Regulador dos EUA abre investigação sobre segurança de carros autônomos da GM
Incidentes envolvendo veículos da Cruise são investigados por múltiplos órgãos


A Administração Nacional de Segurança no Trânsito de Estradas dos Estados Unidos (NHTSA, na sigla em inglês), o órgão regulador automotivo do país, abriu uma investigação para saber se a unidade autônoma da General Motors, Cruise, tomou precauções suficientes com seus veículos autônomos para proteger pedestres.
O regulador disse que seu Escritório de Investigação de Defeitos recebeu dois relatórios da Cruise sobre incidentes em que pedestres ficaram feridos e identificou mais dois incidentes por meio de vídeos postados em sites públicos.
A NHTSA disse que os relatórios incluem veículos autônomos Cruise “avançando contra pedestres presentes ou entrando nas vias, incluindo em faixas de pedestres, nas proximidades do caminho pretendido para os veículos”.
“Isso pode aumentar o risco de colisão com um pedestre, o que pode resultar em ferimentos graves ou morte”, acrescentou a agência.
Um porta-voz da Cruise disse que a empresa se comunica regularmente com o órgão regulador e “tem cooperado consistentemente com cada um dos pedidos de informação da NHTSA – associados a uma investigação ou não – e (planeja) continuar a fazê-lo”.
Conheça a Cruise e outras empresas que desenvolvem veículos autônomos
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1- Honda Legend
Em 2021, a Honda apresentou o sedan Legend, o primeiro veículo com software Nível 3 a ser comercializado. Equipado com o sistema “Traffic Jam Pilot”, ele integra condução autônoma parcial, ou seja, possui a capacidade de controlar a aceleração, a travagem, setas e o volante.
Contudo, ao assumir a direção, o veículo necessita da confirmação do condutor para fazer manobras em segurança. Além disso, o “Traffic Jam Pilot” no momento só pode ser acionado até os 50 km/h.
A Honda busca desenvolver um modelo com máxima autonomia até 2029. O objetivo da companhia é reduzir a taxa de fatalidades envolvendo seus veículos a zero. • REUTERS/Issei Kato/Arquivo
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2- O “guardião” da Toyota
A Toyota trabalha o Conceito de Mobilidade em Parceria (Mobility Teammate Concept, ou MTC) na automação de seus veículos. A ideia consiste “na crença de que pessoas e veículos podem trabalhar juntos para tornar a mobilidade segura, conveniente, eficiente e divertida”.
O “carro chefe” da iniciativa é o sistema Guardian, que está sendo testado em modelos do sedan LS da Lexus, a divisão de luxo da Toyota. A ideia é integrar ao esforço do motorista o auxílio de uma IA que dê assistência e orientações.
Outra alternativa é o sistema Chauffeur, destinado para aqueles que não podem ou optam por não dirigir, que possuirá um software de Nível 4, ou seja, o veículo poderá se dirigir sozinho. • Divulgação/Toyota
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3- O conceito de futuro da Volkswagen
Em 2022, a Volkswagen apresentou o veículo "conceito" GEN.TRAVEL, cuja ideia é apresentar a mobilidade do futuro.
O carro elétrico futurista é um protótipo real que dirige de forma autônoma, com o software mais avançado (Nível 5), que permite ao veículo atingir altas velocidades. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação
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O GEN.TRAVEL permite que o motorista desfrute do tempo em deslocamento para lazer ou trabalho. O modelo inclusive conta com uma tecnologia de realidade aumentada.
Segundo o Grupo Volkswagen, o projeto é um “estudo para 2030”. Assim, a proposta é testar recursos que poderão ser usados em trabalhos futuros não só da marca principal, mas para o grupo como um todo, como Audi, Bugatti e Porsche. • Volkswagen Group (VAG)/divulgação
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4- Cruise, da GM
Cruise é a marca de autônomos da General Motors, a fabricante da Chevrolet, cujos veículos autônomos elétricos rodaram pela cidade de São Francisco, na Califórnia. Contudo, a experiência gerou uma certa dor de cabeça para a GM.
A Administração Nacional de Segurança Rodoviária (NHTSA, na sigla em inglês) abriu investigações contra a Cruise após três denúncias de falhas no sistema. Em 2022, a empresa chegou a repensar o software dos veículos depois de um acidente com duas pessoas feridas.
A montadora vem promovendo uma campanha para conscientizar vendedores e compradores que seu software de Nível 3 ainda requer a atenção do piloto. Agora, a GM busca uma licença para produzir mais de 2.500 veículos autônomos anualmente nos EUA. • Divulgação/GM
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5- Uber
Os esforços da Uber para desenvolver carros autônomos começaram em 2015. Segundo a empresa, o objetivo é “reimaginar a maneira como o mundo se move para o melhor”.
Ao longo dos anos, o aplicativo de transporte tentou investidas com diversas montadoras de veículos e desenvolvedoras de tecnologia. • REUTERS/Francis Mascarenhas
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Uber e Volvo
A primeira parceria foi em 2016, quando a Uber uniu forças à Volvo. O primeiro veículo a “ganhar vida própria” foi o SUV XC90, anunciado em junho de 2019. Equipado com radares ultrassônicos, câmeras 360º e sistemas de backup para freios, direção e energia, o modelo iria compor “uma frota segura, escalável e autônoma”, segundo a Uber.
