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    Política de preços da Petrobras ainda é perigo para importadores, diz especialista à CNN

    Adriano Pires, comentarista de energia, afirma que aumento dos combustíveis manteve defasagem internacional e falta transparência no método de cálculo dos preços

    João Nakamurada CNN*

    São Paulo

    O comentarista de energia da CNN, Adriano Pires, afirmou nesta quarta-feira (16), que a política de preços da Petrobras adotada em meados de maio – após o fim da paridade de preços de importação (PPI) – ainda é um risco para quem importa.

    Pires afirma, porém, que o último reajuste de preços, anunciado pela Petrobras na terça-feira (15), cumpriu seu objetivo e no momento sanou a questão do desabastecimento de diesel.

    As distribuidoras distantes dos centros de produção eram as mais prejudicadas e, para o comentarista, a Petrobras não teria outra saída senão optar pelo aumento de preços.

    Contudo, Adriano Pires reitera que a política é uma “caixa preta”, um método sem transparência e imprevisível que desestimula os compradores de petróleo internacional.

    “Se a gente importa um produto, o preço lá fora cresce e a Petrobras mantém o preço interno, eu tenho problemas quando a carga chegar no Brasil. No momento em que eu for vender, nenhuma distribuidora compra de mim, só da Petrobras porque está mais barato”, pontua o comentarista.

    “O risco hoje, de desabastecimento, não existe. [Mas] a credibilidade da política de preços continua muito baixa, o que pode continuar inibindo que compradores independentes voltem a importar como na época da PPI”, conclui Pires.

    Pires ainda relembra que um dos problemas com a política, é a instabilidade quanto aos prazos dos reajustes. Para ele, as janelas são muito “extensas” e “ninguém sabe quando ocorrerão os próximos aumentos”.

    O preço da gasolina teve o primeiro reajuste em 45 dias. Já o diesel, fechou três meses sem alterações.

    Efeito do reajuste no mercado

    Com o reajuste da estatal, que entrou em vigor na quarta-feira (16), o preço da gasolina nas distribuidoras subiu em 16,3%, enquanto o do diesel ficou 25,8% mais caro.

    Pires afirma que a porcentagem superou as expectativas e impulsionaram resposta otimista do mercado.

    Na terça-feira (15), as ações da Petrobras abriram em alta de 4,8% com a notícia do reajuste. Ao fim do dia, os papéis da estatal fecharam em valorização de 0,72% a R$ 30,86.

    Apesar do aumento, a defasagem entre os preços da Petrobras e os internacionais ainda existe. Para a gasolina, a diferença ainda se mantém num patamar mais elevado, a 21,6%. Já a defasagem do diesel ficou em 9,2%.

    *Sob supervisão de Dimalice Nunes