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    Protestos na França já custaram mais de US$ 1 bi, diz associação empresarial

    Manifestantes saquearam 200 lojas e destruíram 300 agências bancárias e 250 pequenas lojas de esquina

    Joseph AtamanOliver BriscoeOlesya Dmitracovada CNN , Paris/Londres

    Apenas algumas semanas depois de protestos e greves contra as reformas previdenciárias na França finalmente cessarem, as empresas do país estão lutando com as consequências de uma semana de tumultos.

    Os tumultos, que foram desencadeados pelo tiroteio fatal de um adolescente por um policial na última terça-feira, já causaram mais de 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão) em danos, de acordo com a associação empresarial francesa MEDEF.

    Os manifestantes saquearam 200 lojas e destruíram 300 agências bancárias e 250 pequenas lojas de esquina, disse um porta-voz da MEDEF à CNN.

    A onda de agitação começou depois que Nahel Merzouk, de 17 anos, foi morto a tiros durante uma parada de trânsito em um subúrbio de Paris.

    Manifestantes em cidades de toda a França foram às ruas nos dias seguintes para expressar sua fúria sobre como as comunidades marginalizadas do país são policiadas e levantar questões sobre se o racismo foi um fator na morte de Merzouk.

    O presidente francês, Emmanuel Macron, disse na terça-feira que acredita que o “pico” da violência já passou, de acordo com a afiliada da CNN BFMTV. Falando aos prefeitos de 241 municípios atingidos por protestos, Macron prometeu seu “apoio total”.

    O governo francês também está considerando maneiras de ajudar as empresas mais afetadas pelos distúrbios, informou a BFMTV, citando o ministro das Finanças, Bruno Le Maire.

    Ele está analisando o cancelamento ou adiamento de contribuições e impostos para a previdência social, disse Le Maire, acrescentando que as empresas teriam 30 dias, em vez de cinco, para fazer uma reivindicação de seguro.

    Essas reivindicações devem totalizar menos de 1 bilhão euros em danos estimados, de acordo com a DBRS Morningstar, uma agência de classificação de crédito, sugerindo que muitas empresas não serão totalmente compensadas por suas perdas.

    “Acreditamos que o total de perdas seguradas para o setor de seguros francês deve permanecer bem abaixo da marca de 1 bilhão de euros”, disse a DBRS Morningstar na terça-feira, observando que o governo francês é parcialmente responsável por algumas das perdas.

    “É improvável que as perdas por interrupção de negócios resultantes de vandalismo, saques e possíveis toques de recolher sejam cobertas pelo Estado francês”, acrescentou a agência em nota.

    Mais por vir?

    As empresas francesas agora estão se preparando para mais perdas quando os turistas, assustados com imagens de violência e caos em toda a França, decidem não viajar para um dos destinos mais populares do mundo.

    Desde o início de julho, os turistas estrangeiros cancelaram 20-25% das viagens planejadas para Paris, disse o presidente da MEDEF, Geoffroy Roux de Bezieux, em entrevista à emissora France Inter na terça-feira.

    A interrupção ocorre em um momento ruim para a economia francesa, que superou o desempenho da zona do euro nos primeiros meses deste ano, apesar de meses de protestos e greves, enquanto os sindicatos exigiam que o governo abandonasse seu plano de aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos.

    Mas a atividade parou desde então. Os dados da pesquisa publicados na semana passada indicaram que a produção francesa caiu em junho pela primeira vez neste ano, e no ritmo mais rápido desde fevereiro de 2021, à medida que o setor de serviços entrou em reversão e a desaceleração da manufatura se aprofundou.

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