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    Sebrae critica bancos e sai em defesa do parcelamento sem juros

    Grupos de defesa do empreendedorismo e comércio se unem contra possibilidade de a modalidade de pagamento acabar

    Sebrae/PB

    Basília Rodriguesda CNN

    em Brasília

    O presidente do Sebrae, Décio Lima, fez críticas nesta segunda-feira (6) à possibilidade de eliminação do parcelamento sem juros.

    A entidade voltada a pequenos empreendedores se uniu a políticos da Frente Parlamentar do Comércio e também do Empreendedorismo contra a pressão de bancos para pôr limites à modalidade de pagamento.

    À CNN, Lima criticou o Banco Central e comprou briga pelo parcelamento sem juros, que, segundo ele, é usado por 90% dos brasileiros, principalmente no varejo.

    “Nos assusta essa possibilidade aventada pelo Banco Central, será extremamente grave, seria um verdadeiro absurdo. Se acabar, nós vamos inviabilizar um grande universo de empreendedores. Eles não vão mais existir. Vamos também afetar o consumo das pessoas. Essa é uma conquista do povo brasileiro. Há uma cultura popular de pedir desconto ou parcelar sem juros”, disse Lima.

    O tema coloca integrantes do governo e BC em campos opostos. O setor de empreendedorismo, comércio e varejo já levou a inconformidade com o assunto para ministros de governo, como o da Fazenda, Fernando Haddad.

    Durante a tramitação do Desenrola, programa do governo para reduzir o endividamento do brasileiro, houve tentativa das instituições bancárias de incluir no texto o fim do parcelamento nas compras sem cobrança de juros.

    Apesar da pressão, a proposta não passou assim. Porém, ficou estabelecido que uma solução para os juros rotativos do cartão de crédito será apresentada pelos técnicos do BC nos próximos 90 dias.

    Agora, o movimento pró-parcelamento sem juros se organiza para derrubar qualquer outra tentativa de mexer no parcelamento sem juros.

    “Se eles vierem com essa ideia de novo, nós vamos aprovar um decreto legislativo que tem força para derrubar decisões do tipo. Eles querem associar o parcelamento sem juros com os altos juros do cartão de crédito. Mas não tem nada disso”, afirmou à CNN, o presidente da Frente do Comércio.

    A discussão entra em um tema dos mais populares: o tamanho dos juros que fica por conta do consumidor. Há divergência entre bancos e empresários.

    Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febrabran) nega que defenda o fim da modalidade de parcelamento sem cobrança de juros. A entidade argumenta a existência de um subsídio cruzado entre os financiamentos com e sem juros.

    “Sempre dissemos, sem margem de dúvida, que essa era a principal causa raiz dos altos juros do rotativo do cartão de crédito no Brasil. Nunca nos afastamos dessa posição”, reafirmou.

    “Temos revelado algo que não se diz abertamente ou não se quer que seja debatido: o parcelado sem juros não é sem juros, pois os juros estão embutidos no preço do produto”, pontua a Febraban.

    Veja também: Para Haddad, juros rotativos do cartão de crédito não podem continuar como estão