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    William Waack

    Waack: Trump confronta o Brasil com a lei do mais forte

    O novo mundo anunciado por Trump não tem mais regras universais de comércio, por exemplo, nem um juiz que possa arbitrar questões

    William Waack

    O Brasil está ameaçado de ser um dos países mais atingidos pela imposição, anunciada hoje por Donald Trump, das chamadas tarifas recíprocas. Significa aplicar ao Brasil as tarifas que o Brasil aplica a produtos vindos dos Estados Unidos.

    Como as tarifas brasileiras costumam ser mais altas que as tarifas americanas, antecipa-se um impacto considerável. Mas tem mais: Trump disse que vai considerar também os subsídios que os países amigos dos Estados Unidos dão para as próprias indústrias, as taxas de câmbio e qualquer outra coisa que o mandatário da Casa Branca considere injusta.

    O objetivo declarado é conseguir o que não foi capaz de alcançar na primeira vez que governou os Estados Unidos: acabar com o déficit americano em comércio.

    Ao anunciar as medidas, que ainda demorarão para serem implementadas, Trump citou especificamente o etanol brasileiro, que entra nos Estados Unidos pagando 2,5% de taxa, enquanto o etanol americano sofre uma taxa de 18% quando entra no Brasil.

    No total do comércio com os EUA, o Brasil não tem um superávit expressivo — o que de nada adianta, segundo Trump. “Os países amigos costumam ser os piores”, disse ele. E estão sendo tratados de maneira ainda mais agressiva do que aqueles que Trump considera inimigos, como a China.

    O novo mundo anunciado por Trump não tem mais regras universais de comércio, por exemplo, nem um juiz que possa arbitrar questões. Não é uma ordem favorável a potências médias, como o Brasil. É boa só para os fortões.

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