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    Preços globais do trigo caem com prorrogação do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia

    Preços caíram 23% desde o início do ano, e 57% desde que atingiram a máxima histórica em março de 2022

    Anna Coobanda CNN

    Os preços globais do trigo caíram nesta quinta-feira (18) após a Ucrânia e Rússia concordarem em estender um acordo que permite a exportação de grãos de portos ucranianos no Mar Negro.

    Os contratos futuros de trigo na Bolsa de Comércio de Chicago caíram 2%, para US$ 6,12 por bushel (aproximadamente 27 kg). Os preços caíram 23% desde o início do ano e 57% desde que atingiram a máxima histórica de US$ 14,30 o bushel em março do ano passado.

    “Esses acordos são importantes para a segurança alimentar global”, disse António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, a jornalistas na quarta-feira (17). “Produtos ucranianos e russos alimentam o mundo”.

    O acordo de grãos, assinado pela primeira vez em julho de 2022, deveria expirar nesta quinta, mas autoridades turcas, russas e ucranianas disseram na quarta que seria prorrogado por mais dois meses.

    A Rússia já havia ameaçado desistir, fazendo críticas ao acordo, relacionado à ONU, que visa facilitar o embarque de grãos e fertilizantes russos.

    Importância

    A Ucrânia e a Rússia juntas respondem por quase um terço das exportações globais de trigo, segundo a Gro Intelligence, uma empresa de dados agrícolas.

    Eles também estão entre os três maiores exportadores globais de cevada, milho, óleo de colza e óleo de girassol.

    Após a invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro do ano passado, Moscou bloqueou embarques cruciais de grãos dos portos do país no Mar Negro.

    Isso significa que milhões de toneladas de grãos da região não foram entregues aos muitos países que dependem deles.

    Nos dias após a invasão, os preços globais do trigo dispararam, com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação alertando que até 47 milhões de pessoas poderiam ser empurradas para uma “insegurança alimentar aguda” devido à guerra.

    Mas o acordo de grãos de julho e suas renovações ajudaram a “estabilizar os mercados e reduzir a volatilidade”, disse a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, um órgão intergovernamental, em comunicado à imprensa na quarta, observando que os preços globais dos alimentos caíram 20% desde que atingiram máximas históricas em março de 2022.

    *Com contribuição de Anna Chernova, da CNN

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