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    Trabalhador gasta mais de R$ 1 mil por mês com refeição fora de casa, revela pesquisa

    Se considerado o salário médio do país, de R$ 2.9121, desembolso para comer na rua é de 35% do rendimento

    Refeição fora do lar fica 14,7% mais cara em comparação com o ano passado
    Refeição fora do lar fica 14,7% mais cara em comparação com o ano passado Diogo Moreira

    Marien Ramosda CNN*

    São Paulo

    É de R$ 46,60 o valor médio de uma refeição completa para o trabalhador brasileiro que almoça fora de casa, de acordo com a última pesquisa “Preço Médio da Refeição Fora do Lar”, realizada pela Mosaiclab. O valor pode chegar a R$ 80,48 no serviço à la carte, considerando prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café.

    Segundo o IBGE, o salário médio no país era de R$ 2.9121,00 em junho de 2023, o que significa que o trabalhador precisa desembolsar 35% do salário médio – cerca de R$ 1.025,20 mensalmente.

    De acordo com a pesquisa deste ano, valor é 14,7% superior ao registrado no ano passado, considerando-se a categoria de autosserviço ou os restaurantes a quilo.

    As maiores variações de preço em 2023 ficaram nos serviços à la carte, que registram aumento de 24%, enquanto o serviço de self-service teve elevação de 20%, revela Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).

    Entre os quatro tipos de refeições existentes, a comercial (R$ 34,30) é a mais em conta, seguida pelo autosserviço (R$ 43,24) e o prato executivo (R$ 50,51), segundo a associação.

    O Sudeste é a região mais cara para o trabalhador se alimentar, com valor médio de R$ 49,33 por refeição. Já o Nordeste apresenta preço médio de R$ 43,55, acompanhado pela região Sul com R$ 42,81.

    Algumas capitais se destacam com os preços mais altos, acima da média nacional:

    • Florianópolis (SC): R$ 56,11
    • Rio de Janeiro (RJ): R$ 53,90
    • São Paulo (SP): R$ 53,12
    • Natal (RN): R$ 51,86

    Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Pluxee, diz que a inflação não reflete o real custo para o trabalhador, já que ele ainda é pressionado por aumentos em outras categorias de consumo, como combustíveis, energia, saúde e bem-estar.

    “Houve uma variação acima da inflação no preço da refeição registrada neste ano, quando comparamos com 2022. A inflação da alimentação fora do lar subiu mais devagar, mas é mais persistente do que o índice aplicado a alimentos consumidos em casa”, aponta.

    O IPCA, índice que mede a inflação, foi de 0,26% em setembro, acumulando 5,19% em 12 meses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

    O cenário econômico pós-pandemia influencia nos preços repassados para o consumidor. Com o retorno ao atendimento presencial, as empresas prestadoras desses serviços enfrentaram aumento nos aluguéis comerciais e necessidade de novos investimentos, explica Ricardo Contrera, diretor da Mosaiclab.

    Na pandemia, parte dos estabelecimentos ficaram fechados ou atendendo via delivery. Em 2019, o sistema de entregas equivalia a 60%, já em 2023 se encontra pouco acima dos níveis pré-pandemia com 44%.

    Mesmo assim, o preço ainda não é determinante para a escolha da refeição. O levantamento da ABBT mostra que a conveniência (51% ) é uma das principais tendências, enquanto preços e promoções tem 33% de relevância para a população.

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    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes