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    Veja todas as moedas lançadas para comemorar a Independência do Brasil

    Para comemorar a Independência foram lançadas edições especiais em 1922, 1972 e 2022

    Pedro Zanattado CNN Brasil Business

    em São Paulo

    O Brasil comemora o bicentenário da Independência nesta quarta-feira (7). Além dos tradicionais desfiles e festividades, para a data foram lançadas moedas especiais pelo Banco Central (BC) com referências ao episódio histórico.

    Em julho deste ano, a instituição lançou duas moedas comemorativas. No entanto, esta não é a primeira vez que moedas especiais são criadas para prestigiar a data no país. Veja abaixo outras edições em que foram produzidas moedas comemorativas.

    Centenário da Independência (1922)

    Em 1922, quando se comemorou os 100 anos da Independência, o governo do então presidente Epitácio Pessoa lançou três moedas comemorativas: uma de 500 réis, outra de 1.000 réis e, por fim, uma de 2.000 réis.

    As duas primeiras eram compostas por uma liga de cobre, enquanto a última era produzida em prata.

    Naquele período, o lançamento cabia à Casa da Moeda, uma vez que o Banco Central do Brasil ainda não havia sido criado. Todas as três moedas foram colocadas em circulação, não estando restritas apenas aos colecionadores.

    No anverso da moeda é possível identificar as faces de D. Pedro I e de Epitácio Pessoa. Já no reverso, dois elementos saltam aos olhos. O primeiro é a coroa imperial, representando o período de vigência do Império do Brasil e, ao lado, observamos um barrete frígio ou, como é conhecido, “barrete da liberdade”, simbolizando a república.

    Por trás dos réis lançados, existe um fato curioso. Alguns deles, de 500 e 1.000 réis, saíram com a grafia incorreta do país. Ao invés de “Brasil”, a cara da moeda apresentava a palavra “Bbasil”.

    Exemplar da moeda de 500 réis com a grafia do país escrita de maneira incorreta. / Arquivo

    Sesquicentenário da Independência (1972)

    Cinquenta anos mais tarde, outras três moedas seriam lançadas, desta vez, durante a gestão de Emílio Garrastazu Médici, o terceiro presidente do período de Ditadura Militar (1964-1985) no Brasil. Naquele momento, o padrão monetário do país era o Cruzeiro.

    Sendo assim, foram produzidas, para comemorar os 150 anos da Independência, a moeda de 1 cruzeiro (aço niquelado), a de 20 cruzeiros (prata) e a de 300 cruzeiros (ouro). Destas, apenas a primeira foi colocada em circulação. As demais eram itens para coleção.

    O padrão presente nas moedas segue o que foi feito nas edições de 1922, tendo a representação de D. Pedro I e do presidente em exercício, naquele caso, Médici. A imagem, com as datas e o mapa do Brasil estilizados, foi pensada pelo designer gráfico pernambucano Aloísio Magalhães.

    Além das moedas, o governo incluiu a emissão de uma cédula nas comemorações do sesquicentenário, a de 500 cruzeiros. Em seu anverso, a nota retrata a evolução étnica formulada de maneira simbólica, numa sequência de diversas raças que constituem os brasileiros, por ordem de precedência histórica.

    Enquanto no reverso foi retratada a evolução do espaço físico territorial obtida através de uma sequência de cartas geográficas históricas que indicam, semanticamente, as diversas etapas dessa evolução: Descobrimento (planisfério de Cantino, em 1502. O primeiro registro do Brasil em carta geográfica); o Comércio do Pau Brasil e os primeiros contatos e expedições; a Colonização e primeira divisão política em capitanias hereditárias, em 1532; a Independência e, finalmente, a Integração Nacional.

    Bicentenário da Independência (2022)

    Por fim, em julho deste ano, o Banco Central apresentou as moedas do bicentenário da Independência. De acordo com a instituição, inicialmente serão 5 mil moedas de prata e 10 mil de cuproníquel. No entanto, a tiragem pode subir para até 20 mil unidades de prata e 40 mil de cuproníquel.

    Ambas as moedas trazem a 1ª estrofe do hino nacional no reverso, junto a símbolos nacionais como as cores verde e amarelo e a bandeira do Brasil, e cenas históricas que retratam momentos da independência no anverso.

    A moeda de cuproníquel mostra o Grito da Independência, em que D. Pedro I, ao receber as cartas da princesa e do ministro José Bonifácio, proclama a Independência do Brasil, às margens do Rio Ipiranga. O item retrata a imagem do quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, no anverso.

    No reverso, as cores verde e amarela, escolhidas por D. Pedro I logo após a Independência, aparecem em uma faixa em movimento. É a primeira vez que o recurso da cor será usado em uma moeda brasileira.

    Já a moeda de prata é uma composição de imagens. No primeiro plano aparece o busto de D. Pedro I. Foi usada parte da litografia D. Pedro I Imperador, de Sebatien Sisson. Ao fundo, está retratado o quadro Sessão do Conselho de Estado, de Georgina de Albuquerque”, detalhou a diretora de Administração do BC, Carolina Barros.

    A sessão de Conselho de Estado retrata o episódio em que foi tomada a decisão de enviar cartas a D. Pedro aconselhando-o a romper com a Coroa portuguesa.

    O vice-presidente na Sociedade Numismática Brasileira, Bruno Pellizzari, disse que uma discussão percorreu o lançamento das moedas: se deveria ser representado ou não o rosto do presidente em exercício do Brasil, assim como nas anteriores.

    “Teve essa discussão no universo numismático e chegou-se a conclusão de que não, pois existe uma lei que proíbe que personalidades vivas figurem no dinheiro e, de fato, não foi emitida uma moeda com o rosto do atual presidente”, afirmou.

    Com valor de face de R$ 5, a moeda de prata estava sendo vendida por R$ 420. Já as unidades de cuproníquel possuem valor de face de R$ 2, e tinham, no lançamento, o preço de venda de R$ 34. Ambas as moedas estavam disponíveis no site do Clube da Medalha da Casa da Moeda do Brasil.

    Busca por colecionadores

    Algumas das moedas são itens raros no universo de colecionadores. Bruno Pellizzari explica que as edições comemorativas de 1922 e 1972, que entraram em circulação, tiveram uma tiragem alta, portanto, não possuem grande valor entre os numismatas. Contudo, as moedas que possuem o erro gráfico são mais raras e, consequentemente, mais caras.

    “A peça de 20 e de 300 cruzeiros [de 1972] possuem o valor numismático bem próximo do valor intrínseco. A curiosidade específica é a peça com o erro de grafia: a de 1000 réis tem um valor aproximado de R$ 100. Já a de 500 réis possui um valor de mercado que chega a R$ 1.500”.

    Sobre as unidades de 2022, Pellizzari diz que já estão esgotadas no site de venda oficial, já valorizadas no mercado numismata. “Do valor inicial, ela já está sendo comercializada bem acima do normal, em média, mais do que duplicou de preço”.