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    Reservas internacionais crescem US$ 11 bi sob Lula, abaixo do patamar de um ano atrás

    Depois de ser multiplicada por sete nos primeiros governos do petista, poupança em dólar do país passou a ser reduzida de 2019 em diante

    Juliana Eliasda CNN , em São Paulo

    As reservas internacionais do país tiveram um incremento de US$ 10,987 bilhões nos 78 primeiros dias do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

    De acordo com os dados do Banco Central, a posição da poupança externa do país era de US$ 335,69 bilhões em 10 de março, dado mais recente.

    Os valores atuais, no entanto, ainda estão abaixo do registrado no começo do ano passado, após um ano em que as reservas foram sendo queimadas.

    Elas entraram em 2022 com US$ 362,2 bilhões (dado do fechamento de dezembro de 2021). De janeiro a dezembro, a redução foi de US$ 33,7 bilhões, ou 9,3% do total.

    Ao fim de dezembro de 2022, no término do governo de Jair Bolsonaro, ela estava em US$ 324,7 bilhões. O aumento desde então é de 3,4%.

    O valor recorde das reservas internacionais foi registrado em junho de 2019, quando chegaram a US$ 388 bilhões.

    O número fechado de fevereiro deste ano, já sob Lula, foi de US$ 328,1 bilhões, 8,3% ou US$ 29,6 bilhões a menos que no mesmo mês no ano passado.

    Aumento de 600% com Lula

    Foi durante os dois primeiros governos de Lula (2003-2010), em especial seu segundo mandato, que as reservas internacionais do Brasil cresceram significativamente.

    Elas foram multiplicadas por sete entre o fim de 2002, quando Fernando Henrique Cardoso passou a faixa para Lula, e o fim de 2010, quando Lula liberou a cadeira presidencial para sua ex-ministra Dilma Rousseff. O aumento foi de 663% neste período.

    O estoque das reservas passou de US$ 37,8 bilhões no fim de 2002 para US$ 288,6 bilhões em 2010 – US$ 250 bilhões a mais.

    Nos dois primeiros anos de Dilma continuariam subindo até atingirem um pico de US$ 379,2 bilhões, em abril de 2014.

    Os aumentos coincidiram com os anos de bonança da economia global, com crescimento forte da China e dos emergentes, preços recordes das commodities e, para o Brasil, um boom sem precedentes de exportações e receitas em dólar.

    De 2014 em diante, as reservas ficariam mais ou menos estáveis, até começarem a ser reduzidas, já sob o governo de Jair Bolsonaro, em 2019.

    Com o dólar começando uma trajetória de valorização frente ao real naquele ano, o valor das reservas, que são em dólar, convertido para a moeda doméstica também cresceu, tornando atraente – mesmo que polêmico – o seu resgate.

    As reservas internacionais são aplicações feitas pelo governo em ativos de outros países, em moeda estrangeira.

    Com são essencialmente em dólares, elas servem como uma espécie de colchão contra choques cambiais: se o dólar e, com ele, a dívida externa do país sobem, a poupança das reservas também se valoriza junto e garante a capacidade da economia de se bancar.

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