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    Quiet quitting: o que é esta tendência e o que significa para empresas

    O quiet quitting é uma tendência pós-pandemia e da geração Z que tem chamado a atenção das empresas; entenda as causas e o que ele significa

    Conceito também corresponde a um movimento em que se deseja estabelecer, de forma mais clara, os limites entre o trabalho e a vida pessoal
    Conceito também corresponde a um movimento em que se deseja estabelecer, de forma mais clara, os limites entre o trabalho e a vida pessoal Shuterstock / Ivan Marc

    Da CNN

    O quiet quitting é um termo que tem estado em alta nas rodas de conversa sobre o mercado de trabalho. Esse fenômeno mundial tem sido visto como um manifesto dos ambientes profissionais.

    Apesar do nome traduzir para a “demissão silenciosa”, a questão vai muito além de simplesmente pedir para sair da empresa dessa forma. Mas, então, o que é quiet quitting?

    A seguir, entenda mais sobre ele, qual é sua relação com a pandemia, porque o quiet quitting é uma tendência e quais são os desafios que ele representa para as empresas.

    Qual é o significado de quiet quitting?

    O significado de quiet quitting pode ser traduzido como “saída silenciosa” ou “renúncia silenciosa”. No entanto, em vez de pedir demissão indiretamente, diz respeito à prática de trabalhar apenas o necessário para sua função.

    É como se o funcionário parasse de se engajar com suas atividades e até sua carreira, apenas se limitando às suas tarefas dentro da descrição do cargo — eliminando a ideia de fazer mais do que se espera.

    O conceito também corresponde a um movimento em que se deseja estabelecer, de forma mais clara, os limites entre o trabalho e a vida pessoal para evitar sobrecarga e problemas provenientes dos excessos.

    Aqui, não existe a ideia de “viver para trabalhar”, mas sim trabalhar o que é preciso para conseguir viver a vida.

    Como surgiu?

    / O que é quiet quitting e como a tendência surgiu? Imagem: Shutterstock / DimaBerlin

    Embora não tenha uma data específica, esse movimento vem das gerações mais novas, como a Z, e ganhou muita força durante a pandemia da Covid-19.

    Para entender melhor esse contexto, podemos entender os próprios efeitos da pandemia: um aumento de 25% na prevalência de ansiedade e depressão em todo o mundo, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Somado a isso, está o fato da alteração da dinâmica corporativa, em qual o home office ganhou muito mais espaço.

    Com o estresse pela situação vivenciada, a necessidade de priorizar o bem-estar passou a ser uma prioridade maior na vida das pessoas.

    O trabalho remoto dificulta as fronteiras do expediente e fez com que as pessoas precisassem repensar essa relação com seus cargos. Um dos efeitos de uma carga de trabalho mais pesado foi o burnout.

    A maior adesão da geração Z — e a viralização do tema no TikTok, app nativo deles — está associado ao fato de eles estarem vivenciando justamente um momento de muita turbulência, como a crise do covid-19, mas também na economia e no social.

    Dados recentes da McKinsey sobre o pós-pandemia mostram que um em cada quatro entrevistados da Geração Z relatou sentir-se mais emocionalmente angustiado (25%), quase o dobro dos níveis relatados pelos entrevistados da geração do milênio (millenials) e da X (13% cada), por exemplo.

    Isso revela como a saúde mental desse grupo tem sido afetada e, da mesma forma, passa a ser prioridade.

    Quiet quitting e a grande renúncia

    Além de entender o porquê de o quiet quitting ser uma tendência, é preciso compreender a relação que ele tem com outro conceito: o “great resignation”, ou a grande renúncia.

    Nesse caso, há realmente o pedido de saída, mas passa a ser um fenômeno coletivo, no qual as pessoas deixam seus empregos voluntariamente, e em volume recorde.

    Essa onda, em 2021, mostrou que, apenas em agosto desse ano, 4,3 milhões de pessoas pediram demissão nos Estados Unidos.

    Segundo especialistas, os pedidos de demissão em massa tem forte relação com a pandemia também, por isso, está associado ao quiet quitting”. As pessoas passaram a procurar por mais equilíbrio na vida pessoal com a profissional.

    Embora não sejam a mesma coisa, pois um há o pedido e o outro não, eles estão conectados pelo sentimento de insatisfação no ambiente profissional.

    Quais são as causas do quiet quitting?

    / Causas do quiet quitting – Imagem: Shutterstock / Tairome

    O “quiet quitting”, diante dos novos contextos, questiona a capacidade contributiva das novas formas de trabalho diante do valor econômico agregado. Ou seja: as pessoas se perguntam agora se devem trabalhar mais do que se precisa para ganhar o mesmo valor do menor esforço.

    Existem três principais motivos que geram esse movimento. Entenda melhor cada um deles a seguir.

    Falta de reconhecimento no trabalho

    Quando um funcionário não recebe reconhecimento adequado pelo seu trabalho, pode começar a sentir-se desvalorizado e insatisfeito. Isso também se traduz em falta de oportunidades de crescimento, que geram uma sensação de desvalorização.

