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    Nestlé investirá R$ 1 bi até 2026 para ampliar produção de café no Brasil e projeta salto em vendas

    Com os investimentos, a capacidade de inovações e lançamentos deve aumentar, dando mais flexibilidade produtiva no país para a líder global no setor, que também exporta a partir do Brasil para 56 mercados

    Por Roberto Samora, da Reuters

    A Nestlé, maior compradora de café do Brasil, prevê investimentos de R$ 1 bilhão até 2026 na ampliação da capacidade produtiva, inovações e para a expansão de vendas fora do lar das linhas Nescafé, consolidando a marca como um veículo de produtos de maior valor agregado em forte expansão no país.

    Criada no Brasil inicialmente para a venda de café solúvel, hoje a Nescafé tem uma variedade de produtos de maior qualidade e busca capturar os consumidores que são cada vez mais jovens e que querem novas experiências com a bebida, pagando mais do que desembolsariam por uma xícara tradicional.

    A Nestlé não divulga a divisão da destinação do investimento, mas uma parte será feita na expansão das máquinas para o consumo fora do lar (B2B) com a marca Nescafé, na medida em que a companhia aposta na replicação em casa do consumo de produtos de maior valor nas cafeterias ou escritórios do país, o maior consumidor global de café após os EUA.

    “Estamos em momento de expansão do consumo de café premium, de maior valor agregado, isso está sofisticando o consumo de café no Brasil. Estamos trabalhando com a marca Nescafé de consumo massivo para que essa ‘premiunização’ seja democrática”, afirmou Valeria Pardal, diretora-executiva de Cafés Nestlé, à Reuters.

    Ela lembrou que a fábrica da companhia em Araras (SP), que tinha foco no café solúvel há cinco anos, hoje produz torrado e moído de alta qualidade, cappuccino, entre outras bebidas. “E estamos trabalhando agora com cápsulas compatíveis com Nespresso”, lembrou.

    Com os investimentos, a capacidade de inovações e lançamentos deve aumentar, dando mais flexibilidade produtiva no país para a líder global no setor, que também exporta a partir do Brasil para 56 mercados.

    VALOR AGREGADO, JOVENS

    Para se ter uma ideia do potencial do mercado de maior valor agregado, atualmente as vendas de café no Brasil giram em torno de 85 bilhões de reais por ano, com as receitas obtidas fora do lar, de maior valor agregado, respondendo por fatia de 65 bilhões de reais, ainda que em casa as pessoas consumam mais xícaras, disse Rodrigo Maingue, diretor-executivo de Nestlé Professional.

    “O consumidor final aprende a tomar o café de melhor qualidade fora do lar, sabores diferentes, métodos de preparação, agora até café gelado, e começa a replicar dentro de casa. As tendências começam fora do lar e se replicam dentro do lar”, disse.

    Segundo ele, a Nestlé tem meta de dobrar em quatro anos o número de máquinas de instaladas em ambientes para consumo de café fora do lar, ante as atuais 22 mil unidades já instaladas. Tais máquinas moem o grão de maior qualidade na hora, garantindo uma melhor bebida.

    “O nosso crescimento previsto para os próximos quatro anos é de 25% ao ano todos os anos no consumo fora do lar… isso por meio dos investimentos em máquinas, serviços e tecnologia”, destacou.

    E, no varejo, a companhia também projeta aumentar as vendas anuais acima do mercado geral, em uma faixa de 13% e 15% ao ano durante os próximos quatro anos, com vendas de produtos de maior valor agregado, na medida em que o mercado de café é altamente maduro no país, com a bebida presente em 97% dos lares brasileiros.

    “O brasileiro consome de quatro a seis xícaras de café por dia, é muita coisa. Mas vamos trabalhar que essa xícara seja de maior qualidade, esta é a nossa missão, este produto pode ser uma bebida pronta, um Nescafé Gold, um torrado e moído especial”, disse Pardal.

    Já o faturamento do varejo de todo o mercado de café no Brasil deve avançar entre 5% a 6% ao ano, ante os atuais 85 bilhões de reais, projetam os executivos.

    A diretora destacou que os jovens estão bebendo café muito mais cedo, com a faixa etária abaixo de 24 anos crescendo o consumo dez vezes mais em relação ao restante dos grupos consumidores.

    “Isso é algo muito novo para a categoria, e que se acelerou com a chegada dos coffee shops ao Brasil. Eles tomam café gelado, café com creme, café com caramelo”, disse a executiva, lembrando que este é o caminho para o jovem se tornar um consumidor de café puro de alta qualidade mais tarde.

    “Antes falávamos que café era um estimulante, hoje falamos que o café é uma xícara de prazer, as pessoas gostam de tomar café e compartilhar diferentes métodos de consumo.”

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