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    O que esperar do dólar paralelo na Argentina a uma semana da eleição presidencial

    Dólar paralelo bateu recorde esta semana ao atingir a marca de 1.010 pesos (R$ 14,58)

    Amanda Sampaioda CNN , São Paulo

    Esta semana, o dólar paralelo, também conhecido como dólar “blue”, bateu o recorde ao atingir a marca de 1.010 pesos (R$ 14,58) na terça (10) e na quarta-feira (11), segundo o jornal Clarín.

    O marco acontece a uma semana das eleições presidenciais no país, que vive incertezas eleitorais.

    Investidores temem que uma vitória da chapa governista mantenha a política fiscal expansionista adotada pelo presidente Alberto Fernández, enquanto analistas pedem a adoção de ajustes fiscais.

    O governo, por sua vez, reforçou seus controles cambiais, em uma tentativa de controlar o comércio paralelo de moeda estrangeira.

    Para a professora de Economia do Insper Juliana Inhasz, os próximos dias serão de novas turbulências no câmbio do país.

    “A gente tem candidatos bem polêmicos, e isso pode trazer cada vez mais incertezas, cada vez mais riscos”, afirma.

    Juliana não descarta, inclusive, outros recordes de cotação para a moeda do mercado informal.

    “A depender de como for forem esses dias muito próximos à eleição, muito provavelmente a gente vai ter oscilações maiores ainda, tentativas de fugas maiores de capital, taxas de câmbio subindo… E a situação econômica em si é muito ruim”, avalia.

    A acadêmica explica que a percepção de risco faz com que o capital que está alocado no país seja retirado, além de afastar novos investidores.

    “A situação vai ficando cada vez pior, o que gera turbulências complicadas para a economia argentina, que já não vem bem há um certo tempo. São períodos de emoções. Não que uma parte dessas emoções já não tenha sido antecipada pelo mercado, porque já foi”, disse.

    “Acho que um tanto disso está um pouco precificado, mas ainda há muito a se ajustar”, conclui.

    Para Piter Carvalho, economista chefe da Valor Investimentos, as propostas do candidato ultradireitista Javier Milei também colaboram para o aumento das incertezas cambiais no país nesta reta final de campanha.

    “A gente também está com dois conflitos internacionais, além de uma alta de juros americano e um forte fluxo de capital para esse ‘porto seguro’, que é a economia americana. Então, o capital sai de países emergentes, como Brasil, Argentina e México, e com isso as moedas se desvalorizam”, explica.

    “Como a gente tem uma curva de juros americanos sendo puxada para cima, isso tira muito dinheiro, principalmente de emergentes. Então, o Brasil sofre e países com maior incerteza e maior instabilidade, como a Argentina, sofrem ainda mais”, conclui.

    Veja também: Argentina zera impostos antes das eleições

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