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    Uma montanha de dinheiro está pronta para a economia global no pós-pandemia

    O mundo dos fundos de private equity emergiu no primeiro semestre com sua reputação intacta. Agora, a arrecadação de fundos está novamente em alta.

    Julia Horowitz, , do CNN Business, em Londres

    Há pelo menos uma coisa que a pandemia não mudou: os fundos de private equity entraram na crise da Covid-19 cheias de dinheiro e devem deixá-la com os bolsos cheios também.

    O que está acontecendo: quando o coronavírus fechou as portas de empresas e convulsionou a economia global, havia a preocupação de que as esses fundos (que explodiram após a crise financeira de 2008) pudessem ser um problema.

    Para aumentar os lucros, essas empresas costumam sobrecarregar seus alvos de aquisição com grandes dívidas. Se o valor dessas empresas despencar como resultado de vendas mais fracas, seus proprietários de private equity podem ter problemas.

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    De acordo com a Bain & Company, mais de 75% dos negócios de private equity nos EUA no ano passado foram “altamente alavancados”, o que significa que as empresas contraíram dívidas de pelo menos seis vezes seus lucros operacionais. 

    Para completar, algumas empresas apoiadas por fundos de private equity enfrentaram sérios problemas e tiveram que buscar ajuda do governo. Era algo a se temer. Mas, graças ao apoio sem precedentes dos  bancos centrais de todo o mundo, o financiamento das dívidas permaneceu barato.

    O mundo dos fundos de private equity emergiu no primeiro semestre com sua reputação intacta. Agora, a arrecadação de fundos está novamente em alta.

    “Os fundos de private equity estão totalmente inundadas de liquidez”, disse-me Viswas Raghavan, chefe do JPMorgan Chase para a região da Europa, Oriente Médio e África.

    No final do ano passado, a “pólvora seca” (a gíria do setor para dinheiro a ser investido) atingiu o recorde de US$ 2,5 trilhões, de acordo com a Bain. Manoj Mahenthiran, líder de private equity dos EUA na PwC, acha que o dinheiro disponível permanece nesse nível, ou é ainda mais alto.

    Em busca de retorno

    Na última década, como as taxas de juros permaneceram baixas nos EUA, investidores institucionais, como fundos de pensão, cada vez mais se voltaram para a private equity como fonte de retornos mais elevados. Com os bancos centrais prometendo manter as taxas de juros perto do fundo do poço em um futuro previsível, esse pipeline de apoio está prestes a se expandir.

    A grande questão é onde essas empresas pretendem colocar todo esse dinheiro. Ativos de alto crescimento, como empresas de tecnologia e saúde, permanecem os favoritos dos fundos. Mas muitos se tornaram extremamente caros, tornando mais difícil encontrar um bom negócio.

    Alguns fundos estão de olho em ativos nos setores de turismo ou varejo, que enfrentaram dificuldades este ano. Scott Kleinman, copresidente da Apollo Global Management, disse em uma conferência no mês passado que a Apollo havia investido cerca de US$ 5 bilhões no setor aéreo e aeroespacial durante os seis meses anteriores.

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    Mahenthiran, no entanto, disse que não há evidências de que os fundos de private equity estejam avançando em direção a segmentos em dificuldades da economia.

    Quadro geral: o que está claro é que a pandemia não interrompeu a influência crescente da private equity.

    “A economia está definitivamente tendendo para mais investimentos de fundos de private equity”, definiu Mahenthiran. Milhões de pessoas trabalham em empresas de propriedade de PEs.

    Ludovic Phalippou, professor de economia financeira da Universidade de Oxford, disse que os acadêmicos ainda estão analisando as consequências de mais fundos de privates equity no sistema. Segundo ele, as empresas de capital fechado não enfrentam os mesmos requisitos rigorosos de divulgação que as de capital aberto.

    A propriedade dos fundos private equity também intensifica muito na extração de lucros, de acordo com Phalippou – um modelo diferente do cada vez mais popular “capitalismo de stakeholders” que incentiva os executivos a se concentrarem no bem-estar dos funcionários e no impacto social, bem como no retorno para os acionistas.

    “É um mundo muito diferente que está se formando”, ele me disse.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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