detalha como deve ser o controle, o que fica a cargo das escolas.

    A lei é válida para as instituições de ensino básico: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio.

    Próximos passos

    Ministério da Educação (MEC) fez um evento virtual na última sexta-feira (31) para discutir o uso de celulares nas escolas. Durante a apresentação, a pasta informou que serão publicadas em fevereiro duas regulamentações com diretrizes para restringir o uso dos aparelhos nas escolas.

    Segundo o MEC, nas próximas semanas, será publicado um decreto presidencial para esclarecer termos e pontos específicos da lei que ficaram amplos.

    Além disso, ainda em fevereiro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) vai emitir uma resolução com diretrizes operacionais.

    “O CNE vai aprofundar as diretrizes, trazer medidas mais práticas sobre como os sistemas de ensino podem aplicar a educação digital e mediática nas escolas, e como lidar com a questão da lei”, disse Anita Stefani, diretora de Apoio à Gestão Educacional, da Secretaria de Educação Básica.

    Já em março, o MEC vai lançar um material com foco nos estudantes. “A ideia é que eles entendam esse processo, quais materiais e quais mecanismos eles podem utilizar, pensando no uso saudável de tecnologia”, afirmou Stefani.

    Recentemente, a CNN conversou com alunos da rede pública e particular para entender qual é a expectativa deles. Uma parte deles já está acostumada com a restrição do celular, mas a maioria é contrária à restrição durante os intervalos das aulas.

    8 em cada 10 adultos defendem a proibição de celulares em escolas

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