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    Petrobras deve investir US$ 300 milhões em explorações nas águas da Bacia Potiguar, afirma diretor

    Licença para exploração em região da Margem Equatorial foi a primeira concedida desde 2013

    Petrobras segue com esforços para licenciar exploração na Foz do Amazonas
    Petrobras segue com esforços para licenciar exploração na Foz do Amazonas REUTERS/Sergio Moraes

    Por Marta Nogueira, da Reuters

    A Petrobras deverá investir US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,522 bilhões) na perfuração de dois poços exploratórios de petróleo e gás em águas profundas da Bacia Potiguar, cujas licenças ambientais foram emitidas na segunda-feira (2) pelo Ibama, afirmou à Reuters o diretor de Exploração e Produção, Joelson Falcão Mendes.

    É a primeira licença desde 2013 concedida para perfuração na Margem Equatorial brasileira, uma extensa área que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá, considerada uma nova fronteira exploratória de petróleo e gás.

    O primeiro poço previsto, Pitu Oeste, será perfurado a 52 km da costa, no bloco BM-POT-17, com início entre outubro e novembro, depois que a sonda NS-42 que está no Rio de Janeiro for preparada e enviada para locação.

    “A sonda chegou aqui no Rio hoje (segunda-feira) para fazer a limpeza do casco, o que pode demorar de duas a quatro semanas. Terminando, a gente desloca a sonda para lá”, disse Mendes, em uma entrevista na noite da véspera, pontuando que o investimento na perfuração é uma média e dependerá do tempo de duração efetivo das perfurações.

    A previsão é que ambos os poços demandem cerca de quatro a cinco meses para serem realizados. O segundo poço licenciado, chamado Anhagá, será perfurado no bloco POT-M-762, próximo ao primeiro, segundo o diretor.

    Com a pesquisa exploratória na Bacia Potiguar, a companhia planeja obter mais informações geológicas da área para avaliar a viabilidade econômica e a extensão da descoberta de petróleo realizada em 2013 no poço de Pitu.

    O avanço na Margem Equatorial brasileira divide opiniões no governo, uma vez que a região tem grande potencial para descobertas de petróleo, mas também enormes desafios socioambientais.

    Foz do Amazonas

    A aprovação em Potiguar vem após o Ibama ter negado em maio a perfuração de um poço na Bacia da Foz do Rio Amazonas, no litoral do Amapá, alegando que a companhia não teria cumprido pré-requisitos.

    A Petrobras, por sua vez, propôs melhorias no plano de exploração e apresentou recurso. O Ibama não tem um prazo exato para responder.

    Mendes afirmou que a Petrobras tem a expectativa de que o Ibama a libere em breve para realizar um simulado de acidente no Amapá, denominado Avaliação Pré-Operacional (APO), o que seria um último passo antes de obter a licença de perfuração na região.

    “Nossa expectativa é de, quem sabe, antes de a gente terminar o primeiro poço (em Potiguar), o Ibama já se manifeste com a hipótese de a gente deslocar a sonda para lá (Amapá) para fazer a APO”, disse Mendes.

    Segundo o diretor, o aval nesse prazo facilitaria o planejamento da estatal para o simulado na Foz do Amazonas, onde a sonda será necessária, assim como diversos outros recursos e aparatos, incluindo profissionais, aeronaves, ambulâncias, veículos, embarcações, dentre outros.

    “A gente entende que nós atendemos a todos os requisitos técnicos e que todas as últimas dúvidas que o Ibama teve a gente conseguiu sanar, então a gente não vê nenhuma razão técnica para que não nos seja concedida a autorização para fazer a Avaliação Pré-Operacional lá, para que possamos testar toda a nossa capacidade de resposta”, disse Mendes.

    “Como a gente está tecnicamente seguro, e a gente deu todas as informações ao Ibama, a gente entende que isso é possível.”

    Os poços na Foz do Amazonas e em Potiguar fazem parte de uma ampla campanha exploratória de um total de 16 perfurações previstas pela petroleira para a Margem Equatorial em cinco anos, com investimentos de cerca de US$ 3 bilhões (R$ 15,22 bilhões).

    Mendes adiantou que o Plano Estratégico quinquenal da petroleira, cuja atualização será publicada no fim deste ano, manterá o investimento previsto.

    Veja também: O embate em torno da exploração da margem equatorial