Contudo, em 2018, ainda na fase de testes, o XC90 atropelou uma pedestre, ocasionando um acidente fatal. Após o julgamento do caso no final de 2019, a Uber perdeu a licença para testes no estado do Arizona. • Divulgação/Volvo
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Os testes passaram a ser limitados, até que em 2020 a Uber vendeu sua operação de autônomos após ser processada pela Waymo - divisão de carros autônomos da Alphabet, dona do Google - por espionagem industrial.
Hoje, a parceria com a Volvo segue para automatizar a frota de caminhões da Uber Freight, projeto de carretos do aplicativo. • Divulgação/Volvo
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Uber e Motional
Em 2022, a Uber retomou o sonho de ter uma frota de autônomos para transporte de passageiros. O aplicativo firmou contrato com a Motional, uma startup de tecnologia fruto de um consórcio entre a Aptiv e a Hyundai. Em Las Vegas, o “táxi robô” da Motional já atende tanto pedidos de viagens quanto entregas pelo Uber Eats. O veículo possui um piloto a postos caso se faça necessário. • Divulgação/Motional
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Uber… e Waymo
Quase três anos após a conclusão do processo, a Uber e a Waymo fecharam uma parceria para atender a cidade de Phoenix em conjunto. O projeto é atrativa para a Uber por atender as expectativas de seus clientes e reduzir gastos.
Já para a Waymo, a oportunidade é perfeita para se ter acesso instantâneo à base de clientes da Uber. A empresa possui uma meta de aumentar em 10 vezes as solicitações de viagens até o verão de 2024. A operação da Waymo cobre uma região de cerca de 466,2 km², área maior que a cidade de Salvador, Bahia (423 km²).
Recentemente, a Waymo conseguiu uma licença para operar em qualquer hora do dia na cidade de São Francisco. • Divulgação/Waymo
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6- BMW iX
O modelo é o primeiro SUV completamente elétrico da montadora alemã. O iX foi lançado em 2022 com os Níveis 1 e 2 de automação, ou seja, ele consegue controlar aceleração e frenagem e indicar algumas direções.
Em agosto daquele ano, a BMW reforçou que um acidente com o iX - que acabou em uma fatalidade - ocorreu pois o motorista deveria ter ficado atento à estrada.
O Grupo BMW segue em parceria com as empresas de tecnologia Qualcomm Technologies e Arriver para produzir veículos com automação de Nível 3 até 2025 em outros modelos da marca, como o novo BMW Série 7. • Divulgação/BMW
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7- Carro robô da Baidu, o “Google da China”
A Baidu, popularmente conhecida como “Google da China”, anunciou em 2022 o desenvolvimento do ROBO-01. O veículo produzido pela JIDU, parceria entre a Baidu e a Geely, promete configurações inteligentes de direção com um design futurista. O conceito pode apresentar tecnologia de Nível 4, a autonomia quase total. • Divulgação/JIDU
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8- Audi Grandsphere
A Audi define o conceito Grandsphere como “um jato particular sobre rodas”. O projeto foi apresentado em 2021 prometendo uma revolução nas estradas. Com 5,35 metros de comprimento, o sedan foi projetado para ter um luxuoso e espaçoso interior para os passageiros poderem aproveitar enquanto viajam em um veículo com autonomia Nível 4. • Divulgação/Audi
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9- Sistema Drive Pilot da Mercedes
Na Alemanha, os modelos EQS e S-Class da Mercedes-Benz já podem ser adquiridos com a tecnologia de autonomia Nível 3. O sistema Drive Pilot foi projetado para funcionar em rodovias com tráfego intenso em velocidades inferiores a 64,4 km/h. A Mercedes planeja comercializar os modelos com piloto automático ainda em 2023. • Divulgação/Mercedes-Benz
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10- “Full Self-Driving” (FSD), da Tesla
Desde 2016, o CEO da companhia, Elon Musk, promete que o sistema de piloto automático da Tesla é capaz de dirigir melhor que um piloto humano. Contudo, ao longo daquele ano, duas pessoas morreram em acidentes ligados ao piloto automático do Modelo S da Tesla.
Segundo dados da NHTSA, o sistema da Tesla esteve envolvido em 736 acidentes e 17 mortes desde 2019. Apesar de Musk alegar que o FSD possa funcionar como um software de Nível 3, a incapacidade dele em conduzir o veículo o coloca como uma tecnologia de Nível 2. • Divulgação/Tesla
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Há pouco mais de duas semanas, um veículo da Cruise se envolveu em um acidente na cidade de São Francisco, nos EUA.
Um pedestre foi arremessado para a pista do lado após ser atropelado por um motorista que fugiu da cena.
Ao cair na faixa adjacente, o pedestre foi atropelado uma segunda vez por um robô-táxi da Cruise, que não conseguiu parar a tempo de evitar o acidente.
Autoridades dos EUA e da Califórnia disseram que estavam conversando com a Cruise sobre o caso.
Em agosto, o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia disse que estava investigando incidentes envolvendo carros da Cruise em São Francisco, depois que um robo-táxi da empresa se envolveu em um acidente com um veículo de emergência.
A Comissão de Serviços Públicos da Califórnia votou em agosto para permitir que os robo-táxis da Cruise e da Waymo operassem 24 horas por dia, apesar da forte oposição dos residentes e agências municipais.