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    No Brasil tem gente que nasce e vive de dividendos, e morre sem pagar imposto de renda, diz Lula

    Durante live semanal desta terça-feira (4), presidente disse que ricos driblam Imposto de Renda e quem arca com custo são os mais pobres

    João Nakamurada CNN* , São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta terça-feira (4), durante o programa “Conversa com o Presidente”, que os mais ricos no Brasil vivem de dividendos e driblam pagamento do Imposto de Renda (IR).

    “O rico recebe salário como dividendo e como lucro e não paga [o IR]. Aqui tem gente que nasce, vive de dividendo da família, do pai que passa para o filho, e morre sem pagar Imposto de Renda”, afirmou Lula durante a live semanal.

    Segundo o presidente, a conta acaba caindo no bolso dos mais pobres, que pagam proporcionalmente mais impostos do que os ricos no país.

    “O pobre não tem como escolher [contornar a tributação]. O pobre recebeu a folha de pagamento, já desconta lá o Imposto de Renda dele. O trabalhador recebe participação no lucro, desconta [o IR] da folha dele”, explicou Lula.

    O presidente comentou que o trabalhador não pode ser penalizado e que as medidas para uma estrutura mais igualitária já estão sendo tomadas.

    Taxação de super-ricos e isenção do IR

    No dia 23 de agosto, a Câmara aprovou uma medida provisória (MP) que estende a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 2.640.

    Para Lula, a proposta visa balancear a carga tributária no Brasil. “A gente não pode penalizar o trabalhador, a gente precisa cobrar aquilo que é lucro e dividendo. Se a pessoa recebeu mais do que isso (R$ 2.640), não tem choro. Paga na fonte. Recebeu, pagou”, disse o presidente durante a live semanal.

    Além disso, no dia 28 de agosto, o governo Lula apresentou a MP dos fundos de super-ricos – que prevê a tributação periódica denominada de “come cotas” dos fundos exclusivos – e um PL para o Congresso de taxação de offshores.

    A princípio, a arrecadação com a taxação de super-ricos prevê compensar a isenção do IR.

    “O que nós queremos é que todo mundo contribua para que todo mundo possa ficar realizado”, pontuou Lula.

    Segundo o governo, a MP têm potencial de arrecadação da ordem de R$ 3,21 bilhões para 2023; de R$ 13,28 bilhões para 2024; de R$ 3,51 bilhões para 2025; e de R$ 3,86 bilhões para 2026.

    *Sob supervisão de Ana Carolina Nunes

    Veja também: Como vai funcionar a taxação dos super-ricos e offshores

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