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    Previsibilidade do Remessa Conforme compensa valor do imposto, diz presidente da Amazon Brasil

    Empresa trabalha para expandir portfólio de produtos importados no Brasil

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    A despeito dos impactos com a aplicação da “taxa das blusinhas”, o presidente a Amazon no Brasil, Daniel Mazini, aponta que o atual cenário é positivo para ampliar o catálogo de produtos importados da empresa pela adesão da companhia no programa Remessa Conforme.

    A nova lei determina que compras de até US$ 50 serão tributadas em 20%. Produtos acima deste até US$ 3 mil terão taxação de 60%, com dedução fixa de US$ 20 no valor total do imposto.

    A nova lei deve entrar em vigor a partir de agosto, informou a Receita Federal.

    “Desde que o Remessa Conforme passou a ser aprovado, a gente começou a ativar projetos internos da Amazon para trazer mais produtos dos Estados Unidos, da Europa e da China”, conta.

    “A gente acredita que vai aumentar a demanda com a previsibilidade [que o programa promove]. Lógico que ninguém gosta de pagar um valor a mais, porque imposto é um valor a mais, mas vai zerar o risco de não receber o produto”, conclui.

    Quando o governo federal passou a exigir, no ano passado, que as plataformas de e-commerce se registrassem no Remessa Conforme para atuar no Brasil, o imposto federal havia sido zerado para as compras abaixo de US$ 50, sendo cobrado apenas o ICMS estadual. Compras acima desse valor contariam com uma alíquota de 60%.

    Com a aprovação da “taxa da blusinha” – incluída como um jabuti no projeto de lei do Programa Mover -, as “comprinhas” passarão a contar com uma alíquota de importação de 20%, além do imposto estadual.

    Mas ao se certificarem no programa Remessa Conforme, as empresas de comércio eletrônico passam a contar também com um processo aduaneiro mais dinâmico e econômico.

    Na avaliação do presidente da Amazon do Brasil, essa garantia é positiva e compensa os encargos extras.

    “Agora que está com uma lei definida, com processos corretos, a gente aumentou muito nossos planos para aumentar nosso share de compras internacionais. Que hoje é baixo, diria que é menos de 5% da operação”, aponta Mazini.

    “Com o imposto fica um pouco mais caro, mas [para] o consumidor que quer uma certeza de que [o produto] vai chegar rápido, é muito bom”, conclui.

    Mazini ainda reforça que com o Remessa Conforme, o consumidor também ganha na questão de tempo. A expectativa é de que uma entrega vinda do exterior, que demorava mais de 20 dias para ser realizada, possa ser feita na metade do tempo.

    O centro de distribuição da Amazon em Cajamar (SP) é o maior do Brasil em volume de entregas.

    A empresa concentra 11 milhões de unidades, de uma variedade de cerca de 400 mil produtos, nesse centro em questão.

    Segundo o presidente, hoje, quase 100% dos produtos que a Amazon compra e estoca para então redistribuir de Cajamar são de origem nacional.

    A empresa já realiza importações, mas agora, com a regularização, o presidente da Amazon no Brasil diz que o plano é aumentar aos poucos a disponibilidade de produtos internacionais.

    Via de mão dupla

    Assim como o produto do exterior é procurado por aqui, e a Amazon brasileira compra produtos da matriz nos EUA, o presidente indica que o movimento contrário também é realidade.

    O interesse no exterior é tanto que Mazini conta ter buscado o governo federal para impulsionar as exportações do produto brasileiro.

    “A gente esteve em Brasília com a Secretaria de Comércio Exterior, e assinamos um acordo de cooperação para a Amazon ajudar vendedores locais a levar seus produtos para os EUA”, diz o presidente da Amazon no Brasil.

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