    Tudo isso pode levar a um sentimento de desmotivação e falta de engajamento, tornando mais provável que o funcionário decida parar de entregar a mais, ou mesmo, passe a entregar a menos.

    Busca por uma relação mais saudável com o trabalho

    Quando o trabalho começa a consumir muito tempo e energia, pode levar a uma insatisfação crescente, fazendo com que as pessoas passem a procurar um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

    Se o funcionário sente que o trabalho está afetando negativamente sua qualidade de vida, pode optar por desacelerar e priorizar sua vida fora dele. Por isso, entre as causas do quiet quitting, está essa busca por mais saúde no trabalho.

    Insatisfação com o chefe imediato

    O relacionamento com o chefe imediato é um fator importante na satisfação no trabalho e, principalmente, para a dedicação a ele.

    Quando o funcionário não se sente apoiado pelo chefe ou sente que não recebe feedback adequado, pode começar a se sentir desmotivado.

    Em alguns casos, essa causa do quiet quitting pode levar a essa queda na produtividade e no envolvimento, especialmente se o funcionário sentir que o chefe não está disposto a mudar a situação.

    Qual é o desafio que o quiet quitting impõe para os líderes do futuro?

    Como não há o objetivo de pedir demissão, o quiet quitting passa a ser um problema invisível e muito mais complexo para as empresas e os líderes.

    Afinal, nem sempre é simples detectar os sinais de que um funcionário está insatisfeito com o ambiente ou se sente sobrecarregado.

    Dessa forma, os grandes desafios a serem enfrentados dizem respeito a atração e retenção de talentos nas empresas, ao mesmo tempo que manter o engajamento e conseguir melhorar a produtividade de maneira saudável.

    Esse é um grande papel do líder, pois ele deve acompanhar de perto a participação e a devolutiva dos seus funcionários, entendendo o que pode ser melhorado nos processos.

    Enquanto a empresa não colocar isso como uma proposta dela, pode ser difícil fazer com que os colaboradores possam se aproximar dos negócios e melhorar suas entregas.

    Por que o quiet quitting pode ser prejudicial?

    O quiet quitting pode ser um problema porque ele diminui a produtividade dos negócios, ao mesmo tempo que diminui a interação dos colaboradores.

    Apesar de melhora no pós-pandemia, segundo o 21º Índice de Confiança Robert Half, a taxa de participação (pessoas ocupadas em idade de trabalhar) se encontra em 62,6%, ou 1,4 milhão de pessoas a menos em relação ao nível médio do período 2017-2019.

    Para eles, isso terá um impacto forte no índice de produtividade global no longo prazo.

    Somado a isso, se a pessoa que adota essa postura quer reduzir sua atuação profissional, ela também vai tentar reduzir ao máximo as suas interações com colegas de trabalho e times, o que é igualmente contraproducente para a empresa.

    O que as empresas podem melhorar com o quiet quitting?

    / O que as empresas podem melhorar com o quiet quitting? – Créditos: Shutterstock / NDAB Creativity

    As empresas podem adotar diversas medidas para garantir que seus funcionários encontrem o equilíbrio sem deixar de se envolver com a organização. Entenda melhor a seguir.

    Comunicação objetiva e clara entre os líderes e seus times

    A comunicação é fundamental para garantir que os funcionários se sintam ouvidos e valorizados.

    As empresas devem promover uma cultura de comunicação aberta e transparente, onde os funcionários se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações e ideias.

    Os líderes também devem fornecer feedback regular e construtivo para os liderados.

    Possibilidade de crescimento profissional

    Os funcionários valorizam oportunidades de crescimento profissional, incluindo treinamentos, cursos e programas de desenvolvimento.

    As empresas podem oferecer essas oportunidades para ajudar os funcionários a aprimorar suas habilidades e avançar em suas carreiras.

    Ao investir no desenvolvimento dos funcionários, as empresas também demonstram que valorizam seus colaboradores e que estão comprometidas com eles.

    Estabelecimento dos limites de trabalho

    Muitos funcionários optam por essa postura quando sentem que estão trabalhando demais e não têm tempo para cuidar de sua saúde e bem-estar pessoal.

    As empresas podem promover limites saudáveis de carga horária, incluindo pausas regulares, flexibilidade de horários e trabalho remoto, para ajudar os funcionários a equilibrar sua vida profissional e pessoal.

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    Resumo

    Resumindo o tema:

    • O quiet quitting é um termo usado para o movimento de dar limite às atividades laborais relativas ao cargo e evitar sobrecargas, equilibrando a vida pessoal e profissional;
    • Esse conceito surgiu a partir da pandemia da covid-19, com o aumento do estresse do home office e também por adesão da geração Z;
    • Algumas das causas mais comuns do quiet quitting são a ausência de reconhecimento no trabalho, busca por uma relação mai saudável e insatisfação com o chefe;
    • Essa prática se torna um desafio porque reduz a produtividade e o envolvimento do colaborador;
    • Para evitá-lo, as organizações devem investir em comunicações claras, oferecer oportunidade de crescimento e estabelecer limites de horário.
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