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    O cinema está de volta: público deve chegar a 60 milhões no Brasil até dezembro, diz Abraplex

    Uma das grandes expectativas do setor é o filme “Barbie”, com lançamento previsto para o próximo dia 20

    Margot Robbie como Barbie no novo filme da Warner Bros
    Margot Robbie como Barbie no novo filme da Warner Bros Divulgação

    Amanda Sampaioda CNN

    São Paulo

    Filas nas bilheterias e disputa por lugares — este cenário está muito próximo de voltar a ser uma realidade nos cinemas do Brasil.

    Segundo um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), a expectativa é de que o público alcance a marca dos 60 milhões entre junho e dezembro deste ano.

    Marcos Barros, presidente da Abraplex, explica que o movimento representa a grande retomada dos cinemas após o período da pandemia, onde as salas ficaram completamente fechadas por cerca de dois anos.

    “Eles [cinemas] se endividaram para manter instalações e pagar funcionários, isso gerou uma dívida no setor”, afirma.

    Para este semestre, uma das grandes expectativas de público é o filme “Barbie”, previsto para ser lançado no dia 20 deste mês.

    “Estamos numa época de grandes lançamentos, que já têm inclusive registrado venda antecipada. O próximo que deve bombar nas telas é o da Barbie, que representa várias gerações e está incrível”, afirma.

    Barros explica que o processo de retomada do setor está sendo mais lento, já que durante a pandemia as gravações ficaram paradas.

    “Você não produz um filme do dia para a noite […] Hoje nós temos 30% de filmes a menos do que o normal porque eles estão em processo de produção, isso faz com que a receita fique baixa”, diz.

    O presidente da Abraplex explica ainda que as altas taxas de juros dificultam a recuperação mais rápida dos cinemas no país, que dificultam a tomada de crédito por parte das instituições.

    Apesar disso, os números do primeiro semestre trazem grande alívio ao setor.

    Segundo a entidade, entre janeiro e maio deste ano, o público nas salas de cinema do Brasil chegou à marca de 48 milhões de pessoas, mais da metade dos 80,4 milhões registrados entre 2017 e 2019, antes da pandemia.

    Fim do cinema?

    Muito se especulou sobre o fim do cinema após o período da pandemia.

    “Durante a pandemia, com os estúdios fechados, não existia outra alternativa senão streaming, e os críticos começaram a duvidar se isso iria fazer com que o cinema acabasse”, afirma Barros.

    No entanto, Barros explica que este é um fato “impossível” de acontecer, e sustenta a análise com alguns argumentos.

    “O primeiro grande ponto é a pirataria. Quando você lança um filme em uma plataforma digital, o crime acontece instantaneamente e com qualidade digital”, afirma o diretor da Abraplex.

    “Isso não ocorre nos cinemas, onde o pirata tem que filmar com uma câmera escondida, em um ambiente escuro e, consequentemente, com baixa qualidade”, explica.

    Além disso, Barros destaca os diretores e astros de Hollywood que, segundo ele, querem ver seus filmes nas telonas.

    “Seus nomes e marcas se tornam famosos no cinema, permitindo que tenham uma grande carreira e faturem bilhões. Alguém já viu uma grande franquia ou um grande astro que foi criado no streaming?”, questiona.

    O presidente da Abraplex também reitera a questão econômica. “Se você lança diretamente no streaming, a receita dos cinemas é dramaticamente reduzida, ou mesmo zerada”, explica.

    Para Barros, não é possível compensar o custo de produção com as assinaturas de plataformas digitais.

    “Quando uma pessoa assina um serviço deste tipo, paga o valor médio de um único ingresso de cinema para que várias pessoas assistam a muitos filmes e séries. No cinema, os ingressos são individuais e para apenas uma sessão”, diz.

    Por fim, Barros explica que o marketing é um grande aliado para que o cinema se mantenha firme no Brasil e no mundo.

    “Quando os estúdios lançam filmes nos cinemas, tendem a gastar milhões de dólares para promover o título e levar as pessoas a deixarem suas casas nos finais de semana de estreia”, afirma.

    “Isso gera reconhecimento para o título, o que beneficia o filme quando ele aparece em um serviço de streaming um ou dois meses depois”, conclui.