Vacinação estimula otimismo de CEOs brasileiros, aponta pesquisa
Aumento das práticas ESG, melhoria das cadeias de suprimento e maior proteção cibernética foram as principais preocupações citadas
Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (7) pela empresa KPMG mostra que 82% dos CEOs brasileiros estão confiantes em relação ao crescimento da economia nacional nos próximos três anos.
Segundo o levantamento, o principal fator que influenciou esse grupo, formado por diretores executivos e presidentes de empresas, é a perspectiva de fim da pandemia de Covid-19, graças ao avanço da vacinação no país.
Dos entrevistados, 64% confiam no crescimento global. Além disso, 86% acreditam no crescimento do setor em que atuam, o que representou uma alta de 10% em relação à pesquisa anterior, de 2020.
Já a expectativa de crescimento da companha que administram caiu 4% em relação à pesquisa anterior, para 88%. O percentual de crescimento esperado é de no mínimo 2,5% e de no máximo 10%.
Charles Krieck, presidente da KPMG no Brasil e na América Latina, considera que os CEOs estão mais concentrados em estratégias que sejam relevantes para as organizações, e que eles afirmam ter aprendido mais sobre a importância da tecnologia, mitigação de riscos e otimização das operações em meio à pandemia.
Para ele, as empresas enfrentam um momento de necessidade de investir mais em ações voltadas ao crescimento de negócios.
Estratégias de crescimento
Outro tópico da pesquisa foram as principais estratégias que as empresas têm empregado em busca de crescimento. O crescimento orgânico e as alianças estratégicas com terceiros foram as mais citadas, com 30% cada.
Já sobre a perspectiva de realizar fusões ou aquisições nos próximos três anos, 50% dos entrevistados apontaram um baixo apetite.
Sobre as estratégias para atingir os objetivos de crescimento, 64% dos entrevistados citaram um aumento de investimentos para detectar disrupções e processos de inovação.
A realização de parcerias com provedores de dados terceirizados foi citada por 58%, e a criação de programas de aceleradoras e incubadoras, por 56%.
Preocupações
O aumento das práticas ESG (Meio ambiente, social e governança, em tradução) foi uma preocupação apontada pelos CEOs.
Entre os brasileiros, 76% disseram que buscarão garantir a manutenção de ganhos com sustentabilidade obtidos durante a crise com a pandemia, e 80% modificaram seus programas atuais de ESG, incluindo um foco no componente social, também devido à pandemia.
Além disso, também foram citadas preocupações com a otimização de cadeias de suprimentos, aumentos da resiliência cibernética, ajuste de custos de capital em meio à inflação em alta, além de atração e retenção de talentos.
As tecnologias disruptivas e as falhas nas cadeias de suprimentos foram citadas como os maiores riscos para o crescimento, com 24% e 22% cada. Na comparação com 2020, a priorização para inovação teve pouca alteração, caindo de 78% para 72%.
A pesquisa registrou, ainda, uma queda no número de CEOs que entendem que a disrupção tecnológica é uma oportunidade de mercado, e não uma ameaça: foram de 92% para 84%.
Mesmo assim, 64% dos entrevistados investiram mais na compra de novas tecnologias do que no desenvolvimento de habilidades digitais dos seus funcionários. Outro dado é que 82% dos respondentes afirmaram que estão preparados ou muito bem preparados para possíveis ataques cibernéticos, um crescimento em relação aos 62% que tiveram essa resposta em 2020.
Em geral, uma média de 70% e 80% dos entrevistados brasileiros concordaram com a importância de temas como estratégia cibernética forte, segurança da informação como função estratégica e vantagem competitiva e a proteção do ecossistema de parceiros e fornecedores.
Desafios
Já em relação aos desafios, 76% dos CEOs brasileiros entrevistados disseram que vão se concentrar em medidas que melhorem o equilíbrio entre vida profissional e pessoal dos funcionários.
Também foram destacadas como desafio a garantia de realização de reuniões de liderança de forma remota (citada por 58%), ações para aumentar a resiliência das cadeias de suprimento (com 50%) e uma cooperação multilateral com o sistema tributário mundial (com 74%).
A pesquisa “KPMG 2021 CEO Outlook” entrevistou 1325 CEOs das principais economias do planeta, e 50 brasileiros.
*Sob supervisão de Ligia Tuon